“Depois viramo-nos, e caminhamos para o deserto, pelo caminho do Mar Vermelho, como o Senhor me tinha dito, e por muitos dias rodeamos o monte Seir. Então o Senhor me disse: Basta de rodeardes este monte; virai-vos para o norte”. Deuteronômio 2:1-3
“Levantai-vos agora, e passai o ribeiro de Zerede. Passamos pois o ribeiro de Zerede. E os dias que caminhamos, desde Cades-Barneia até passarmos pelo ribeiro de Zerede, foram trinta e oito anos, até que toda aquela geração dos homens de guerra se consumiu no meio do arraial, como o Senhor lhes jurara”. Deuteronômio 2:13-14
Após dois anos de saída do Egito, os Israelitas estavam à porta de Canaã. O Senhor disse a Moisés que enviasse 12 espias para conhecer a terra: um príncipe de cada tribo. Percorreram a terra e retornaram após 40 dias com um cacho de uvas proveniente do vale de Escol carregado com uma verga por dois homens. Todos foram unânimes em reconhecer a boa qualidade da terra, dos montes, vales, boas fontes, bons frutos...
Porém, 10 príncipes infamaram a terra, visto que seus moradores eram numerosos; moravam em cidades fortificadas, estavam bem armados, eram gigantes “com rosto de guerra”. Diante do relatório, a congregação desmaiou em seus corações.
Josué e Calebe tiveram um espírito diferente que embora houvesse as grandes desvantagens, estavam debaixo de uma promessa do Senhor e assim sendo o Senhor os daria em suas mãos. Intentando a congregação apedrejar a Josué e Calebe, apareceu a Glória do Senhor e feriu 10 que infamaram; quanto aos demais, durante 40 anos, seus corpos cairiam no deserto (1 ano por cada dia que os espias estiveram na terra); seus filhos, de quem disseram que seriam presas dos gigantes, a eles o Senhor daria a terra. (dois anos haviam passados).
Aplicando a nossas vidas, temos também a promessa de entrar na terra, deparamos também com gigantes que representam nossos grandes e intransponíveis problemas, os quais vencemos somente pela fé. Humanamente, são enormes barreiras, mas venceremos confiando no Senhor que ,através de uma Obra que Ele tem realizado pelo seu Santo Espírito, nos fará vencedores. Lembramos que embora a promessa do Senhor fosse firme, não podiam se cumprir porque não estava misturada com a fé que deveriam ter; não criam.
Durante a caminhada Israel pecou outras vezes, mas o projeto inicial de Deus foi mantido. Mas o erro naquele momento anulou todo o projeto para aquelas pessoas. Existem momentos em nossas vidas que são decisivos e um erro pode modificar todo o nosso futuro.
Em seguida, passaram ao deserto e rodearam o Monte Seir por 38 anos até que toda aquela geração incrédula pereceu. Monte Seir e a Montanha de Esaú ou Edom.
Esaú rejeitou a primogenitura. Ele tinha o seu coração ligado a terra e as coisas terrenas; desprezou a sua primogenitura; foi profano. Jacó, ainda que se diga que usou de diversos “embustes”, tudo quanto fez, o fez preocupado com a eternidade. Agora Israel rodeava o Monte Seir.
O Senhor queria que o seu coração estivesse nos céus, na eternidade, mas não passava o monte Seir, embaraçados com os mesmos problemas de Esaú (religião, problemas carnais, preocupação com as coisas terrenas). Ano após ano, tinha oportunidade de se definirem, mas rodeavam em torno dos mesmos problemas; não prosperavam; não se definiam; não se aperfeiçoavam.
O Senhor não permitiu que entrasse na terra até que aquela geração comprometida perecesse, ou que aquela mentalidade morresse. Quando caiu o último homem daquela geração o Senhor disse: “Assaz tendes rodeado esta montanha; virai-vos para o norte.” (vs.3).
Agora Israel precisava ter uma mentalidade nova, mentalidade de obra ,mentalidade envolta no projeto eterno , um novo espírito como Josué e Calebe, e como o Senhor quer de nós também.
2 - Travessia do Ribeiro de Zerede
Essa geração de nova mentalidade foi orientada para que virasse para o norte e atravessasse o ribeiro de Zerede. A travessia das águas significa uma mudança de posição:
1- Israel atravessou o Mar Vermelho e deixou o velho homem no Egito; o novo homem aprenderia agora com o Senhor no Monte Sinai.
2- Elias atravessou o Jordão e foi arrebatado.
3- Eliseu atravessou o Jordão e repousou sobre o ele o Espírito de Elias.
O Senhor não permitiu que a velha geração atravessasse o ribeiro de Zerede porque lá estavam dois reis inimigos do servo Sion e Ogue.
Dando um parêntese neste texto, me lembro daquela passagem no Evangelho de João ,no capítulo quinto onde Jesus entra pela porta das ovelhas e se revela ao ‘paralítico do tanque de Betesda’. Havia também aquele homem uma luta para conseguir sua vitória a exatamente 38 anos (como Israel rodando o monte Seir) e, a benção só aconteceu quando ele teve o encontro com o Ribeiro das águas vivas, Jesus . Por ele passou querendo “ficar são”.
”Porque Hesbom era cidade de Sion, rei dos amorreus, que tinha pelejado contra o precedente rei dos moabitas, e tinha tomado da sua mão toda a terra de Arnon. Pelo que dizem os que falam em provérbios: vinde a Hesbom; edifique-se e fortifique-se a cidade de Seom. Porque o fogo saiu de Hesbom, e uma chama da cidade de Seom e consumiu o Ar dos moabitas, e os senhores dos altos de Arnom. Ai de ti Moabe! perdido és povo de Camos! entregou seus filhos, que iam fugindo, e suas filhas, como cativos a Seom, rei dos amorreus. E nós os derribamos: Hesbom perdida é até Dibom, e os assolados até Nofa, que se estende até Medeba.” Números 21:26-30
Sion havia tomado a terra do precedente rei dos moabitas (moabe é parente de Israel, igual a crentes). Sion não estava só acostumado a derrubar crentes como se vangloriava de poder fazê-lo.
Como Israel estava definido e havia tomado uma posição definida diante do Senhor, a vitória foi certa: derrubou Siom e tomou as suas cidades. Moabe fala da religião que é parente do Senhor, mas não é filho. É a decisão do servo ser herdeiro, ser filho e não apenas um religioso. Quem tem a mentalidade da religião tem sido derrotado nesta caminhada.
”Porque só Ogue, rei de Basa, ficou de resto dois gigantes; eis que o seu leito, um leito de ferro, não estava porventura em Raba dos filhos de Amom? De nove côvados seu comprimento, e de quatro côvados a sua largura, pelo côvado de um homem”. Deuteronômio 3:11
Mesma coisa com Ogue, que era descendente dos gigantes. A cama de Ogue mostra o tamanho da carne. Só o Espírito para vencer.
É a vitória do servo sobre a carne. A carne é um dos grandes opositores à salvação do homem. “Sem santificação ninguém verá a Deus”. O servo fiel tem a consciência que deve lutar pela santificação para continuar nesta caminhada.
A cama fala do conforto aparente que satisfazer a carne proporciona. Mas ela era de ferro, é a dureza e a frieza que ficam como resultado na vida daquele que atende a carne e deixa ao Senhor.
O Senhor deseja do seu povo uma tomada de posição; deseja de tenhamos a mesma fé e o mesmo espírito de Calebe, que aos 85 anos pediu que lhe desse Hebrom, pois Moisés jurou-lhe que daria a terra que pisou seus pés naqueles dias e disse:
“E ainda hoje estou tão forte como no dia
Hebrom era monte não era plano (fácil de se conquistar) e ali habitavam gigantes, mas Calebe venceu.
Que o Senhor nos dê o mesmo espírito e a mesma força.
Amém !
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