APOSTASIA ESPIRITUAL
HEBREUS 6: 1- 6
HEBREUS 6: 1- 6
“1 Pelo que deixando os
rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até a perfeição, não lançando de
novo o fundamento de arrependimento de obras mortas e de fé em Deus, 2 e o ensino sobre batismos
e imposição de mãos, e sobre ressurreição de mortos e juízo eterno. 3 E isso faremos, se Deus o
permitir. 4 Porque é impossível que os
que uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se fizeram
participantes do Espírito Santo, 5 e provaram a boa palavra
de Deus, e os poderes do mundo vindouro, 6 e depois caíram, sejam
outra vez renovados para arrependimento; visto que, quanto a eles, estão
crucificando de novo o Filho de Deus, e o expondo ao vitupério”
6:1-6: O propósito do cristão é plenamente expresso pela palavra grega teleioteta de teleiotes, que é traduzida como “perfeição”. O conceito é de que o crente deve buscar um estado de maturidade, em lugar de retroceder para os rudimentos iniciais do cristianismo e da fé básica.
A expressão “lançando de novo o fundamento” refere-se à idéia de que, se um cristão perdesse a sua salvação, precisaria ser regenerado novamente. Para interpretar esta perícope é necessário um entendimento apropriado da seção controversa dos versículos 4 a 6. A noção principal é de que toda a passagem é hipotética. Por exemplo, é preciso aceitar a suposição de que alguém pode passar pelo processo de salvação.
E então “recair”(v.6), ou perder a salvação . A explicação nos versículos seguintes pretende mostrar como esta posição é estranha (v.4). A impossibilidade está diretamente conectada ao infinito do versículo 6, “renovar” (anakainidzen, de anakainidzo).
No texto grego há cinco particípios, no versículo 4, há a palavra grega photisthentas, de photidzo. Este vocábulo é traduzido como “ os que já uma vez foram iluminados”. Contudo, deve ser vertido como “tendo sido iluminados”, observando o uso da voz passiva. Este último significado revela que o processo de salvação inicia-se com Deus concedendo “luz” a todos os homens (Jo 1.9).
A próxima expressão a considerar neste processo de salvação é: “ e provaram o dom celestial”(v.4). O termo geusamenous de geuomai seria mais apropriadamente traduzido como “tendo provado”. Neste caso, a voz média é usada para revelar que uma pessoa está reagindo à luz que Deus lhe deu. O foco passa para a responsibilidade do homem, ao iniciar uma reação para o seu “estado iluminado”. Este fato está sempre claro, no processo da salvação: Deus oferece o dom, mas o homem deve tomar a iniciativa de recebê-lo (Jo 1:12;3:16).
O terceiro particípio (v.4) é genethentas de giomai , traduzido como “se fizeram”. Este particípio também deveria ser vertido na voz passiva, como “tendo sido feitos”, indicando um resultado do fato de o homem receber o dom de Deus. Conectado à expressão “participantes do Espírito Santo”, ele expressa que, em virtude do recebimento, o individuo é feito participante. Portanto, o Espírito Santo está envolvido no processo, vindo a habitar no crente. Todavia , o Espírito Santo não somente opera, habitando no crente, mas também está indicando que a revelação divina e o processo de condenação anterior à salvação são o resultado da atividade do Espírito Santo.
Ao examinar o quarto particípio grego (v.5), geusamenous, devemos considerar que a interpretação é semelhante á da voz média na expressão “provaram”. Ela aparece nesta forma para revelar ao homem a sua responsabilidade para com a Palavra de Deus. O cristão não é apenas responsabilizado a seguir a “boa Palavra de Deus”, mas também incentivado a compreender o plano futuro de Deus. A palavra usada no versículo 5 para “virtude” (dynameis, de dynamis) refere-se aos milagres que Deus irá operar nos crentes, e não ao iminente juízo e a destruição que haverão de vir.
Voltemos a nossa atenção mais uma vez para a expressão “é impossível” (v.4), e combinemo-la com o infinitivo grego anakainidzein , que significa “renovar outra vez”(v.6). Aplicado ao versículo 6, este termo refere-se a um arrependimento que é qualitativamente novo e diferente. Se fosse necessária uma forma diferente de arrependimento, Cristo também teria que morrer na cruz uma segunda vez. Isto, no entanto, é inconsistente com o contexto do restante da Epístola aos Hebreus (Hb9:28;Hb10:11,12).
O ensinamento é óbvio: Cristo morreu uma vez pelo pecado do homem(pecado original). Se sua morte fosse insuficiente, não haveria segurança para os crentes.
É precisamente por isto que o autor da Epístola aos Hebreus usa este exemplo. Em linguagem filosófica, esta forma de raciocínio é chamada reductio ad absurdum (redução a um absurdo). A partir de uma suposição falsa, chega-se a conclusões absurdas. Seria falso supor que um crente poderia cair, porque o seu arrependimento, baseado na divindade de Cristo, seria invalidado. Não haveria segurança, e Cristo precisaria ser crucificado novamente.
A dificuldade com estes versículos é removida quando se reconhece que a decisão a seguir a Cristo (pela fé) torna-se a verdadeira salvação. Uma pessoa é salva no ponto da aceitação genuína do dom de Deus, ou de sua “luz”, e somente então ela é recebida por Deus (Efésios 1:6). No final, Deus julga todos os corações humanos, e conhece os verdadeiramente arrependidos. A decisão pela salvação torna-se ineficaz quando se baseia em emoções e nas próprias habilidades (2Ts 2:13).
Gabriel Felipe M.Rocha.
6:1-6: O propósito do cristão é plenamente expresso pela palavra grega teleioteta de teleiotes, que é traduzida como “perfeição”. O conceito é de que o crente deve buscar um estado de maturidade, em lugar de retroceder para os rudimentos iniciais do cristianismo e da fé básica.
A expressão “lançando de novo o fundamento” refere-se à idéia de que, se um cristão perdesse a sua salvação, precisaria ser regenerado novamente. Para interpretar esta perícope é necessário um entendimento apropriado da seção controversa dos versículos 4 a 6. A noção principal é de que toda a passagem é hipotética. Por exemplo, é preciso aceitar a suposição de que alguém pode passar pelo processo de salvação.
E então “recair”(v.6), ou perder a salvação . A explicação nos versículos seguintes pretende mostrar como esta posição é estranha (v.4). A impossibilidade está diretamente conectada ao infinito do versículo 6, “renovar” (anakainidzen, de anakainidzo).
No texto grego há cinco particípios, no versículo 4, há a palavra grega photisthentas, de photidzo. Este vocábulo é traduzido como “ os que já uma vez foram iluminados”. Contudo, deve ser vertido como “tendo sido iluminados”, observando o uso da voz passiva. Este último significado revela que o processo de salvação inicia-se com Deus concedendo “luz” a todos os homens (Jo 1.9).
A próxima expressão a considerar neste processo de salvação é: “ e provaram o dom celestial”(v.4). O termo geusamenous de geuomai seria mais apropriadamente traduzido como “tendo provado”. Neste caso, a voz média é usada para revelar que uma pessoa está reagindo à luz que Deus lhe deu. O foco passa para a responsibilidade do homem, ao iniciar uma reação para o seu “estado iluminado”. Este fato está sempre claro, no processo da salvação: Deus oferece o dom, mas o homem deve tomar a iniciativa de recebê-lo (Jo 1:12;3:16).
O terceiro particípio (v.4) é genethentas de giomai , traduzido como “se fizeram”. Este particípio também deveria ser vertido na voz passiva, como “tendo sido feitos”, indicando um resultado do fato de o homem receber o dom de Deus. Conectado à expressão “participantes do Espírito Santo”, ele expressa que, em virtude do recebimento, o individuo é feito participante. Portanto, o Espírito Santo está envolvido no processo, vindo a habitar no crente. Todavia , o Espírito Santo não somente opera, habitando no crente, mas também está indicando que a revelação divina e o processo de condenação anterior à salvação são o resultado da atividade do Espírito Santo.
Ao examinar o quarto particípio grego (v.5), geusamenous, devemos considerar que a interpretação é semelhante á da voz média na expressão “provaram”. Ela aparece nesta forma para revelar ao homem a sua responsabilidade para com a Palavra de Deus. O cristão não é apenas responsabilizado a seguir a “boa Palavra de Deus”, mas também incentivado a compreender o plano futuro de Deus. A palavra usada no versículo 5 para “virtude” (dynameis, de dynamis) refere-se aos milagres que Deus irá operar nos crentes, e não ao iminente juízo e a destruição que haverão de vir.
Voltemos a nossa atenção mais uma vez para a expressão “é impossível” (v.4), e combinemo-la com o infinitivo grego anakainidzein , que significa “renovar outra vez”(v.6). Aplicado ao versículo 6, este termo refere-se a um arrependimento que é qualitativamente novo e diferente. Se fosse necessária uma forma diferente de arrependimento, Cristo também teria que morrer na cruz uma segunda vez. Isto, no entanto, é inconsistente com o contexto do restante da Epístola aos Hebreus (Hb9:28;Hb10:11,12).
O ensinamento é óbvio: Cristo morreu uma vez pelo pecado do homem(pecado original). Se sua morte fosse insuficiente, não haveria segurança para os crentes.
É precisamente por isto que o autor da Epístola aos Hebreus usa este exemplo. Em linguagem filosófica, esta forma de raciocínio é chamada reductio ad absurdum (redução a um absurdo). A partir de uma suposição falsa, chega-se a conclusões absurdas. Seria falso supor que um crente poderia cair, porque o seu arrependimento, baseado na divindade de Cristo, seria invalidado. Não haveria segurança, e Cristo precisaria ser crucificado novamente.
A dificuldade com estes versículos é removida quando se reconhece que a decisão a seguir a Cristo (pela fé) torna-se a verdadeira salvação. Uma pessoa é salva no ponto da aceitação genuína do dom de Deus, ou de sua “luz”, e somente então ela é recebida por Deus (Efésios 1:6). No final, Deus julga todos os corações humanos, e conhece os verdadeiramente arrependidos. A decisão pela salvação torna-se ineficaz quando se baseia em emoções e nas próprias habilidades (2Ts 2:13).
Gabriel Felipe M.Rocha.
Graduado em
História (licenciatura e bacharelado);
Pós- graduado
em Sociologia (lato sensu);
Mestrando em
Filosofia/ área de atuação: Ética e Antropologia (stricto sensu);
Bacharel em
Teologia (ênfase em História da Igreja);
Estudou Francês Instrumental na Faculdade
Jesuíta de Filosofia e Teologia de Belo Horizonte (Faje-BH) e Grego N.T.
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