terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Deixemos o engano!

Deixemos o engano!

E Jesus disse-lhes: Adverti, e acautelai-vos do fermento dos fariseus e saduceus” (Mateus 16:6)

Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego(Romanos 1:16)

Porque não ousamos classificar-nos, ou comparar-nos com alguns, que se louvam a si mesmos, mas estes que se medem a si mesmos, e se comparam consigo mesmos, estão sem entendimento” (II Co. 10:12)

“Admiro-me de que vocês estejam abandonando tão rapidamente aquele que os chamou pela graça de Cristo, para seguirem outro evangelho
que, na realidade, não é o evangelho. O que ocorre é que algumas pessoas os estão perturbando, querendo perverter o evangelho de Cristo.
Mas, ainda que nós ou um anjo dos céus pregue um evangelho diferente daquele que pregamos a vocês, que seja amaldiçoado! Acaso busco eu agora a aprovação dos homens ou a de Deus? Ou estou tentando agradar a homens? Se eu ainda estivesse procurando agradar a homens, não seria servo de Cristo” Gálatas 1: 6-10



Porque grande é o Senhor, e digno de louvor, mais temível do que todos os deuses (Salmos 96:4)


Com o devido respeito aos irmãos queridos em Cristo, é muito triste ver pessoas desprezando amigos, irmãos e familiares por causa de uma "fé" institucionalizada (CNPJ), que não conduz o homem a Cristo.
Essa "fé" facciosa não é de Deus!
Observadas as devidas proporções, o grupo extremista "Estado Islâmico" é um exemplo atual de como se defende uma "fé" assassina, cruel. Existem outros grupos igualmente perigosos sendo que a diferença está nas "armas" e na sutileza das estratégias que empregam. O objetivo é o mesmo!
Crentes preguiçosos, que não gostam de estudar a Bíblia, são os extremistas mais perigosos na defesa de sua "fé" organizacional, por serem facilmente manipulados. Decoram escritos de apostilas e livretos, adquiridos onerosamente, e fazem uma defesa cega dessa "fé", sem nenhuma preocupação com a verdade. Recusam-se a conhecer a verdade. A verdade os incomoda. Sentem-se ofendidos com a verdade contida nas Sagradas Escrituras.
"Tem sequelas do passado?", é uma das perguntas de um formulário criado para "selecionar" os futuros "pastores". Que pergunta maligna!
Esses crentes doentes desdenham do poder transformador do Evangelho! Não admitem a transformação de um toxicômano, de um travesti, de um traficante, de um assaltante ou de uma prostituta em novas criaturas. Talvez porque o verdadeiro discipulado (formar discípulos de Cristo) dá "muito trabalho" e esse "tipo" de gente rende pouco dízimo. Querem pescar em aquários. Buscam cooptar crentes "prontos". Assim como os nazistas, se acham uma casta privilegiada e pura!
Desviemos da heresia e do engano!
Desviar-se da heresia é lutar pela vida eterna.
Chega de engano! Chega de mentiras!
Caídos são os defensores de sistemas religiosos heréticos, usurpadores do sacerdócio de Cristo!
Caia fora meu irmão!
Diz o pregador "abençoado" : Sem "dons" não haverá pregação da Palavra!
Como assim?
Que "dons" são esses? Aqueles que estão sujeitos ao "ministério"?
E a primazia, a suficiência e a infalibilidade das Escrituras Sagradas, onde ficam? Sob os tais "dons" que estão "sujeitos" ao "ministério"?
Então,as Escrituras Sagradas estão sujeitas aos "dons", que estão "sujeitos" ao "ministério"?
Nesse balaio de gatos, quem sempre sai perdendo são as almas sedentas pela verdade.
Tá explicado! Quanta enganação!
Quanto tempo perdido! Quantas pessoas enganadas!
Como surgem alguns "dons" : O interessado apresenta os fatos de forma detalhada acompanhada de sua opinião e então alguém levanta a mão e diz ter tido um "dom" a respeito do "assunto" exposto.
A farsa é clara.
Ao contrário do verdadeiro dom bíblico, que revela os segredos dos corações, o oculto e o escondido, ou seja, que trás à luz informações até então desconhecidas (Dn 2:28, 47; I Cor 14:25), o "dom" falso é resultado de informações sobre determinados interesses e visam "respaldar" decisões que jamais serão questionadas, eis que apresentadas como sendo a "vontade" de Deus.
Chega de engano!
Já que as Escrituras Sagradas estão sujeitas aos supostos "dons", e os supostos "dons" estão sujeitos ao "ministério", o batismo "consultado" também está!
Minha gente, a ceia do Senhor e o batismo são as únicas ordenanças no Novo testamento!
Consultar o que já está ordenado por Cristo?
Qual o objetivo de sujeitar uma ordenança bíblica à subjetividade humana?
Simples : Manipulação através de doutrinas falsas!
Quantas pessoas deixaram de ser batizadas por não passarem pelo crivo humano do "ministério"?
Chega de engano!

Que 2015 possa ser um ano de mudanças (mudança para melhor).

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

“Foi Deus quem me disse” e a Suficiência da Escritura

“Foi Deus quem me disse” e a Suficiência da Escritura
(Por Mark Dever)

Eu fiquei perplexo (o que não acontece muitas vezes). Certo homem me disse que seu supervisor havia designado a ele a tarefa de elaborar um plano para a plantação de uma nova igreja, e que quando ele orou sobre isso, Deus o instruiu para usar as palavras de Cristo. Deixe-me esclarecer. Ele contou que Deus ordenara que em seu planejamento para essa nova igreja, ele deveria consultar, refletir e citar apenas palavras que Jesus havia dito.
Esse homem era um empregado de tempo integral em uma organização cristã. Era evidentemente cristão. Além disso, ao contrário de outros empregados dessa organização, tinha um mestrado em teologia. Obtido em um seminário evangélico. Lá ele foi, como nós imaginamos, treinado cuidadosamente sobre a Bíblia e sobre teologia. Também devemos imaginar que ele trabalhou de alguma forma liderando uma igreja local, já que agora ocupava uma posição de muita responsabilidade. Foi essa pessoa que estava diante de mim e me disse com sincera piedade e sinceridade verdadeira que Deus o ordenou a consultar apenas as palavras de Cristo quando estivesse planejando uma nova igreja.

Se você já foi ao circo e viu aquela típica entrada dos palhaços, em que um carro minúsculo surge no meio do palco, e de dentro dele sai uma porção de palhaços que logo se espalham pelo meio da platéia causando risadas e até alguns sustos, você tem alguma idéia do que aconteceu na minha cabeça quando eu ouvi isso. Mas sem a parte engraçada. “Jesus mencionou a igreja explicitamente apenas duas vezes!”, pensei. “Há mais de 20 outros livros no Novo Testamento que são cartas com instruções a igrejas!”, pensei. “Quem foi que te deu tanta responsabilidade?”, pensei. “O que foi que te ensinaram no seminário?”, pensei. “Como foi que Deus te disse isso?”, pensei. “O que mais ‘Ele’ falou?”, pensei.

E tinha mais. Eu não disse nada, em parte pela surpresa, em parte pelo medo do que eu pudesse dizer. Após algumas perguntas respondidas com grunhidos, decidi dizer alguma coisa simples sobre como havia outros livros do Novo Testamento que o Espírito de Cristo inspirou particularmente para direcionar igrejas, e que eu esperava que ele também levasse em conta, e logo dei um jeito de sair dali.

Espero que minha surpresa diante disso tudo não tenha ficado muito evidente.
Situações como essa – e muitas outras – que aconteceram nos últimos anos que me encorajou a refletir sobre a importância da doutrina da suficiência da Escritura. Essa doutrina foi um dos pontos fundamentais da Reforma Protestante. Uma das maiores disputas entre Roma e os Reformadores era se Deus havia de fato prometido que continuaria provendo instruções inspiradas e inerrantes através de Pedro e seus sucessores. Roma afirmava que era isso que Jesus havia ensinado em Mateus 16.

Os reformadores negavam isso, dizendo que, pelo contrário, a Escritura por si só era suficiente para instrução, mediante a iluminação de nossas mentes pelo Espírito Santo. Eles ensinaram que as Escrituras são claras e suficientes. Questões importantes seriam claras ao entendimento, não obscuras. E as Escrituras, se vistas como um todo, seriam suficientes para nossa necessidade de orientação divina. Existem muitas outras questões relacionadas a isso, mas o que devemos levar em conta aqui é simplesmente que as Escrituras são suficientes.

Enquanto o protestantismo Evangélico como um todo continuou a ensinar assim – margeado pela declaração de autoridade da igreja de Roma e a tradição pela direita, e declarações subjetivas de autoridade da “luz interior” de cada um pelos Quakers pela esquerda – surgiu outro pensamento em meio ao evangelicalismo. Mais em nossa vida prática do que na teologia escrita, surgiu a idéia de que a Palavra escrita de Deus deve se tornar a Palavra de Deus a nós pessoalmente por meio de algum tipo de poderoso encontro com ela ou com seu significado. Isso não acontece em meio à leitura de textos sobre divindade, como muitos teólogos Neo-Ortodoxos como Karl Barth imaginavam, mas prática comum e corriqueira. Lembro-me de outro amigo que participou de um grupo evangélico de estudantes, onde ficaram por duas horas cantando, orando sinceramente e clamando que Deus falasse com eles, enquanto por todo esse tempo suas Bíblias ficaram fechadas em seus assentos. Esse é o problema que a prática do “Deus me disse” com a suficiência da Escritura. E se nossos pastores e líderes não entendem que a Escritura é suficiente, não devemos nos surpreender os membros de nossas igrejas, em uma sincera busca pela verdade, forem até Roma, de um lado, ou ao subjetivismo liberal, do outro, buscando algum tipo de autoridade que seja suficiente. Os Mórmons, em particular, se aproveitam da fraqueza dos evangélicos nesse ponto de terem pouca instrução a respeito da suficiência da Escritura.


Essa questão é vital para nós pastores, particularmente se formos pastores que valorizam a centralidade da exposição bíblica em nosso ministério. Um entendimento da suficiência da Escritura é o contexto em que afirmamos, mantemos e praticamos a centralidade da Escritura na vida da igreja.
Vinte anos atrás, em meio à enxurrada de escritos sobre a inerrância da Escritura, pouco foi escrito sobre a suficiência da Escritura. Ela apareceu em escritos sobre a visão dos Reformados sobre a Escritura. Então você podia ler um grande artigo de R. C. Sproul, “Sola Scriptura: Crucial ao Evangelicalismo”, no livro Os Fundamentos da Autoridade Bíblica, editado por James Montgomery Boice. Mais recentemente, Wayne Grudem escreveu um capítulo muito bom sobre a suficiência da Escritura em sua Teologia Sistemática. As últimas páginas são dedicadas às aplicações práticas da doutrina, e há muita sabedoria nelas. Ele afirma claramente que “quando estamos enfrentando problemas de genuína importância em nossa vida cristã, devemos buscar a Escritura com a confiança que Deus nos proverá orientação através dela para o nosso problema”.
Se vamos nos comprometer com o pastoreio das ovelhas, levando-as à Palavra de Deus, devemos estar aptos a responder o que significa a suficiência das Escrituras. Devemos saber, considerar, explicar e ensinar que as Escrituras são suficientes. Eu sei que elas são. Deus me disse:
Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra. (2 Timóteo 3.16-17)



Traduzido por Filipe Schulz

domingo, 21 de dezembro de 2014

Um, Outro e Eu

Um, Outro e Eu

Em uma eventual reunião, um, outro e eu começamos a conversar sobre nossas igrejas e sobre nossa real motivação no Evangelho.

Um disse:

"Na minha igreja, o culto começa pontualmente, os louvores são solenes, os irmãos usam terno e as irmãs usam saia ou vestido, fazemos tudo conforme a "revelação" de nossa liderança, temos usos e costumes, nossa doutrina é "especial", pois Deus quis revelá-la apenas para nós, pois somos "um povo único" e o culto só existe se houverem dons espirituais em evidência, pois, "se não tiver dons, não tem culto" e a pregação é "além da letra" porque a "letra mata, mas o espírito vivifica". Em minha igreja, sabemos orar corretamente, pois Deus nos ensinou o que dizer em cada oração e antes de nós, todos faziam errado. Nosso Evangelho é "revelado", pois o da Bíblia é ineficaz e o Espírito Santo precisou ditar novas coisas e novos métodos... Lá aprendemos a amar nossa denominação mais que nossa família, pois somos "devedores" e precisamos "pagar" nossas dívidas através de nossos esforços em prol de nossa santa instituição, pois ela é a Noiva de Jesus e o restante são "primas". Lá, nós madrugamos e jejuamos e fazemos questão de mostrar que estamos na benção e, por cumprir todas as ordenanças, nos tornamos aptos para cobrar e requerer dos outros o mesmo esforço. Na minha igreja, se um irmão decidir sair, logo perdeu a benção e vai "perder sua salvação" por isso. Isso se ele não morrer e for comido por um câncer ou coisa parecida, pois deixou o único lugar onde Deus fala...[...]"


Eu me admirei e disse:


"Olha, muito bom, parabéns!". Em meio a tantos cristãos na face da terra, sua igreja é a única que Deus se agrada. Parabéns por tamanha santidade...


Mas o outro, em meio a "edificante" e farisaica explanação disse:


"Na minha igreja o povo é diferente. É mais pobre e necessitado, pois não podem "ajudar a Deus" na salvação, pois eram depravadamente perdidas no pecado e Deus teve que resgatá-las apenas com os méritos de Jesus Cristo para concedê-las vida. Nós oramos, jejuamos e madrugamos porque necessitamos muito de Deus e amamos sua presença. Na minha igreja existem homens, mulheres e crianças alcançadas pela graça e misericórdia de Deus, pessoas que não merecem a salvação, mas que foram salvas, em fim, pelo Soberano Deus. Na nossa igreja... Ah! Aprendemos que não somos nada! Não "ajudamos" em nada nosso Deus em relação à nossa salvação, pois é obra exclusiva e soberana dele, por isso aprendemos o caminho da humildade e da submissão ao Evangelho. Existem ali pessoas cheias de defeitos, falhas e pecados, mas que se renovam a cada dia em Cristo e tal renovo é contínuo e transformador, tanto, que elas passam a amar mais as pessoas, os irmãos e, suas obras, evidenciam a presença viva de um Deus generoso. O entendimento do Evangelho da graça e da generosidade constante desse Deus tem promovido ali pessoas bem humildes que sentem a necessidade de contribuírem - também generosamente e livremente - para o Reino através de vidas edificadas na Palavra de Deus e na genuína revelação de Jesus Cristo. Na minha igreja as pessoas não externizam através de usos e costumes que "são da benção", mas, existencialmente elas provam que são uma benção pela graça, pelo caráter, pela família edificada e pela regeneração que há nelas obrada por um Santo Espírito cuja obra é eficaz. A liderança de nossa igreja necessita bastante de oração, pois são homens como cada um de nós. Minha igreja é simples, pois não tem dono. Lá precisamos sempre escolher em meio a congregação e sob a comunhão da mesma nossas lideranças. Lá aprendemos que somos fracos o suficiente para não nos aventurarmos em "novas revelações" e por isso não evidenciamos os usos de dons 'revelacionais' e nem buscamos adivinhar situações alheias para que assim possa haver um culto, pois lá - quando reunimos - existe um Deus vivo que recebe nosso louvor porque Ele nos capacitou para ofertarmos tal louvor... Lá a Palavra está no centro do culto, pois Jesus é o centro do culto e Cristo é revelado nas Escrituras. Portanto, somos fracos, necessitados, mas estamos firmes na fé pela graça de um Deus forte, soberano cuja obra é eficaz e não nos traz encargos humanos e legalistas, mas sim suavidade para servir com alegria, amor, devoção sincera e ajuda mútua, na qual chamamos de verdadeira comunhão".

Eu disse:


"É isso que quero viver! Fui liberto para servir em entendimento e graça. Quero o Evangelho santo da graça e não o outro evangelho da religiosidade".


Assim, caminhamos juntos olhando para o alto de onde vem nossa salvação, esquecendo o que para trás ficou e prosseguindo para o alvo da soberana vocação e, dessa forma, não mais vivemos nós, mas Cristo, de fato, vive...



Filipenses 3 - 7. Mas o que para mim era lucro passei a considerá-lo como perda por amor de Cristo;
8. sim, na verdade, tenho também como perda todas as coisas pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como refugo, para que possa ganhar a Cristo,
9. e seja achado nele, não tendo como minha justiça a que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela fé;
10. para conhecê-lo, e o poder da sua ressurreição e a participação dos seus sofrimentos, conformando-me a ele na sua morte,
11. para ver se de algum modo posso chegar à ressurreição dentre os mortos.
12. Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas vou prosseguindo, para ver se poderei alcançar aquilo para o que fui também alcançado por Cristo Jesus.
13. Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão adiante,
14. prossigo para o alvo pelo prêmio da vocação celestial de Deus em Cristo Jesus.




(Gabriel F. M. Rocha)

sábado, 20 de dezembro de 2014

O conceito bíblico de "a letra mata e o Espírito vivifica"

O conceito bíblico de "a letra mata e o Espírito vivifica"


(Por Gabriel F. M. Rocha)

Diante de algumas leituras que andei fazendo por aí, senti a necessidade de postar novamente a análise de 2 Cor 3:6, pois, através desse texto isolado, algumas pessoas com sérias tendências farisaicas e religiosas estão justificando dogmas e doutrinamentos de alguns grupos cuja característica principal é o sectarismo religioso e o exclusivismo denominacional.

Considerações iniciais:

A Igreja de Jesus Cristo (seu Corpo) deve atuar frente ao mundo na pregação expositiva do Evangelho sem retoques e sem "fermentos" que levedam a "massa", pois o Evangelho é o poder de Deus para aquele que crê. O Evangelho transforma vidas através da Revelação do Cristo vivo e glorificado (Jesus é a própria manifestação da graça e misericórdia de Deus) e através da operação regeneradora e remidora do Espírito Santo. Portanto, deve-se - sem medo e sem libertinagens, formalismos (e legalismos) pregar a Mensagem da Cruz!
Portanto, a teoria acadêmica da teologia deve ser restrita apenas àqueles que se interessam em aprofundar-se no conhecimento da mesma. O incentivo da Igreja, dos pastores, professores e líderes diversos em relação à membresia deve ser dado para que TODOS leem a Bíblia e aprendam sobre a fé e prática das Escrituras. A leitura da Bíblia deve, portanto, ser incentivada! Sem "novos ensinos" e "novas revelações". Sem ocultismos e apelos legalistas e farisaicos da religiosidade. Sem introdução do Velho Tetamento no seio da igreja, pois o sangue de Cristo abriu o novo e vivo Caminho pela graça de Deus. Logo, nosso esforço a partir de então é vão. 

O querer justificar as bençãos de Deus através de nossos méritos é anulação da graça ou, no mínimo, não entendimento do Evangelho de Jesus Cristo. Mas a leitura e o estudo devem ser incentivados através de um importante meio de graça: a oração. Dois meios de graça importantíssimos para a formação do caráter cristão destacamos aqui: a oração e a leitura devocional da Bíblia. Além do frequentar a igreja, do louvor, etc.
Com isso, cria-se uma dependência do Espírito Santo e, ao mesmo tempo, dá-se lugar para que a obra do Espírito Santo venha ser aperfeiçoada até o último dia (Cl 1: 6), pois a Bíblia tem todos os elementos espirituais necessários para que o crente possa caminhar firme, constante e abundante naquilo que lhe foi proposto.
A Bíblia, portanto, deve ser lida sob a tutela do mesmo Espírito Santo. Ele ensina, Ele exorta, Ele confronta, Ele liberta, Ele transforma, Ele capacita, Ele dá o entendimento, Ele redime, Ele envia. Portanto, a leitura da Bíblia está em paralelo com a dinâmica da Obra do Espírito Santo na vida do crente e, de forma paralela, evidencia a salvação e efetiva a segurança da mesma. O crente que lê, estuda, analisa e pratica a Bíblia, cresce em graça e conhecimento e é "pau para toda obra". É capacitado para o serviço santo, pois conhece e sabe em quem tem crido, porque a fé já foi gerada pelo Palavra. (Rm 10: 17).
No caso específico de 2 Cor 3: 6, Paulo estava dizendo que: nos tornamos aptos para a fé e prática cristã operante por causa dos méritos de Cristo. Isso pode ser identificado pelo contexto. A partir disso, ele deixa claro que somos ministros agora de uma nova aliança (Novo Testamento) por Cristo. Portanto a Lei (letra) já não tem a eficácia para salvar. Pelo contrário, ela mostra o pecado e, se mostra o pecado, mostra a morte. Portanto, "mata". Se a letra (Lei) não salva, logo o homem (que é já destituído da glória de Deus) morre em seu natural processo ordenado por Deus. Paulo não está falando de uma morte obrada ativamente pelos escritos da Lei, mas sim da sua ineficiência em salvar, sendo que Cristo (o Suficiente e Perfeito), agora pela graça, poderia salvar mediante sua obra redentora. Concluindo: participamos agora do ministério do Espírito Santo, aquele que dá vida, ou seja, vivifica. Em momento algum Paulo falava da invalidez das Escrituras ou dizia que precisaríamos buscar "novas revelações" "além da letra", porque "a letra (Bíblia) mata". Isso, além de abstração, é ignorância e ofensa às Escrituras.
Portanto, a "letra" que meta é a "letra" do legalismo denominacional e religioso que se traveste de piedade e humildade, mas está cheio de rapina farisaica, impondo ritos, costumes e dogmas "além da letra" e, assim, embaçando a graça de Deus no entendimento alheio.
O objetivo mascarado desse entendimento através de uma citação isolada da Bíblia (em que muitos usam para incentivarem o membro a não ler a Bíblia a fim de não ter sua Cor 3: 6) é promover a manutenção das fábulas que criaram sob a égide da "nova revelação" (ou do outro evangelho). Não querem que seus dogmas sejam analisados à luz das Escrituras, pois sabem que não se sustentam pelo crivo da mesma. 
Já sabemos que Jesus é o clímax da revelação de Deus: "Ninguém jamais viu a Deus. O Deus unigênito, que está no seio do Pai, esse o deu a conhecer" (Jo 1.18). Jesus é a maior revelação de Deus e, todas as outras inspirações e revelações de Deus aos homens por parte do Criador, eram para mostrar Jesus. A finalidade da revelação é tornar Deus conhecido dos homens.
Para isso, as Palavras do Deus espiritualmente e intelectualmente superior à razão dos homens devem ser mostradas pelo Espírito Santo, aquele que “vos ensinará todas as coisas”. Veja em João 17 que a função do mesmo Espírito Santo é dar ao mundo (através da Igreja) o conhecimento de Deus. Isso configura um caráter explicitamente espiritual e será pela revelação do Espírito Santo que tal conhecimento pode chegar aos homens distantes de Deus. Mas o que precisamos entender, de fato, aqui é o seguinte: Isso não significa dizer que o texto literal é inválido. Inclusive, o Novo Testamento já nos é revelado, pois trata-se exatamente da revelação de Jesus. Jesus, no Antigo Testamento, estava oculto. No Novo Testamento, Ele é revelado e nas cartas neotestamentárias, Ele é conhecido e sua doutrina é explicitada. Quem diz ou ensina que a leitura literal da Bíblia é inválida ou que devemos "espiritualizar" a Bíblia a fim de encontrar "novas coisas" está cometendo um grave erro baseado num versículo isolado da Bíblia em (IICor 3:6)
“[...] porque a letra mata, mas o Espírito vivifica”.
Como já destacamos aqui, Paulo não falava da invalidez das Escrituras, mas sim da validez da mesma sobre a intervenção inspiradora, reveladora e iluminadora do Espírito Santo, sendo que, no contexto da carta ele explica que a Lei não tinha mais a eficácia para a salvação e que tal graça era mérito de Cristo pela vivificação do Espírito Santo. Paulo falava da Lei e isso não pode fazer alusão à Bíblia que hoje nós temos que é a revelação de Deus. Porém a expressão “letra”, do grego “gramma” que pode falar da Lei, mas pode falar do livro todo, uma epístola e Escrituras (considerando que ali não existia só a Lei, mas a Lei e os Profetas). Essa expressão grega vem do substantivo “grapho” = “escrever” e remete ao sentido literal da escrita. Então não podemos ignorar que Paulo advertia a igreja do mau uso da letra literal, fundamentalista e religiosa.
Mas o que vale como informação central nesse texto é o seguinte: Não é a Lei e nem a Palavra de Deus escrita, em si mesmas, que matam. Trata-se, pelo contrário, das exigências da Lei, que sem a vida e o poder do Espírito, trazem condenação (veja em Jr 31:33; Rm3:31). Mediante a salvação em Cristo, o Espírito santo concede vida e poder espiritual ao crente no manejo das Escrituras que também são vivificadas.
Trocando em miúdos e tendo em vista todo o contexto, Paulo disse assim: "a Lei (grego = "gramma" que pode ser traduzido também por "letra") mostra o pecado, mas o Espírito (grego = pneuma) mostra a Vida. Contudo, podemos em segurança dizer que a Vida mostrada pelo Espírito Santo na Palavra é a Revelação de Jesus Cristo, corroborando assim com as próprias palavras de Paulo.
“a Lei mostra o pecado e o Espírito mostra a vida”. Tal afirmação corrobora também com todo o contexto que explica que: pela Lei não podemos nos salvar, mas por Cristo sim.
O que mata, de fato, são as exigências da Lei tão operantes em algumas igrejas, usos e costumes exacerbados, legalismo religioso, farisaísmo, sectarismo, etc. Isso tende a abafar a fé e fazer com que a mesma não dê seus devidos frutos na constante anulação da graça. Não que a graça seja vencida e resistida, mas é negada e essa negação (pela religiosidade operante) será paga com terrível condenação.
Até que ponto sua igreja, de fato, é igreja compromissada com a Palavra de Deus a fim de te dar todo o apoio necessário para o crescimento pessoa e congregacional? Ou até que ponto as concepções dogmáticas estranhas às Escrituras imperam ali dentro? Tais conceitos são justificados pela Palavra?
Se sua denominação, através de sua liderança, ensina que ela (a igreja) surgiu por meio de uma "nova revelação" e que você está na igreja perfeita, na única obra de Deus, no único lugar que Deus fala, numa igreja "mais especial" e única "igreja fiel a Cristo", e que, se você sair dela, você não tem mais a benção de Deus, ou, que usa "dons espirituais" (ou supostos dons espirituais) para manipular e formatar mentes, ou se tem um conjunto de doutrinas e práticas que não se justificam pelas Escrituras e ainda são sustentadas por argumentos abstratos como "doutrina revelada" ou coisa parecida, ou, não apresenta uma estrutura fiscal clara para a congregação a fim de cometer diversas promiscuidades com as arrecadações financeiras, ou se tem um líder que não abandona a liderança por nada, pois a igreja pertence ele, ou se a liderança é corrupta e já estampou capas de jornais e noticiários televisivos por causa de escândalos e os tais continuam em suas funções de liderança sem qualquer sinal de arrependimento, ou, se dizem que você não precisa estudar a Bíblia, pois a "letra mata" e usa outros textos fora de contextos em pretextos para sustentar suas heresias, ou, se firmam em usos e costumes diversos, te medem pelo que você veste e promove amor denominacional acima do amor pelas vidas, sinto em te informar: o legalismo mata! Você está num lugar complicado. A Lei anula a genuína piedade. Se queres crescer em graça e em crescimento na fé e no conhecimento de Jesus Cristo, você já tem vários motivos para não congregar ali e procurar um lugar onde o Evangelho é pregado conforme a graça divina e conforme os parâmetros das Escrituras (que é a Revelação de Deus na Pessoa Ressurreta e Glorificada de Jesus Cristo).
Enfim, termino com a palavra do Rev. Augustus Nicodemus que fala a respeito dessa má (e tendenciosa) interpretação de “a letra mata...” como “desculpa de quem não tem nem argumento e nem exemplo para dar”.

(Por Gabriel F. M. Rocha)



Gabriel F. M. Rocha é membro da Oitava Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte, professor, pesquisador, graduado em História (licenciatura e bacharelado), pós graduado em Sociologia e mestrando em Filosofia nas áreas de Ética e Antropologia.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Prosseguindo para o Alvo: a caminhada cristã e a nossa perfeição em Cristo.

Prosseguindo para o Alvo: a caminhada cristã e a nossa perfeição em Cristo.


(Por Gabriel F. M. Rocha)


          A caminhada cristã se caracteriza especialmente por ser, ao mesmo tempo, uma jornada e uma expressão existencial teleológica, ou seja, dotada de um telos (expressão grega que faz alusão a um fim relacionado a uma ordem estabelecida). Veja em Filipenses 3: 14. Nossa jornada se polariza basicamente em duas finalidades que, embora específicas, não estão separadas e se concretizam de forma concomitante. Falo da finalidade específica do crente, a saber, alcançar a perfeição em glória através da salvação e do Triunfo de Cristo (Fp 3: 12-16). A outra finalidade (que é geral) é a Eternidade de Deus (João 6: 51) através da graça soberana desse mesmo Deus, da obra salvífica de Cristo mediante os méritos desse mesmo Cristo e da obra de regeneração (constante e segura) do Espírito Santo.
          Essas duas finalidades não se separam, sendo as duas, de igual forma, de extrema importância. Embora não participemos do ato da salvação divina (que é por graça e soberania de Deus e é segura em Cristo), nós - pela vida cheia do Espírito Santo – caminhamos rumo à perfeição e glória de Cristo. Sobre isso, apontamos algumas verdades referentes à nossa jornada como cristãos:

1)        Andando conforme a Palavra, congregando e trabalhando para o Reino, nós crescemos a cada instante em graça, conhecimento (2 Pd 3: 18) e fé (Rm 3: 28);

2)        E, através da firmeza de nossa caminhada (Lc 13: 33) e da constância no serviço do Evangelho (1 Cor 16: 13), desenvolvemos a nossa salvação com temor e tremor (Fp 2: 12);

3)        Sendo Deus mesmo quem nos faz perseverar no caminho (Fp 2: 13) dando-nos a graça, disposição, força e oportunidades;

4)        Assim, evidenciamos cada dia (em nossa existência e em nossos corpos) o início (motivação) e o fim (consumação) de nossa caminhada, palavras, gestos e ações. Jesus é o Início (João 1: 1-3) e o fim (Mt 28: 20), o Alfa e o Ômega (Ap 1: 8). Através de nossas vidas, evidenciamos Jesus. Mostramos Jesus ao mundo (João 17: 22, 23). Por isso precisamos ser sal e luz do mundo (Mt 5: 14);

5)        Por fim, precisamos dar razão de nossa fé em Jesus Cristo através de nossas obras (Tg 2: 17);

6)        No entanto, sem amor, genuína entrega e piedade, tudo se perde e se torna vão (veja em 1 Cor 13)

          Mas, para que nossa caminhada venha se efetivar como caminhada de sucesso e crescimento rumo ao fim estabelecido, precisamos ter em mente que Deus é quem nos dá todas essas oportunidades. Só dessa forma é que nosso coração se torna um altar para Deus através do reconhecimento de sua graça e misericórdia. Precisamos colaborar para que o Espírito Santo venha realizar e consolidar sua obra em nossos corações (Cl 1: 6). Muitas são as oportunidades e meios pelo qual Deus nos induz ao fim desejado (Fp 2: 13).

          Contudo, aqui, quero falar, de forma bem especial, de uma oportunidade (ou meio de graça) que Deus dispôs para que venhamos desenvolver nossa salvação e avançarmos para o alvo, a fim de concluirmos a carreira que nos foi proposta desde a Eternidade.
          Uma das tantas oportunidades e recursos oriundos da graça divina é a CONGREGAÇÃO. Isso! A nossa igreja é um dos tantos meios de graça que Deus nos concedeu para que venhamos nos tornar crentes melhores, aptos para o serviço do Reino e perfeitos em Cristo (mesmo que tal perfeição venha ser concluída em glória).

          Pertencer a uma igreja não é simplesmente bom. É mais que isso. É necessário. Não é algo que possa ser prescindido (Hb 10: 25). A Bíblia nos ensina que congregar é benção, pois é na comunhão da congregação que, efetivamente, somos membros do Corpo espiritual de Cristo. De fato, somos membros do Corpo de Cristo quando recebemos a fé, mas o ser membro ajustado desse Corpo é ser regenerado, genuinamente piedoso, disposto, servo, canal de benção para o outro, obediente, fiel, operante, assíduo e participante de forma geral da comunhão da igreja. A Igreja como congregação é um recurso da graça divina para que os crentes desenvolvam – cada um – sua vida cristã pessoal e, de forma concomitante, para que toda a igreja cresça na missão proposta pelo Evangelho a fim de edificar o Corpo de Cristo e evidenciar a Boa Notícia no mundo.
           Por que o congregar em nossa igreja é importante? (...)

Continua na próxima postagem



Gabriel Felipe M. Rocha



domingo, 7 de dezembro de 2014

Uma necessária reflexão:

Uma necessária reflexão:

A caminhada cristã é teleológica, ou seja, ela é dotada de um telos (fim) que se polariza basicamente em duas finalidades que, embora específicas, não estão separadas e se concretizam de forma concomitante. Falo da finalidade específica do crente, a saber, alcançar a perfeição em glória através da salvação e do Triunfo de Cristo. A outra finalidade (que é geral) é a Eternidade de Deus através da graça soberana de Deus, da obra salvífica de Cristo e da obra de regeneração do Espírito Santo. Essas duas finalidades não se separam, sendo as duas, de igual forma, de extrema importância. Embora não participamos do ato da salvação divina (que é por graça e soberania de Deus e é segura em Cristo), nós - pela vida cheia do Espírito Santo - crescemos a cada instante em graça, conhecimento e fé através do sucesso de nossa caminhada, sendo Deus mesmo quem nos faz perseverar no caminho dando graça, disposição, força e oportunidades.

Uma das tantas oportunidades e recursos oriundos da graça divina é a CONGREGAÇÃO. Isso! A nossa igreja é um dos tantos meios de graça que Deus nos concedeu para que venhamos nos tornar crentes melhores e aptos para o serviço do Reino.

Pertencer a uma igreja não é simplesmente bom. A Bíblia nos ensina que congregar é algo indispensável, pois é na comunhão da congregação que, efetivamente, somos membros do Corpo de Cristo. De fato, somos membros do Corpo de Cristo quando recebemos a fé, mas o ser membro é ser operante, assíduo e participante da comunhão da igreja.

Mas aqui entra o conteúdo central de nossa reflexão: até que ponto sua igreja, de fato, é igreja compromissada com a Palavra de Deus a fim de te dar todo o apoio necessário para o crescimento pessoa e congregacional?


Se sua denominação, através de sua liderança, ensina que ela (a igreja) surgiu por meio de uma "nova revelação" e que você está na igreja perfeita, na única obra de Deus, no único lugar que Deus fala, numa igreja "mais especial" e única "igreja fiel a Cristo", e que, se você sair dela, você não tem mais a benção de Deus, ou, que usa "dons espirituais" (ou supostos dons espirituais) para manipular e formatar mentes, ou se tem um conjunto de doutrinas e práticas que não se justificam pelas Escrituras e ainda são sustentadas por argumentos abstratos como "doutrina revelada" ou coisa parecida, ou, não apresenta uma estrutura fiscal clara para a congregação a fim de cometer diversas promiscuidades com as arrecadações financeiras, ou se tem um líder que não abandona a liderança por nada, pois a igreja pertence ele, ou se a liderança é corrupta e já estampou capas de jornais e noticiários televisivos por causa de escândalos e os tais continuam em suas funções de liderança sem qualquer sinal de arrependimento, ou, se dizem que você não precisa estudar a Bíblia, pois a "letra mata" e usa outros textos fora de contextos em pretextos para sustentar suas heresias, ou, se firmam em usos e costumes diversos, te medem pelo que você veste e promove amor denominacional acima do amor pelas vidas, sinto em te informar: você está num lugar complicado. Não que Deus não fale ali, não opera sinais e concede bênçãos. Isso Ele faz porque a benção e a salvação pertencem a Ele e não a instituições humanas e religiosas. Mas se queres crescer em graça e em crescimento na fé e no conhecimento de Jesus Cristo, você já tem vários motivos para não congregar ali e procurar um lugar onde o Evangelho é pregado conforme a graça divina e conforme os parâmetros das Escrituras (que é a Revelação de Deus na Pessoa Ressurreta e Glorificada de Jesus Cristo).

O Evangelho produz pessoas melhores para honra e glória de Deus e não de homens e instituições e denominações. De todos os motivos bíblicos que você tem para viver aquilo que Deus tem estabelecido em sua Palavra, nós destacamos pelo menos um:

Se sua igreja se identifica com algumas dessas características (ou todas elas), sua igreja não é bíblica. Mesmo falando de Jesus, eternidade e fé, ela está afastada dos parâmetros bíblicos e se fecha em sectarismo religioso ou denominacionalismo exacerbado. Isso é perigoso, pois gera crentes com alguns problemas sérios no que tange o amadurecimento cristão e o necessário crescimento em graça, em espírito, fé e conhecimento.  Pode gerar crentes (e talvez você que está lendo pode ser um) que se preocupam mais com suas funções e crescimentos ministeriais do que o efetivo trabalho em prol de vidas. Pode gerar fariseus que medem os outros irmãos o tempo todo e se colocam como fiscais da vida alheia, vigiando o próximo a fim de verificar se o mesmo cumpre a inúmeras legislações e regras  da igreja e se o próximo jejua, madruga e é assíduo em cultos, gerando acusações, falsos dons espirituais condenatórios, inimizades, contenda, inveja. Tudo isso ao invés da genuína comunhão, abraço, exortação, cuidado, repreensão em fé e graça e edificação. Muitos (por obra do Espírito Santo) superam essas aporias geradas nessas sinagogas através de uma vida verdadeiramente piedosa, bondosa e cheia dos frutos do Espírito Santo.

Reveja sua postura. Leia a Palavra de Deus longe dos critérios cegos de sua denominação e procure viver a Palavra. Não! A Bíblia não mata, pode ler tranquilo...  "a letra mata e o Espírito vivifica" é outro contexto. Seja como os crentes de Beréia, vá às Escrituras verificar se o que ensinam em sua congregação procede mesmo como falam. Deus iluminará! Eu mesmo (que escrevo) procuro fazer isso, pois preciso a cada dia alcançar a perfeição, embora é certo que não a alcançarei aqui, a não ser em glória com Cristo. Quero a cada dia ser melhor e desfazer constantemente do velho homem, por isso sei o quanto a presente reflexão é pertinente.

Que Deus nos ajude.


Gabriel F. M. Rocha.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Já Fui Um Fariseu



O texto que compartilho é um texto de meu estimado amigo Dan Russel. É um texto para nossa reflexão e, pretendi um dia escrever algo no mesmo sentido, mas o tal já expressa exatamente aquilo que precisei mostrar e o que fui e que deixei de ser quando passei a querer viver o Evangelho como ele é (conforme a Palavra), deixando o legalismo religioso e o sectarismo denominacional que, infelizmente, está em vigência em muitos lugares que se autodenominam "especiais" e "únicos"mas que, na verdade, estão cheios de rapina, heresia, engano, aparência de piedade, famílias destruídas e sepulcros caiados. Espero que gostem. Bom texto mesmo. (Gabriel Felipe M. Rocha)

Já Fui Um Fariseu

Fariseu, uma palavra que vem do Grego PHARISAIKOS e do Hebreu P’RISHAYYA, relativa ao verbo PARUSH, que significa “SEPARADO ou SEPARAR”.
De acordo com o Índice de Temas em Cadeia da Bíblia Thompson - Almeida Edição Contemporânea Revisada - o farisaísmo era um partido judaico que se identifica basicamente por três princípios, quais sejam:
1 – punham muita ênfase na observância de ritos e cerimônias;
2- consideravam-se possuidores de piedade superior e se separavam da gente comum;
3 – criam na imortalidade da alma, na ressurreição do corpo e na existência de anjos e espíritos.
Note, o leitor, que dentro de suas três características, uma estava correta, de acordo com as Sagradas Escrituras: os fariseus criam na imortalidade da alma, na ressurreição do corpo e na existência de anjos e espíritos. Neste ponto estavam corretos, contudo, nos outros dois, demasiadamente equivocados.
Dar ênfase a ritos e cerimônias leva o homem a preocupar-se mais com o exterior (aparência) do que com o interior. Esse, inclusive, era um dos piores males dos fariseus. Outrossim, considerar-se superior em piedade e separar-se das pessoas comuns é ir contra um dos grandes mandamentos do Deus vivo: “que os irmãos vivam em união”.
Nesta senda, com um olhar mais atento, observa-se algo assustador: O FARISAÍSMO CONTINUA VIVO NOS DIAS ATUAIS. O sistema continua o mesmo. Nele, há algumas verdades, porém há muito mais mentiras, sendo esse o seu perigo: apresentar mentiras sutis e destruidoras, acobertadas por algumas verdades.
Jesus entra, então, neste cenário, combatendo veementemente o farisaísmo, justamente porque os fariseus, por apresentarem algumas verdades e por se preocuparem excessivamente com a piedade aparente, consideravam-se superiores a todos os homens.
Não é sem motivo que Jesus os chama de “sepulcros caiados”, como ele diz em Mateus 23:27: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia”.
Esses sepulcros caiados eram sepulcros enfeitados. Sim, por mais mentiras, ladroíces, traições e enganos que existissem dentro de suas sinagogas, os fariseus não se arrependiam diante de Deus e, consequentemente, aparentavam, diante da população, serem santos e irrepreensíveis.
Jesus, durante todo seu ministério, travou diversos embates com esses religiosos hipócritas, sendo que grande parte de suas mazelas, atravessando milênios, continuam vivas no coração de muitos crentes contemporâneos.
Dentre elas, podemos destacar as seguintes:
“mazelas dos fariseus com seus familiares”: em Mateus 15: 4-9 Jesus aponta que os religiosos davam mais importância às suas tradições do que aos seus familiares, anulando assim o mandamento do Senhor. Não é diferente hoje. Quantos jovens, homens e mulheres, estão abandonando seus familiares, “em nome de Deus”, para servirem à tradição dos homens. Há algumas religiões que não dão espaço para seus membros: feriados após feriados, finais de semana após o outro, promovendo encontros e eventos, desgastando suas comunhões familiares, pensando agradar a Deus, não percebendo que agem como os fariseus, desonrando o mandamento do Senhor; mulheres viúvas de maridos vivos; filhos órfãos de pais vivos; não por acaso, muitos perdidos na pornografia e sexualidade, mas sempre mantendo a aparência de santos irrepreensíveis;
“preocupação excessiva com os ritos e cerimônias” - Mateus 15:11 – os fariseus criticaram Jesus e seus discípulos por comerem com as mãos sujas. Preocupavam-se em demsia com os rituais, com a aparência, pois não conheciam a liberdade que Cristo veio lhes proporcionar. Hoje, alguns fariseus não permitem louvar a Deus com as mãos para o alto; não permitem dizer: “obrigado Senhor”, tudo ao seguinte argumento: “é uma orientação de Deus!” Hipócrita, Deus não se importa se a mão está para o alto ou para baixo, se a mão está suja ou se está limpa, se está calçado ou descalço, ele se importa com a pureza e integridade do coração. Não há imoralidade, indecência ou desordem em levantar as mãos a Deus. O fariseu preocupa-se com a aparência e se esquece do coração. “não ore dizendo “obrigado Senhor”, diga “agradeça”. Hipócrita! Não é a palavra, é o coração;
“a hipocrisia”: Mateus 23:25 – Jesus os chamou de hipócritas por diversas vezes. Mas é isso mesmo que são, pois falam uma coisa e fazem outra. Esse é o mal do fariseu; diz: “não somos crentes, somos servos do Senhor”, mas não se sujeita à palavra de Deus. Diz: “somos sérios”, mas faz meninices; diz: “não pregamos sobre dízimos”, mas vigia se seus prosélitos estão dizimando; diz: “temos dons”, mas são pouquíssimos os dons que se cumprem; diz: “nossos pastores não são remunerados”, mas se esquece que Deus manda remunerá-los “I Cor 9:13-14”; prega sobre o amor, mas aplaude seus pastores arrogantes e mal educados e expulsa os mendigos, os bêbados e os oprimidos das portas de suas sinagogas; prega a liberdade, mas escraviza seus fiéis com imposições humanas; às vezes, raramente, diz com orgulho: “nossos pastores são leigos”, mas se esquecem que Deus disse que “daria pastores que apascentariam com inteligência “Jer 3:14; fala de perdão, mas apedreja os que confessam os seus pecados, esquecendo-se do amor, da misericórdia, da justiça e do evangelho; fala de união (corpo), mas o “corpo” é somente a sua instituição, a ponto de se sentirem culpados ou serem disciplinados por visitarem outras denominações e não permitirem a visita de outros pastores em suas reuniões; diz que jejua, mas o faz dormindo; “madruga”, mas o faz por aparência e não consegue ficar uma noite em vigília de oração; diz que é feliz com Jesus, mas vive murmurando, sentindo ódio e rancor no coração.
“o fermento dos fariseus”: “um pouco de fermento leveda toda a massa”. Não basta haver algumas verdades, uma mentira só anula todo o evangelho de Cristo. O farisaísmo hoje prega a Jesus como o único e suficiente salvador, mas prega também que seu sistema é “a obra – filho único” - mentira! Obra, filho único, é Jesus, não um emaranhado de dogmas e doutrinas que destoam a palavra de Deus e confundem corações e mentes fragilizadas. Não é um sistema. Não é um movimento separatista (fariseu); obra filho único é o evangelho de Jesus vivido por milhares de crentes em todo o mundo; “Deus amou o mundo de tal maneira que enviou seu ÚNICO FILHO, para que TODO AQUELE que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. Jo 3:16.
“o sectarismo” - Mateus 23:15 – nessa passagem Jesus diz que os fariseus percorriam o mundo para fazerem prosélitos, e não crentes em Deus. Prosélito é aquele que é convertido a um sistema, pensando estar convertido a Deus. Os fariseus pensavam ser os melhores, os filhos únicos, por essa razão queriam que todos os outros homens se convertessem a seu sistema. Não levavam a liberdade, mas a escravidão em cerimônias e rituais confusos, sendo que Deus não é Deus de confusão. “Acautelai-vos deles”.
“perseguições” - Mateus 23: 34. Jesus os culpa por matar os profetas que eram enviados para convertê-los do mau caminho. Hoje, também, o farisaísmo persegue, calunia, difama e destrói a todo o custo àqueles que se levantam para anunciar suas heresias e apostasia; não recebem a correção; sequer ouvem os profetas. Temem ler e ouvir críticas a sua religião; são incentivados e não dar crédito a nada que for contrário à “lei que o seu Moisés os deu”. Muitos, provavelmente, estão lendo este texto com receio de estar fazendo algo errado.
Eu já fui assim. Era exatamente assim que eu agia. Tinha raiva dos que saíam do sistema; desejava o mal para quem não pensava como eu; quando alguém saía, eu pensava: “agora vai adoecer”, “agora o casamento termina”, “coitados dos filhos”, “espero que quebre a cara” e por ai vai. Nunca abençoava. Só amaldiçoava.
Um certo fariseu disse, certa vez, acerca de um que havia saído do sistema: “agora o casamento dele termina”; outro fariseu disse, em outra situação: “Deus já está o amaldiçoando, pois vendeu seu carro e trocou por um outro”. Quanta tolice. Quanta hipocrisia.
Hoje sei que muitos pensam isso a respeito de todos quantos são libertos desse sistema maligno. O fariseu é perigoso.
Sim, o farisaísmo era tão perigoso que Nicodemos e José de Arimateia tiveram um encontro com Jesus, mas não queriam se revelar aos homens por medo de serem mortos pelos fariseus (Jo 19:38-39). Quantos, hoje, também enxergaram a verdade do evangelho, mas não conseguem de desvincular dos fariseus, por medo de serem perseguidos, difamados e caluniados. Muitos! Conheço alguns. Amados, isso não ocorre em lugar algum, apenas no farisaísmo. Você é livre. Jesus te fez livre para adorar. O lugar da adoração não existe. Não é “onde”, é “como”. A adoração deve ser em espírito e em verdade, não naquele ou nesse lugar.
O fariseu é realmente perigoso.
Reflita melhor, amado irmão, pense se você não está fazendo muitas coisas por mera aparência, ou por amor ao seu partido, ou por medo dos fariseus.
O objetivo desse texto, embora confronte muito daquilo que muitos entendem como verdade, não é simplesmente apontar as mazelas desse sistema destruidor de lares e de vidas, mas também exortar a todos a viverem o puro e simples evangelho de Cristo.
O evangelho não consiste em mandamento de homens, mas na graça de Cristo. Consiste em mudança de vida de dentro para fora, não de fora para fora. É uma mudança leve, não pesada. É uma transformação do Espírito, não do sistema religioso. É a conversão de homens pecadores em homens adoradores, não em prosélitos. É a paz de Cristo, não a paz do culto. É o amor a todos os homens, inclusive aos inimigos.
Jesus é a verdade que liberta, liberta inclusive dos partidos sectários. Paulo era “o pior dos fariseus” e teve um encontro com a luz. A luz mostrou que Paulo, na verdade, era cego. Talvez você esteja cego. A luz está brilhando, mas muitos estão resistindo a seu brilho, “recalcitrando contra os aguilhões”. Não resista ao Espírito Santos de Deus. Venha para a verdade e siga o evangelho de Cristo.

Dan Russel

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