terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Um estudo detalhado sobre João 3: 16

Um estudo detalhado sobre João 3: 16

Por John Owen

Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha vida eterna. (Jo. 3: 16).

Muitas vezes este versículo é usado para ensinar que:

·                     "amou" = Deus tem tal anseio natural pelo bem de.
·                     "mundo" = toda a raça humana, em todas as épocas e tempos.
·                     "deu" = Ele deu Seu Filho para morrer, na verdade, não para salvar qualquer um, mas.
·                     "todo aquele" = para que qualquer um que tenha a tendência natural para crer.
·                     "tenha" = possa, assim, obter a vida eterna.

Contrastando com isso, nós entendemos que o versículo ensina:

·                     "amou" = Deus tem um amor tão especial, tão supremo, que Ele determinou.
·                     "mundo" = que todo o Seu povo, dentre todas as raças fosse salvo.
·                     "deu" = ao designar Seu Filho para ser um Salvador adequado.
·                     "todo aquele que" = deixando claro que todos os crentes, e somente eles.
·                     "tenha" = tenham, efetivamente, todas as coisas gloriosas que Ele planejou para eles.
Há três coisas a serem cuidadosamente estudadas aqui. Em primeiro lugar, o amor de Deus; em segundo lugar, o objeto do amor de deus, aqui chamado de "o mundo"; em terceiro lugar, a intenção do amor de Deus: para que os crentes "não pereçam".

1. É importante entender que nada que sugira que Deus é imperfeito deve ser dito a respeito dEle. Sua obra é perfeita. No entanto, se for argumentado que Ele tem um anseio natural quanto à salvação de todos, então, o fato de todos não serem salvos deve significar que Seu anseio é fraco e Sua felicidade é incompleta.

Além disso, as Escrituras não afirmam, em lugar algum, que Deus é naturalmente inclinado ao bem de todos. Ao contrário, é evidente que Deus é completamente capaz de ter misericórdia daqueles pelos quais Ele terá misericórdia. Seu amor é um ato livre de Sua vontade, não uma emoção produzida nEle por nosso estado miserável. (Se fosse a miséria que tivesse atraído o anseio natural de Deus para ajudar, então Ele deveria ser misericordioso para com os demônios e os condenados!).

O amor que é aqui descrito é um ato supremo e especial da vontade de Deus, dirigido particularmente aos crentes. As palavras "de tal maneira" e "para que" enfatizam a característica incomum desse amor e o claro propósito desse amor no sentido de salvar os crentes da perdição. Então, este amor não pode ser uma afeição comum por todos, desde que alguns realmente perecem.

Outros versículos das Escrituras também concordam que esse amor de Deus é um ato supremo e é dirigido especialmente aos crentes, como, por exemplo, Romanos 5: 8 ou 1 João 4: 9, 10. Ninguém falaria de uma inclinação natural para o bem de todos, através de maneiras tão enfáticas como estas.

É claro que Deus quer o bem de todos a quem Ele ama. Então, segue-se que Ele ama somente aqueles que recebem esse bem. O mesmo amor que O levou a dar Seu Filho Jesus Cristo, faz com que Ele dê também todas as outras coisas necessárias, "Aquele que nem mesmo a seu próprio filho poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas?" (Romanos 8: 32). Assim, este amor especial de Deus pode, portanto, ser somente por aqueles que realmente tenham recebido graça e glória.

Ora, leitor cristão, você precisa julgar: pode o amor de Deus, que deu o Seu Filho, ser entendido como um sentimento de boa vontade para com todos em geral? Não será, ao invés disso, o Seu amor especial para com os crentes eleitos?

2. Precisamos examinar o que é o objeto desse amor de Deus, aqui chamado de "o mundo". Alguns dizem: isso deve significar todos e cada um dos homens. Eu jamais consegui ver como isso poderia significar tal coisa. Já demonstramos os diferentes sentidos com que a palavra "mundo" é usada nas Escrituras. E, em João 3:16, o amor mencionado no princípio e o propósito no final, não podem concordar com o significado de "todos e cada um dos homens" que é imposto, por alguns, sobre "o mundo", o qual ocorre no meio do versículo.

De nossa parte, entendemos que essa palavra significa os eleitos de Deus espalhados pelo mundo entre todas as nações. Os benefícios especiais de Deus já não são para os judeus somente. O sentido é: "Deus amou os Seus eleitos em todo o mundo de tal maneira, que deu o Seu Filho com esse propósito, para que os crentes pudessem ser salvos por Ele". Há várias razões que corroboram esse ponto de vista.

A natureza do amor de Deus conforme já examinamos aqui, não pode ser considerada como sendo estendida a todos e a cada um dos homens. O "mundo", neste versículo, tem que ser aquele mundo que realmente receba a vida eterna. Isso é confirmado pelo versículo seguinte - João 3: 17 - onde, na terceira ocorrência do termo "mundo", é afirmado que o propósito de Deus ao enviar Cristo foi "para que o mundo fosse salvo". Se "mundo" se refere aqui a quaisquer pessoas senão aos crentes eleitos, então Deus falhou no Seu propósito. Não ousaríamos admitir isso.

Não é raro, de fato, o povo de Deus ser designado por termos, tais como: "mundo", "toda a carne", "todas as nações", e "todas as famílias da terra". Em João 4: 42, por exemplo, é afirmado que Cristo é o Salvador do mundo. Um Salvador de homens não salvos seria uma contradição de termos. Assim sendo, aqueles que aqui são chamados de "o mundo" têm que ser apenas aqueles que são salvos.

Há várias razões porque os crentes são chamados de "o mundo". É para distingui-los dos anjos; para rejeitar judeus jactanciosos que pensavam ser apenas eles o povo de Deus; para ensinar a distinção entre a velha aliança feita com uma só nação, e a nova - na qual todas as nações do mundo se tornariam obedientes a Cristo; e para mostrar a condição natural dos crentes como criaturas terrestres e deste mundo.

Se for ainda argumentado que "mundo" aqui se refere a todos e a cada um dos homens como sendo o objeto do amor de Deus, então, por que Deus não revelou Jesus a todos a quem Ele tanto amou? É muito estranho que Deus desse Seu Filho para eles, e, no entanto, nunca lhes falasse desse amor, pois milhões jamais ouviram o evangelho! Como pode ser dito que Ele ama todos os homens, se, na Sua providência, esse amor não chega a ser conhecido por todos os homens?

Finalmente, "mundo" não pode significar todos e cada um dos homens, a menos que estejamos dispostos a admitir que:

·                     O amor de Deus em relação a muitos é em vão, porque eles perecem;
·                     Cristo foi enviado em favor de milhões que jamais O conheceram;
·                     Cristo foi enviado em favor de milhões que não podem crer nEle.
·                     Deus muda Seu amor para abandonar aqueles que perecem (ou isso, ou Ele continua a amá-los no inferno);
·                     Deus não consegue dar todas as coisas àqueles pelos quais Ele deu Cristo.
·                     Deus não sabe de antemão quem vai crer e ser salvo.

Não podemos admitir tais absurdos; "mundo" só pode significar aquelas pessoas espalhadas pelo mundo, que são eleitos.

3. Afirma-se que a maneira pela qual os eleitos de Deus chegam, realmente, a obter a vida que está em Seu Filho é através do ato de crer. É "cada crente que não vai perecer"[1].

Se for alegado que Cristo morreu por todos e por cada um dos homens, e, entretanto, nós agora aprendemos que somente os crentes serão salvos, o que é que faz a diferença entre crente e não crentes? Eles não podem fazer a diferença por si mesmos (Ver 1 Coríntios 4: 7). Então Deus os fez diferentes. Mas se Deus os fez diferentes, como pode ter enviado Cristo para todos eles?

O versículo (João 3: 16) declara a intenção de Deus no sentido de que os crentes serão salvos. Segue-se, então, que Deus não deu Seu Filho para os incrédulos. Como poderia ter dado Seu Filho para aqueles a quem Ele não deu a graça de crer?

Ora, que o leitor pese todas estas coisas, e especialmente a primeira - o amor de Deus - e pergunte seriamente se pode ser considerado uma afeição por todos em geral aquilo que pode tolerar a perdição de muitos daqueles a quem Ele tanto amou? Ou será que este amor não é melhor entendido como sendo aquele único, especial amor do Pai por Seus filhos crentes, que torna seguro o futuro deles? Então, você terá uma resposta se a Bíblia ensina, ou não, que Cristo morreu como um resgate geral - infrutífero com relação a muitos pelos quais o resgate foi pago ou como uma redenção especial e gloriosamente eficaz para cada crente. E lembre-se de que este texto, João 3: 16, é frequentemente usado para sustentar a ideia de que Cristo morreu por todos os homens - embora, como já tenho mostrado, seja completamente incompatível com tal noção!

***
Notas:

[1] Sugerir que "todo aqueles" significa "qualquer um" indefinidamente, não vai ajudar em nada a causa da redenção universal. A forma das palavras gregas é realmente "todos os crentes". Argumentar a favor de "qualquer um" é, sem dúvida, negar que o amor de Deus é igual para com todos os homens! Se alguns - o "todo aquele" - podem ser especialmente favorecidos, então Deus não pode ter amado todos os homens igualmente. Ele deve, de alguma forma, ter amado os "todos aqueles" mais do que o restante dos homens!

***

Fonte: John Owen, Por quem Cristo Morreu?, PES, pp. 82-88 (adaptado para postagem).

domingo, 25 de janeiro de 2015

Jesus, o Cordeiro Perfeito

Jesus, o Cordeiro Perfeito

"Que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, e depois pelos do povo; porque isto fez ele, uma vez, oferecendo-se a si mesmo" (Hebreus 7:27)

Na celebração da Páscoa, um cordeiro era sacrificado (Ex 12: 3,4). Cada família teria que ter em casa um cordeiro. Famílias pequenas demais para um cordeiro compartilhavam a Páscoa com casas vizinhas, para que, em solenidade e comunhão, todos celebrassem. No entanto, o cordeiro precisava ser perfeito, ou seja, sem defeito algum. Pois, esse ato vigente no período veterotestamentário (antiga aliança) era símbolo do sacrifício perfeito através de um Cordeiro Perfeito que ainda viria, a saber, Jesus. Portanto, o animal selecionado não poderia ter manchas, defeitos, máculas e qualquer mal visível que não o colocasse no patamar de "cordeiro perfeito" para o sacrifício.

Desse modo, o cordeiro devia ser provado (ou testado).

Era selecionado o aparentemente mais perfeito. Logo, era recolhido e acolhido entre a família. Devia, nos dias que antecediam à celebração, estar já ante a família, em casa, diante de todos até o sacrifício da tarde (Ex 12: 5,6). Podemos conjecturar: o pai de família seleciona o cordeiro, deixa um período considerável (não longo) junto de sua família e ali é testado para o sacrifício. Imaginem: como poderia esse cordeiro não cair na graça da família e dos filhinhos pequenos que o assistiam? Mas ali era provado... Se fosse mesmo perfeito, iria cumprir nele o ato da expiação, cuja festa era a Páscoa (hb. pessach = passagem/ libertação).

Assim foi com nosso Senhor, Jesus Cristo!

O que tiramos disso?

1) Segundo os decretos soberanos de Deus, Jesus foi santificado  para ser o Cordeiro para a expiação do pecado daqueles a quem o Pai elegeu (Is 42: 1; 1 Tm 2:5; Jo 3: 16; 1Pe 1: 19/ Mt 20: 28; Jo 10: 15). Ele foi o substituto, sendo que a morte cabia a nós todos, sem distinção. Mas, pelo sacrifício vicário, Ele eficazmente arrebanhou seu povo. Toda glória ao Pai, todo mérito de Cristo e toda a consumação da obra ao Santo Espírito! Nada de nós, tudo de Deus!

2) Jesus, feito como homem, esteve entre a humanidade num limitado período (onde atuou em seu ministério de aproximadamente três anos e meio). Sua igreja e seus discípulos escolhidos se "apegaram" a Ele, pois Ele os cativou e com eterno amor os atraiu (Jr 31: 3). Não todos, mas alguns, se envolveram com o Mestre que era Deus... Sua retirada do mundo causaria dores e tristezas (Lc 24: 17-21).

3) Mas o Cordeiro de Deus seria provado: essa provação (ou teste) não implica que Jesus, em sua forma humana, estaria "escravo da vontade humana" a ponto de correr o risco de  ir contra o decreto divino da redenção. A Humanidade de Cristo era perfeita (Jo 1: 14; Fp 2: 6). A provação do Cordeiro Perfeito não se passou na noção antropocêntrica que algumas teologias pregam. Mas fazia parte dos planos do Deus Soberano - para demonstração de sua glória - permitir que o Cordeiro fosse analisado e testado entre os homens a fim de evidenciar aos crentes que o Cordeiro estava apto e tem o Nome acima de todo nome (Rm 1:5). Por Ele nos apresentamos ao Pai confiantes que seremos ouvidos (1 Jo 5: 14-15; Jo 16: 24; Hb 10: 19-23).


> Jesus foi tentado pelo Diabo ( Mt 4: 1 -10). Mas  o Cordeiro era Perfeito (Mt 4: 11);

> Jesus foi provado e testado pelos líderes religiosos (Mt 15: 1-20; Mt 16: 1, 2); Mas  o Cordeiro era Perfeito (Jo 8: 7; Mt 22: 20,21).

> Jesus foi provado no Sinédrio, diante de Caifás (Mt 26: 59), mas o Cordeiro era Perfeito (Mt 26: 60, 64).

>Jesus foi provado por Pilatos (Mt 27: 11-13), mas o Cordeiro era perfeito (Mt 27: 14).

Após a insistência de Pilatos quanto a, então, inocência de Jesus e sua estratégia a fim de ver Jesus livre na então possível escolha do povo em detrimento de Barrabás, o que não aconteceu (Mt 27: 16-24), chegou-se a conclusão da análise e provação do Cordeiro. Jesus foi encaminhado para o sacrifício (Mt 27: 26), pois Ele era Cordeiro Perfeito e só Ele podia nos representar naquela cruz (Fp 2: 8; Hb 7:25; Rm 8: 34; 1 Cor 15:4; 1 Pe 3: 22).

O Cordeiro santo,  morreu pelos nossos pecados  para que fôssemos remidos e libertos da escravidão e do pecado. Jesu não conheceu pecado, mas foi feito pecado e maldição por nós. Jesus não morreu por seus pecados, pois não tinha pecado. Era Perfeito!. Morreu pelos nossos pecados, pois eramos e somos ainda imperfeitos e incapazes de nos salvarmos.  Sua morte foi vicária e substitutiva, sendo que Deus seria justo se nos deixasse perecer.

Louvado seja Deus por isso! Maravilhosa graça!

Pequena observação:

Embora, o nosso chamado em Cristo implica a busca constante pela perfeição (Fp 3: 12-16), jamais seremos perfeitos aqui nesse mundo e em nossa carne a não ser na ressurreição. Mas, segundo a própria admoestação paulina, prossigamos para o alvo rumo à perfeição. Prosseguir para o alvo a fim de alcançar o patamar mais próximo da perfeição significa tão somente não errar o alvo o que, no grego, significa "hamartia" que é traduzido ao nosso idioma por "pecado".  Somos pecadores, seres de pecado, mas não precisamos estar mais em pecado, por o que é Perfeito já nos libertou pelo sangue precioso.

“Mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo.” (1Pe 1.19)


Gabriel Felipe M. Rocha.


sábado, 17 de janeiro de 2015

O PERIGO DO ORGULHO DENOMINACIONAL


Creio que o muito escrever  pode cansar os que são preguiçosos à leitura. Mas então vai um vídeo do honroso pastor presbiteriano, Hernandes Dias Lopes sobre o tema: orgulho denominacional. Muitos tem caído nessa cilada, transtornando a graça de Deus em legalismo religioso em nome de uma "nova revelação" e um "outro evangelho" onde os líderes dessas "sinagogas"  tentam impor um orgulho denominacional e um sectarismo religioso travestido de piedade e santidade. Porém desconhecem o sentido da graça e o verdadeiro sentido  da santidade e de uma vida piedosa.



Da Graça Tendes Caído!

Da Graça Tendes Caído! - Gálatas 5:4

Os professores da "doutrina do medo" defendem um entendimento maligno e intencionalmente distorcido sobre a graça de Deus, com um só objetivo : anular o sacerdócio universal dos crentes em Jesus Cristo, em outras palavras visam escravizar.
A sutileza e a dissimulação são estratégias usadas para anular a graça de Deus e assim abrir caminho para a imposição de obrigações antibíblicas e desempenhos inatingíveis, levando pessoas à exaustão, a se sentirem culpadas e medrosas.

Usam frase de efeitos (sem efeito nenhum!) apenas para tornar a "doutrina do medo" uma "doutrina" singular, "revelada" e jamais alcançada por outros grupos.

Depois, contrariando as Sagradas Escrituras, usam e abusam de "dons" para impor planilhas e tabelas de jejuns, períodos de oração, normas de condutas e uma liturgia idólatra que dispensa o Senhorio de Cristo. E o fazem usando o nome de Deus!
Sobre a necessidade de jejuar e de se manter em constante oração, segundo as Sagradas Escrituras, de forma espontânea e bíblica, leia:

1 - Sobre o jejum : Mt 6:16-18 (jejum oculto!), Mt 9:15, Mt 17:21, Mc 2:18, Lc 2:37, Lc 18:12-14 (jejum fariseu que não vale nada!), At 13:2,3, At 14:23, At 27:9, 2 Cor 6:5 e 2 Cor 11:27; 
2 - Sobre a necessidade (e a forma!) de orar sem cessar : Mt 6:5, 6:6-9, 14:23, 24:20, 26:36-41; Lc 6:12, 11:1, 18:1 (orar sempre!), 18:11 (oração do fariseu!), 22:40; At 4:31, 9:11, 9:40, 10:2,9 , 12:12, 14:23, 16:25, 20:36, 21:5, 22:17, 28:8; Rm 8:26; 1 Cor 14:15; 1 Ts 5:17 (orai sem cessar!); 1 Tm 2:8 (orar em todo lugar!); Tg 5:16.

Dizem que a graça de Cristo é sinônimo de libertinagem e que, os que dizem viver sob a graça, buscam uma vida mundana, e blá blá blá! Hipócritas! Sob essa premissa falsa, assumem o comando da vida das pessoas e passam a dominá-las a bel prazer.
Pois é exatamente o contrário! A nova vida sob a graça não nos deixa viver sob o pecado e nem sob nenhum tipo de escravidão, ainda que dissimulada.

"Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas onde o pecado abundou, superabundou a graça; para que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reinasse pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo nosso Senhor". Rm 5:20,21

A graça não é um acréscimo ao plano de Deus; a graça faz parte desse plano desde o início. Deus tratou com Adão e Eva pela graça; fez o mesmo com os patriarcas e com a nação de Israel. Deu a Lei por intermédio de Moisés, não para substituir sua graça, mas para revelar a necessidade do ser humano de receber essa graça. A Lei era temporária, mas a graça é eterna.

O antigo Testamento é o "livro da genealogia de Adão" (Gn 5:1) e termina com a palavra "maldição" (Malaquias 4:6). O Novo Testamento é o "Livro da genealogia de Jesus Cristo" (Mt 1:1) e seu último capítulo diz: "Nunca mais haverá qualquer maldição" (Ap 22:3).
Aqueles que militam contra a graça de Deus são os mesmos que se desbocam em lançar maldições contra pessoas que não se sujeitam à mentira e à manipulação religiosa. Pelo visto é uma fonte que jorra "água doce" e "água amargosa" (leia Tiago 3:11).

"...da graça tendes caído" (Gl 5:4).

Para os gálatas, que procuram ser ou pensam que são justificados pelas obras, Paulo tem uma dura advertência. Com isso, Cristo não tem nada mais a fazer! Além disso, eles perderam a graça de Deus.
Nos termos mais fortes possíveis, Paulo declarou as consequências de procurar ser justificados pelas obras. Eles perderiam a graça de Deus, porque Cristo não teria mais nada a ver com eles.

É importante perceber que esta perda ocorrera em virtude do fato de que eles abandonaram a graça de Deus e não porque Deus a tirara. Os dois métodos são absolutamente incompatíveis.

Fontes: A Bíblia Sagrada; Espada Cortante, Orlando Boyer, CPAD; Comentário Bíblico Expositivo, Warren W. Wiersbe, Geográfica Editora.

sábado, 10 de janeiro de 2015

Continuando a série:




"E apegue-se firmemente à mensagem fiel, da maneira pela qual foi ensinada, para que seja capaz de encorajar outros pela sã doutrina e de refutar os que se opõem a ela" (Tito 1:9/ Bíblia King James Atualizada)

Porque não ousamos classificar-nos, ou comparar-nos com alguns, que se louvam a si mesmos, mas estes que se medem a si mesmos, e se comparam consigo mesmos, estão sem entendimento” (II Co. 10:12)

E Jesus disse-lhes: Adverti, e acautelai-vos do fermento dos fariseus e saduceus(Mateus 16:6)

 

          Amigos, eu estou dando continuidade ao tema “seitas e heresias”. Como coloquei na postagem anterior, comecei pelo “maranatismo” por se tratar de um grupo religioso no qual fiz parte (I. C. Maranata). Um grupo evangélico até regular, pois prega a Cristo, sua salvação e por ter ali verdadeiros irmãos em Cristo que servem somente a Deus e não o sistema religioso que impera ali dentro. Confesso que recebi uma série de e-mails com tons de ameaças, ódio religioso e xingamentos por parte de alguns “crentes” desse sistema religioso sectário que amam mais a placa do que o Evangelho bíblico e genuíno. Mas Deus é justo!

          A minha motivação para escrever essa série se dá pelo fato de eu ter um dia participado de um farisaísmo imenso. Na verdade, não tenho mágoas nenhuma com esse sistema sujo que impera dentro da citada instituição, pois saí dali honrado – sem nenhuma dívida moral - mas creio que é meu dever folhear minha Bíblia e escrever a partir dela sobre esse sistema religioso que produz fariseus , legalistas e religiosos.

         Então, para reafirmar e organizar melhor o que já escrevi, deixo os links para melhor acesso da cada divisão.  Breve, estarei dando seqüência à série falando sobre os mórmons que, aliás, tem uma história parecida com a I. C. Maranata, pois, segundo eles, vieram de uma “nova revelação”, com “doutrinas reveladas”.

·         Postagem 1: Série Seitas e Heresias/ Maranatismo Parte 1


·          Postagem 2: O conceito de Seita e Heresia: por que a I.C. Maranata é seita e prega heresia?

·         Postagem 3: http://palavraserio.blogspot.com.br/2015/01/parte-3.html

·         Postagem 4: Igreja C. Maranata: um celeiro de fariseus:

·         Postagem 5: O desastre herético do maranatismo:

·         Postagem 6: O que o EVANGELHO nos ensina? Como devemos ser? O que Cristo quer que sejamos? Seria a ICM um modelo daquilo que o Evangelho ensina?


·         Postagem 7: Texto extra: Uma reflexão breve sobre a obra do Espírito Santo.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Série Seitas e Heresias/ Maranatismo Parte 1

Série “Seitas e Heresias”:
Refutando o Maranatismo

Primeira parte

          Saudações aos amigos, irmãos e verdadeiros estudantes da Palavra de Deus. Que a paz do Senhor Jesus esteja sobre nós! O artigo que propus a escrever aqui é longo e necessita ser lido cuidadosamente.  O texto ficou longo e precisei dividi-lo em seis partes. São oito capítulos. Porém, resolvi posta-los em ordem de 1 a 6 para facilitar a leitura. A leitura em partes poderá não ser tão proveitosa quanto a leitura integral. Portanto, sugiro que leiam o texto todo. Uma observação: por se tratar de um texto apologético, leia com sua Bíblia na mão e confira através dela se o que estamos escrevendo corresponde à Verdade escrita, pois nosso compromisso aqui é com a Verdade da Palavra de Deus e não com sentimentos denominacionais que se movem a partir dos interesses religiosos de instituições ou grupos seletos.

1 - Introdução: por que é importante tratar desse assunto?

           Estou iniciando uma série sobre seitas e heresias. Creio ser pertinente e relevante falar sobre esse tema nestes dias que a Igreja de Jesus Cristo entende ser um momento especial. Inicio dizendo que não é minha intenção entristecer os irmãos que congregam nesses lugares, mas creio que a Verdade dói, machuca, traz incômodo e causa ira em alguns, mas ela LIBERTA. E é crendo nisso que me coloco a escrever este texto.  
          Eu (Gabriel F. M. Rocha) congrego hoje (com todo louvor a Deus) em uma igreja Presbiteriana séria, cristocêntrica, bibliocêntrica, genuinamente cristã, com doutrinas bíblicas universalmente validadas no âmbito cristão protestante. É importante eu falar da seriedade de minha igreja e da convenção na qual ela faz parte (IPB) pelo fato de ter recebido alguns "ataques" pessoais por vias indiretas desses crentes fajutos da igreja que antes congregava e, nesses ataques, o alvo tem sido a minha atual congregação. Escrevo também  pelo simples fato de minha igreja nunca ter estampado capas e anúncios de jornais sobre escândalos com desvios de dízimo, administração corrupta, ameaças, confusões doutrinárias e heresias. A igreja na qual faço parte é voltada para trabalhos evangelísticos maduros e efetivos, voltada para o cuidado com a família como benção de Deus, voltada para o ensino das Escrituras, voltada para um conjunto doutrinário biblicamente justificado, cujos conceitos de batismo (imersão e aspersão), fé, perseverança, salvação, etc. são devidamente explicados sem qualquer intenção que esteja ligada à formatação mental (algo comum nas seitas). Faço parte de uma igreja voltada para o avivamento congregacional e pessoal e encorajadora na busca por dons espirituais e instrumentalidade. Isso eu relato com alegra e louvor a Deus, pois deixei um sistema confuso, aprisionador, legalista, religioso e sectário para conhecer um lugar onde o Evangelho está sendo pregado com toda diligência. Diferente do que alguns crentes neopentecostais e religiosos pensam, muitas igrejas históricas, de cunho protestante, não estão confusas. Muito pelo contrário! Estão firmados na Palavra. Não “na velhice da letra” como dizem alguns incautos e insanos, mas firmados na Verdade e na Eficácia das Escrituras que produzem fé, genuína devoção a Deus, vida cheia do Espírito Santo e vida espiritual que frutifica. Isso, além de famílias estruturadas e casamentos consolidados, pois a Sã Doutrina ensinada de forma completa e dentro dos parâmetros bíblicos produz fé verdadeira e vida abençoada. Faço parte de um grupo cristão consolidado e que faz parte de uma convenção séria, tradicional, histórica e respeitada (a IPB: Igreja Presbiteriana do Brasil). Muitas igrejas tradicionais se perderam também, assim como tem se perdido as seitas que aqui mencionarei. Mas, grande parte das igrejas protestantes tradicionais merece o respeito dessas igrejas neopentecostais, pois o que existe de bom nelas, é fruto de um trabalho do protestantismo e das igrejas tradicionais, onde o Senhor operou grandemente em favor de seu Santo, Verdadeiro e Genuíno Evangelho. Se algumas igrejas por aí tem conceitos como: salvação pela graça, eternidade, sacerdócio universal do crente, Bíblia como única regra de fé e prática, dentre outros tantos conceitos, é graças às igrejas tradicionais.
Alguns crentes fajutos dessas seitas cheias de confusão e heresia, quando vão criticar os irmãos protestantes chamando-s de “tradicionais” de forma pejorativa, se esquecem que várias influências do tradicionalismo estão no meio de suas igrejas. Exemplo: conceito de “livre arbítrio” (um conceito elaborado por Santo Agostinho); conceito de salvação calvinista; Bíblia como única fonte de conhecimento e conduta é resultado da Reforma Protestante; sacerdócio universal do cristão, resultado da Reforma Protestante, e por aí vai...
           O que quero dizer falando disso? Quero dizer que me sinto na necessidade e dívida de escrever sobre o quanto viver num sistema sectário pode fazer mal quando se busca conhecer a Palavra de Deus.

           Minha escolha em falar do “maranatismo” primeiro se dá pelo fato de eu (Gabriel F. M. Rocha) ter saído da Igreja Cristã Maranata. Coloco aqui o termo “maranatismo” não em referência à palavra “maranata” descrita em ICor 16:22. O termo “maranata” é bíblico e não pertence ao grupo religioso em questão. O termo significa “vem senhor” ou “vem Senhor nosso”. Portanto, não refuto a volta de Jesus Cristo, pois essa verdade é irrefutável e Cristo há de vir. Essa é a esperança da Igreja de Jesus Cristo espalhada em todo o mundo. Mas refuto mesmo é o “maranatismo” como sistema religioso que se formou no seio da igreja em questão. Não tenho nenhuma inimizade e relação à Igreja Cristã Maranata, até porque conheço homens e mulheres de Deus ali dentro, pastores amados (que sofrem e não se dobram frente aos erros da igreja e às vontades dos líderes). Inclusive, escrevo com muito amor e apreço pelos irmãos que sei que estão confusos ali dentro e precisam conhecer o Evangelho. No último capítulo deste texto, vou escrever, a partir do Evangelho, como Cristo nos quer. Cristo mesmo refutou os fariseus e os “fermentadores” da massa em seu ministério terreno. Mas também deixou em sua Palavra exemplos na qual sua Igreja deve seguir. Muitos desses exemplos estão longe do que a Igreja Cristã Maranata ensina. Infelizmente!
           Certamente, muitos crentes ali na I. C. Maranata viverão bem quando viverem conforme o sistema imposto e, em suas simplicidades e humildade, até servem a Deus. Quero dizer também que a crença de que a I. C. Maranata é “obra perfeita” é pura abstração ditada pelo Inimigo de nossas almas. Essa fermentação levedou toda a massa ali dentro e hoje a ICM gera crentes confusos, insanos, parasitas e voltados para o serviço denominacional e não para o efetivo trabalho para o Reino de Deus.
           Vivi minha vida cristã ali por 11 anos completos e a igreja foi um canal de bênçãos de Deus para minha vida e para minha família. Deus falou comigo ali, assim como falaria comigo em vários outros lugares, pois Deus é Soberano e não precisa de templos físicos para converter um pecador. Portanto, minhas experiências com Deus e com a verdadeira obra do Espírito Santo, eu atribuo a Deus e não à denominação alguma. Não me entreguei e jamais compactuarei com a idolatria denominacional que foi semeada ali. Após tomar conhecimento do Evangelho como ele é (pela Palavra de Deus e não por ensinamentos dogmáticos de homens e denominação), vi que muitas coisas estão apostatadas da Verdade das Escrituras, vi que muitas doutrinas são meros usos, costumes e conceitos dogmáticos que só ali existe como algo “exclusivo” e, assim, senti a necessidade de sair dessa igreja. Isso, após quase um ano de lutas, perseguições e diálogos desagradáveis com obreiros e diáconos religiosos, loucos, insanos, perturbadores da vida alheia, santarrões, incrédulos no Evangelho, preguiçosos, crentes denominacionais, tolos, estúpidos, pessoas medíocres que não crescem e nem avançam na vida e não permitem que os outros avancem e cresçam. Alguns, inclusive (que defendem a “obra maranata”) não foram sequer capazes de defender seus próprios casamentos, além de não ter defendido sua igreja através de um bom testemunho, uma vez que alguns desses já se envolveram com escândalos diversos dentro da denominação em questão. Pois é, esses são “os defensores” desse sectarismo religioso que tomou conta da Igreja Cristã Maranata. Aliás, escândalos são comuns dentro dessa igreja. Eu pude (nesses 11 anos) freqüentar a I.C.M. em três regiões diferentes: Vale do Rio Doce (especificamente em Caratinga-MG), Vale do Aço (especificamente em Timóteo-MG) e na região de Belo Horizonte (especificamente em Santa Luzia –MG). Em todas essas regiões pude ver casos de: divórcio, gravidez fora do casamento, traição, lares cheios de dificuldades, prostituição, jovens que não se firmam no Evangelho, escândalos, roubos, etc. Isso tudo sem citar os escândalos que estamparam revistas, jornais e noticiários televisivos em todo o Brasil, revelando a fraude dessa igreja, a liderança corrupta (cujo alguns ainda estão em suas funções) e o sistema religioso falido desse grupo. Você poderia me dizer que isso tudo é normal dentro de qualquer igreja e eu com certeza concordaria contigo. Todo escândalo e problema são normais e comuns em qualquer igreja. Aliás, onde há homem há erro, não é verdade? No entanto, esses exemplos ocorrem dentro da Igreja Cristã Maranata em números exorbitantes e não existe ali nenhum trabalho da igreja em prol dos casamentos, da juventude, da família, etc. Por quê? Porque os “Maanains” da citada igreja, são seminários que vivem sob introdução dos dogmas e as “formas de vida” da igreja. Porque dão tanta primazia aos dogmas e formas de vida da igreja e se esquecem de temas importantes da caminhada cristã como “família, “casamento”, juventude”, etc.? Pois querem “fortalecer os muros” da “obra”. Importa é fortalecer as paredes e os portões do que oferecer um banquete rico conforme quer a Bíblia. Pois todos esses temas (família, juventude, casamento) são temas que a Bíblia trata com enorme importância. Mas para quê eles colocam os ensinos de seus dogmas acima de tudo? Porque o Reino de Deus está em primeiro plano para eles? Não sei! Mas sei que eles querem que todos se tranquem e se fechem apenas no entendimento de “obra” deles. Desprezam o verdadeiro ensino sobre a obra do Espírito Santo. Por isso a liderança tem medo de que os membros estudem a Palavra e avancem no conhecimento, pois a Bíblia dá um entendimento de obra do Espírito Santo de forma diferente da deles e trata a ação do Espírito Santo na redenção como algo geral a todo genuíno crente, independente da denominação em que congrega. Mas a I.C.M. como boa seita que é, introduz que a “obra” (deles) é exclusiva e foi dada por “revelação”, como se Deus ignorasse toda a triunfante História da Igreja, e abandonasse todos os seus servos que freqüentam outras denominações. Todas essas características são de SEITA.  Observação: quando a Bíblia cita que em primeiro lugar está o Reino de Deus, ela não ensina que todas as áreas da vida humana (como a vida matrimonial, familiar, sentimental, etc.) devem ser esquecidas. Mas todas essas fazem parte da construção e do anúncio do Reino. Aliás, se eu sou membro da igreja, prego, uso terno e gravata, mas minha família está abandonada ou meu casamento destruído, minha fé já fracassou e vivo apenas de aparência. Isso hoje tem definido o que é a Igreja Cristã Maranata.


          Outro fato que me leva a escrever sobre tal seita (Igreja Cristã Maranata) é fato de ela elaborar um conjunto doutrinário confuso que, grande maioria, não se justifica no ensinamento hermenêutico da Palavra de Deus. No entanto, rejeitam isso, pois acreditam que suas doutrinas estão “além da letra”. A Bíblia acusa esse tipo de interpretação (“além da letra”) e, várias cartas do Novo testamento, denunciam essa prática como o ultrapassar daquilo que já está escrito, fazendo surgir, assim, um “outro evangelho”, como se a Bíblia fosse mesmo insuficiente e precisou ser “completada”. Grande heresia!  A Bíblia não ensina que o Espírito Santo ditaria “novas doutrinas” e nem “novas práticas”, mas sim ensinaria todas as coisas conforme a Palavra (Bíblia). Logo falarei aqui sobre a heresia do “além da letra” e sobre a artimanha sutil que há nesse conceito herético.  
           Embora a Igreja Cristã Maranata se firme em alguns fundamentos bíblicos até corretos (porque saiu de uma igreja correta e séria, a saber, a Igreja Presbiteriana), ela – a Maranata – se deixou levar por conceitos subjetivos de seus fundadores pela égide da boa intenção de querer agradar ao Senhor e ser a “igreja como Davi” que ouve a voz de Deus e faz “toda” sua vontade, a I.C.M. se lançou nos dons espirituais colocando-os acima da Bíblia (Escrituras), causando assim um celeiro de heresias e dogmas que surgiram após essa chuva de “dons” que partiam de um grupo seleto da liderança. Não que os dons não devam ser buscados. Dons espirituais (segundo a Bíblia) são bênçãos sem medida para a edificação e trabalho da Igreja, porém, os dons devem estar sujeitos à Palavra. Na I.C.M. os dons aparecem acima da Palavra, sendo que lançaram a heresia de que: “se não tiver dom, não tem culto”. Partindo dessa lógica estranha às Escrituras, o centro de adoração passa a ser a evidência dos dons e não a evidência da Palavra. O sustentáculo da fé está nas experiências subjetivas e não nas Escrituras. E a Bíblia ensina tão claramente que é a Palavra de Deus quem testifica do Cristo vivo e revelado. A fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus. Dons são sinais extras que devem ocorrer tão somente pela vontade do Espírito Santo a através de uma vida firmada em Cristo. São sinais que acompanham os que já crêem na Palavra. Mas lá não! Qualquer um “integrado” ao “sistema maranata” entrega os “dons”. Assim, a igreja coleciona inúmeros casos de “profecias” não cumpridas e vários absurdos através do uso abusivo dos dons espirituais que, geralmente são forçados nos chamados “cultos proféticos”. Inclusive, os dons que se evidenciam são os dons “revelativos” onde se lançam tão comumente às adivinhações. Quando descobri que a prática da adivinhação era algo comum ali na ICM, logo minha vida cristã mudou ali dentro. No decorrer desse texto, falarei sobre algumas doutrinas confusas e questionáveis dessa denominação.
          Contudo, apesar de ter nascido de um racha, movido por interesses particulares e orgulhosos de uma família (família Gueiros) e a partir de uma “nova revelação”, configurando um “outro evangelho” como “forma de vida”, a I.C.M. se consolidou como mais uma igreja evangélica no Brasil que, como igreja evangélica de cunho neopentecostal, foi instrumento de Deus para a salvação de muitas almas e para transformação de muitas vidas (inclusive a minha).
           Vou falar muito ainda sobre as Testemunhas de Jeová, sobre os mórmons, sobre o adventismo, espiritismo e sobre o maranatismo. Sobre o maranatismo, abro a série.

            As principais motivações que tenho para escrever tal série e para falar das heresias da Igreja Cristã Maranata se dão pelos seguintes fatos:

A)   A Bíblia relata sobre o crescimento da heresias nos últimos tempos;
B)   Acreditamos que estamos vivendo um momento histórico e profético peculiar, onde alguns sinais que apontam para a Vinda de Jesus se evidenciam;
C)   Porque é preciso julgar segundo a reta justiça todo esse engano, pois, não é só Jesus quem julga. A Igreja de Cristo tem o dever de julgar todas as coisas (Jo 7:24). Quando a Igreja não julga, falsas doutrinas e falsos mestres são infiltrados no meio da Igreja. Devemos julgar, criticar e examinar todas as coisas, como faziam os bereianos (At 17:10-11).
E mais: "E não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas antes condenai-as." (Efésios 5:11).
D)   Outra motivação: embora eu tenha me convertido ao Senhor (em 2003) através da Igreja Cristã Maranata, tenho entendido nos últimos três anos que a mesma não tem andando conforme as Escrituras e tem dado lugar para dons espirituais subjetivos acima da Palavra e tem se firmado encima de uma “nova revelação”, o que fez surgir em 1968 através de um racha com a igreja presbiteriana de Vila Velha-ES. A Bíblia nos ensina tão claramente que qualquer “outro evangelho” além daquele que já foi ensinado e deixado (pela Palavra) deve ser anátema.

         

            A Igreja Maranata era até uma igreja boa, mas as coisas começaram a ganhar uma nova estruturação com o findar da década de 90 e início dos anos 2000 quando a referida igreja se configurou como uma igreja sectária, cheia de conceitos confusos e que não se justificam pela Escrituras. Para “fortalecer seus muros” e não permitir que os membros conheçam o Evangelho como ele é de verdade, a igreja passou a se fechar e a introduzir uma forte mudança de mentalidade através de ensinos altamente manipuladores como “síndromes da queda” onde colocava o questionar a “obra” (obra deles) como resultado de uma vida espiritual enfraquecida, como se questionar fosse um tipo de pecado, sendo que a Bíblia diz que tudo deve ser examinado, retido conforme o bem. A Bíblia até chamou de “nobres” os bereianos que ouviram os ensinos de Paulo e foram examinar nas Escrituras se estava dentro da Verdade da Palavra divina. Para a Igreja Cristã Maranata, esses estariam em “queda espiritual”. Heresia! A igreja passou a usar doutrinas que provocavam medo e mudez através de ameaças de que “quem toca na obra, toca na arca”, passou, portanto, a usar jargões e termos comuns no neopentecostalismo e no sectarismo. Inclusive, vários jargões usados no maranatismo, são usados também para defender práticas heréticas e manipular pessoas em instituições como Igreja Universal do reino de Deus, Igreja Mundial do reino de Deus, etc.

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