sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

O NOME "SAULO DE TARSO" NUM BREVE COMENTÁRIO


O nome Saulo de Tarso num breve comentário

“Todavia, Saulo, também chamado Paulo…” (At 13.9)

Sempre temos falado da mudança do nome de Saulo para Paulo e que Saulo significa “grande”. No entanto, o que realmente nos ensina a Bíblia a respeito desse caso e quais as bases para tal afirmação?

Primeiramente, Saulo não significa grande:

Saulo : Bíblico: “Maneira Grega De Escrever Saul”. Vários Foram Os Personagens Do Novo Testamento Com Este Nome, Entre Eles O Apóstolo Paulo.

Saul :Bíblico: “Solicitado”. Reinou Em Israel.

A verdade é que em nenhum lugar das Escrituras encontramos menção de Paulo ter mudado de nome. O que a Bíblia diz é o seguinte: “Todavia, Saulo, também chamado Paulo…” (At 13.9). Até este versículo, o apóstolo é chamado (no registro da Palavra de Deus) de Saulo; a partir de então passa a ser chamado de Paulo. E, na hora da mudança, Lucas, o autor da narrativa diz que Saulo TAMBÉM era chamado Paulo. Ou seja, não houve uma troca de nomes, o que de fato a Bíblia diz era que ele tinha DOIS NOMES DIFERENTES, fato comum para um judeu que também tinha cidadania romana, como era o caso de Paulo (At 16.37,38 e 22.25,26). Saulo era o nome hebraico; enquanto a Bíblia retrata a relação do apóstolo com os judeus, este nome aparece – mesmo depois da conversão (o que indica que o nome não mudou por causa da conversão). Entretanto, quando enviado juntamente com Barnabé em sua viagem missionária aos gentios, o escritor de Atos menciona que Saulo TAMBÉM era chamado Paulo, seu nome romano e de relacionamento com os gentios.

Este é o mesmo caso de Silas, companheiro de viagens de Paulo, que também era chamado de Silvano (ver 2Co 1.19; 1Ts 1.1 e At 15.22-40; 16.19; 17.15; 18.5). E, alguns acreditam que a variação do nome João e Marcos (companheiro de viagem de Paulo e Barnabé) tenha o mesmo motivo (At 12.12,25).

Então, vejamos que podemos considerar Saulo o grande de maneira analógica a condição de Saul. Saul era vaidoso, obstinado, arrogante, senhor de si mesmo. Saulo antes da conversão no mínimo era obstinado e senhor de si mesmo. Era uma autoridade farisaica o que vem a corroborar na sua condição de superior aos seus semelhantes. Saulo/ Paulo mesmo diz que era fariseu de fariseu (religioso extremista). Seu zelo excedia ao de muitos nisso tudo Saulo era grande no seu orgulho. Pra Igreja,então, estabelece a sua condição nova. A nova criatura em Cristo Jesus precisava agora ser identificada diante da Igreja não mais como o presunçoso e orgulhoso Saulo, mas Paulo... o servo menor. Na OBRA do ESPÍRITO SANTO, somos mordomos, menores e não donos, grandes e “senhores de nós mesmos”. A vida agora é “vivida pela fé”, regida pelo Espírito Santo. E de fato Paulo significa “de baixa estatura”, mas no espiritual já havia alcançado a estatura de “varão perfeito”. O nome Paulo identificava plenamente a nova condição do servo devedor. A posição de mordomia agora a ele confiada. Seu nome agora já num era apenas uma metáfora, mas traduzia fielmente a posição do servo diante de Deus.

Observemos a condição de Israel. Saul era rei e reinava segundo seus interesses. Ele não era governado, mas governava. Então presenciamos a providência de Deus. Profética, pois estava declarada na eternidade. O eleito do Senhor subiria ao trono. Aquele que estaria ali pra ser governado e não governar. “Achei a Davi varão segundo meu coração”. Saul precisou sair por que ele representava o governo humano, o governo do povo. Quando Samuel entristeceu com o povo, o Senhor lhe confortou. Saul representa uma mente dominada pela sua própria razão. Davi ao contrário aprendera a depender do Senhor. Nessa analogia vemos a própria transformação de Saulo. A razão religiosa, a vaidade precisava sair e dar lugar “ao varão segundo meu coração”.

Então, finalmente, o que realmente conta é uma vida transformada pelo Poder de Deus. Uma vida que, em suas atitudes, representem um testemunho fiel da nova vida gerada pela revelação (luz) do Senhor na sua vida.

Comentário de: Pr. David Cristiano/ I.C.M- Caratinga-MG (26/10 /2011). Fiz apenas alguns acréscimos.

Paz!

Gabriel Felipe

Um comentário:

Anônimo disse...

Amém, irmão, é importante aniquilar alguns mitos bíblicos mesmo que insistem em fazer parte de nossas pregações. Cultura bíblica deve ser genuínamente correta e fundamentada. Guilherme Campos