(Por Gabriel F. M. Rocha)
Considerações iniciais:
Diante de algumas leituras que andei fazendo por
aí, senti a necessidade de postar uma análise de 2 Cor 3:6, pois, através desse
versículo isolado, algumas pessoas com sérias tendências legalistas e
religiosas, assim como sérias características sectárias e heréticas em seus
ensinamentos, estão justificando dogmas e doutrinamentos que não encontrariam (e
não encontram) um respaldo total na Escritura, isso, quando analisamos as tais
justificações à luz de uma hermenêutica e exegese séria e sem comprometimentos “denominacional-partidários”.
Hoje, percebe-se a imposição (às vezes peremptória) de um “evangelho” deturpado
por parte de alguns grupos, principalmente de rótulo neopentecostal. A imagem
do Evangelho de Jesus Cristo está sendo embaçada pela mentira e pelo engano de
uma teologia herética. Seitas já surgiram... Seitas continuam surgindo e a fé
continua pertencendo a alguns e não a todos que se dizem crentes.
Hoje, por exemplo, se torna comum a atitude de alguns
homens e mulheres que se dizem “teólogos” sem sequer terem concluído um genuíno,
sério e devidamente certificado bacharelado em Teologia. Não que isso seja
fundamental para se formar um crente ou um servo de Cristo. Mas, para os que
pretendem atuar no ramo da teologia acadêmica, no mínimo um bacharel legítimo
de teologia devem ter. Desses “teólogos”
(que muitas vezes nem o ensino médio concluíram) têm saído as diversas mazelas
que vemos hoje no meio “evangélico”. Se não emanam desses tais as tantas
heresias, pelo menos por eles essas são defendidas e pregadas. Na cidade onde
moro mesmo, conheço um “teólogo” de fundo de quintal que, além de viver
plagiando textos, postagens e mal sabe escrever e articular as palavras, tem se
intitulado “teólogo”, sem um testemunho digno e com o casamento desarranjado, defendendo
heresias à luz da famosa e errônea justificação de que “a letra mata, mas o
espírito vivifica”. Gente! Isso é demais para mim! O genuíno Teólogo zela pela
verdade e não a deturpa jamais. O verdadeiro teólogo, além de dominar bem
aquilo que aprendeu no âmbito acadêmico, ama, sobretudo, a Deus e zela
fervorosamente por sua Santa Palavra. Não há lugar para textos isolados que são
meros pretextos para suas heresias sem tamanho.
Indo para o texto:
A Igreja de Jesus Cristo (seu Corpo) deve atuar frente ao mundo na
pregação expositiva do Evangelho sem retoques e sem "fermentos" que
levedam a "massa", pois o Evangelho é o poder de Deus para aquele que
crê. O Evangelho transforma vidas através da Revelação do Cristo vivo e
glorificado e através da operação regeneradora e remidora do Espírito Santo que
revela o Cristo ressurreto à Igreja e o apresenta eficientemente ao pecador (Jesus
é a própria manifestação da graça e misericórdia de Deus). Portanto, deve-se -
sem medo e sem libertinagens, formalismos (e legalismos) pregar a Mensagem da
Cruz!
Portanto, a abrangência e a face acadêmica da teologia devem estar restritas
apenas àqueles que se nutrem um interesse mais profundo em relação ao conhecimento
da mesma. O incentivo da Igreja, dos pastores, professores e líderes diversos
em relação à congregação dos santos (eleitos) deve ser dado para que
TODOS leiam a Bíblia e aprendam sobre a fé e a prática das
Escrituras. A leitura da Bíblia deve, portanto, ser incentivada! Sem
"novos ensinos" e, tampouco, "novas revelações". Sem
ocultismos e apelos legalistas e farisaicos da religiosidade. Sem introdução do
Velho Testamento no seio da igreja, pois o sangue de Cristo abriu o novo e vivo
Caminho pela graça de Deus. Logo, nosso esforço a partir de então é vão.
O querer justificar as bênçãos de Deus através de nossos méritos é anulação da graça ou, no mínimo, não entendimento do Evangelho de Jesus Cristo. Mas a leitura e o estudo devem ser incentivados através de um importante meio de graça: a oração. Dois meios de graça importantíssimos para a formação do caráter cristão destacamos aqui: a oração e a leitura devocional da Bíblia. Além do frequentar a igreja, do louvor, etc.
O querer justificar as bênçãos de Deus através de nossos méritos é anulação da graça ou, no mínimo, não entendimento do Evangelho de Jesus Cristo. Mas a leitura e o estudo devem ser incentivados através de um importante meio de graça: a oração. Dois meios de graça importantíssimos para a formação do caráter cristão destacamos aqui: a oração e a leitura devocional da Bíblia. Além do frequentar a igreja, do louvor, etc.
Com isso, cria-se uma dependência do Espírito Santo e, ao mesmo tempo,
dá-se lugar para que a obra do Espírito Santo em nós venha ser aperfeiçoada até
o último dia (Cl 1: 6), pois a Bíblia tem todos os elementos espirituais
necessários para que o crente possa caminhar firme, constante e abundante
naquilo que lhe foi proposto.
A Bíblia, portanto, deve ser lida sob a tutela do mesmo Espírito Santo. Ele ensina, Ele exorta, Ele confronta, Ele liberta, Ele transforma, Ele capacita, Ele dá o entendimento, Ele redime, Ele envia. Portanto, a leitura da Bíblia está em paralelo com a dinâmica da Obra do Espírito Santo na vida do crente e, de forma paralela, evidencia a salvação e efetiva a segurança da mesma. O crente que lê, estuda, analisa e pratica a Bíblia, cresce em graça e conhecimento e é "pau para toda obra". É capacitado para o serviço santo, pois conhece e sabe em quem tem crido, porque a fé já foi gerada pelo Palavra. (Rm 10: 17).
No caso específico de 2 Cor 3: 6, Paulo estava dizendo que: nos tornamos
aptos para a fé e prática cristã operante por causa dos méritos de Cristo. Isso
pode ser identificado pelo contexto. A partir disso, ele deixa claro que somos
ministros agora de uma nova aliança (Novo Testamento) por Cristo. Portanto a
Lei (letra) já não tem a eficácia para salvar. Pelo contrário, ela mostra o
pecado e, se mostra o pecado, mostra a morte. Portanto, "mata". Se a
letra (Lei) não salva, logo o homem (que é já destituído da glória de Deus)
morre em seu natural processo ordenado por Deus. Paulo não está falando de uma
morte obrada ativamente pelos escritos da Lei, mas sim da sua ineficiência em
salvar, sendo que Cristo (o Suficiente e Perfeito), agora pela graça, poderia
salvar mediante sua obra redentora. Concluindo: participamos agora do
ministério do Espírito Santo, aquele que dá vida, ou seja, vivifica. Em momento
algum Paulo falava da invalidez das Escrituras ou dizia que precisaríamos
buscar "novas revelações" "além da letra", porque "a
letra (Bíblia) mata". Isso, além de abstração, é ignorância e ofensa às
Escrituras.
Portanto, a "letra" que mata é a "letra" do legalismo
denominacional e religioso que se traveste de piedade e humildade, mas está
cheio de rapina farisaica, impondo ritos, costumes e dogmas "além da
letra" e, assim, embaçando a graça de Deus no entendimento alheio.
O objetivo mascarado desse entendimento através de uma citação isolada
da Bíblia (em que muitos usam para incentivarem o membro a não ler a Bíblia a
fim de não ter sua Cor 3: 6) é promover a manutenção das fábulas que criaram
sob a égide da "nova revelação" (ou do outro evangelho). Não querem
que seus dogmas sejam analisados à luz das Escrituras, pois sabem que não se
sustentam pelo crivo da mesma.
Já sabemos que Jesus é o clímax da revelação de Deus: "Ninguém jamais viu a Deus. O Deus unigênito, que está no seio do Pai, esse o deu a conhecer" (Jo 1.18). Jesus é a maior revelação de Deus e, todas as outras inspirações e revelações de Deus aos homens por parte do Criador, eram para mostrar Jesus. A finalidade da revelação é tornar Deus conhecido dos homens.
Para isso, as Palavras do Deus espiritualmente e intelectualmente
superior à razão dos homens devem ser mostradas pelo Espírito Santo, aquele que
“vos ensinará todas as coisas”. A Bíblia é a revelação que temos em mãos para o
conhecimento necessário acerca do projeto salvífico de Deus.
Jesus, no Antigo Testamento,
estava oculto. No Novo Testamento, Ele é revelado e nas cartas
neotestamentárias, Ele é conhecido e sua doutrina é explicitada. Quem diz ou
ensina que a leitura literal da Bíblia é inválida ou que devemos
"espiritualizar" a Bíblia a fim de encontrar "novas coisas"
está cometendo um grave erro baseado num versículo isolado da Bíblia em (IICor
3:6).
“[...] porque a letra mata, mas o Espírito vivifica”.
Como já destacamos aqui, Paulo não falava da invalidez das Escrituras,
mas sim da validez da mesma sobre a intervenção iluminadora do Espírito Santo,
sendo que, no contexto da carta ele explica que a Lei não tinha mais a eficácia
para a salvação e que tal graça (a salvação) se dava pelo mérito de Cristo e pela
obra do Espírito Santo. Paulo falava da Lei e isso não pode fazer alusão à
Bíblia que hoje nós temos que é a revelação de Deus. Porém a expressão “letra”,
do grego “gramma” que pode falar da Lei, mas pode falar do livro todo, uma
epístola e Escrituras (considerando que ali não existia só a Lei, mas a Lei e
os Profetas). Essa expressão grega vem do substantivo “grapho” = “escrever” e
remete ao sentido literal da escrita. Então não podemos ignorar que Paulo
advertia a igreja do mau uso da letra literal, fundamentalista e religiosa.
Mas o que vale como informação central nesse texto é o seguinte: Não é a Lei e nem a Palavra de Deus escrita, em si mesmas, que matam. Trata-se, pelo contrário, das exigências da Lei, que sem a vida e o poder do Espírito, trazem condenação (veja em Jr 31:33; Rm3:31). Mediante a salvação em Cristo, o Espírito santo concede vida e poder espiritual ao crente no manejo das Escrituras que também são vivificadas.
Trocando em miúdos e tendo em vista todo o contexto, Paulo disse assim:
"a Lei (grego = "gramma" que pode ser traduzido também por
"letra") mostra o pecado, mas o Espírito (grego = pneuma) mostra a
Vida. Contudo, podemos em segurança dizer que a Vida mostrada pelo Espírito
Santo na Palavra é a Revelação de Jesus Cristo, corroborando assim com as
próprias palavras de Paulo.
“a Lei mostra o pecado e o Espírito mostra a vida”. Tal afirmação corrobora também com todo o contexto que explica que: pela Lei não podemos nos salvar, mas por Cristo sim.
“a Lei mostra o pecado e o Espírito mostra a vida”. Tal afirmação corrobora também com todo o contexto que explica que: pela Lei não podemos nos salvar, mas por Cristo sim.
O que mata, de fato, são as exigências da Lei tão operantes em algumas
igrejas, usos e costumes exacerbados, legalismo religioso, farisaísmo,
sectarismo, etc. Isso tende a abafar a fé e fazer com que a mesma não dê seus
devidos frutos na constante anulação da graça. Não que a graça seja vencida e
resistida, mas é negada e essa negação (pela religiosidade operante) será paga
com terrível condenação.
Até que ponto sua igreja, de fato, é igreja compromissada com a Palavra
de Deus a fim de te dar todo o apoio necessário para o crescimento pessoa e
congregacional? Ou até que ponto as concepções dogmáticas estranhas às
Escrituras imperam ali dentro? Tais conceitos são justificados pela Palavra?
Se sua denominação, através de sua liderança, ensina que ela (a igreja) surgiu por meio de uma "nova revelação" e que você está na igreja perfeita, na única obra de Deus, no único lugar que Deus fala, numa igreja "mais especial" e única "igreja fiel a Cristo", e que, se você sair dela, você não tem mais a benção de Deus, ou, que usa "dons espirituais" (ou supostos dons espirituais) para manipular e formatar mentes, ou se tem um conjunto de doutrinas e práticas que não se justificam pelas Escrituras e ainda são sustentadas por argumentos abstratos como "doutrina revelada" ou coisa parecida, ou, não apresenta uma estrutura fiscal clara para a congregação a fim de cometer diversas promiscuidades com as arrecadações financeiras, ou se tem um líder que não abandona a liderança por nada, pois a igreja pertence ele, ou se a liderança é corrupta e já estampou capas de jornais e noticiários televisivos por causa de escândalos e os tais continuam em suas funções de liderança sem qualquer sinal de arrependimento, ou, se dizem que você não precisa estudar a Bíblia, pois a "letra mata" e usa outros textos fora de contextos em pretextos para sustentar suas heresias, ou, se firmam em usos e costumes diversos, te medem pelo que você veste e promove amor denominacional acima do amor pelas vidas, sinto em te informar: o legalismo mata! Você está num lugar complicado. A Lei anula a genuína piedade. Se queres crescer em graça e em crescimento na fé e no conhecimento de Jesus Cristo, você já tem vários motivos para não congregar ali e procurar um lugar onde o Evangelho é pregado conforme a graça divina e conforme os parâmetros das Escrituras (que é a Revelação de Deus na Pessoa Ressurreta e Glorificada de Jesus Cristo).
Enfim, termino com a palavra do Rev. Augustus Nicodemus que fala a respeito dessa má (e tendenciosa) interpretação de “a letra mata...” como “desculpa de quem não tem nem argumento e nem exemplo para dar”.
Se sua denominação, através de sua liderança, ensina que ela (a igreja) surgiu por meio de uma "nova revelação" e que você está na igreja perfeita, na única obra de Deus, no único lugar que Deus fala, numa igreja "mais especial" e única "igreja fiel a Cristo", e que, se você sair dela, você não tem mais a benção de Deus, ou, que usa "dons espirituais" (ou supostos dons espirituais) para manipular e formatar mentes, ou se tem um conjunto de doutrinas e práticas que não se justificam pelas Escrituras e ainda são sustentadas por argumentos abstratos como "doutrina revelada" ou coisa parecida, ou, não apresenta uma estrutura fiscal clara para a congregação a fim de cometer diversas promiscuidades com as arrecadações financeiras, ou se tem um líder que não abandona a liderança por nada, pois a igreja pertence ele, ou se a liderança é corrupta e já estampou capas de jornais e noticiários televisivos por causa de escândalos e os tais continuam em suas funções de liderança sem qualquer sinal de arrependimento, ou, se dizem que você não precisa estudar a Bíblia, pois a "letra mata" e usa outros textos fora de contextos em pretextos para sustentar suas heresias, ou, se firmam em usos e costumes diversos, te medem pelo que você veste e promove amor denominacional acima do amor pelas vidas, sinto em te informar: o legalismo mata! Você está num lugar complicado. A Lei anula a genuína piedade. Se queres crescer em graça e em crescimento na fé e no conhecimento de Jesus Cristo, você já tem vários motivos para não congregar ali e procurar um lugar onde o Evangelho é pregado conforme a graça divina e conforme os parâmetros das Escrituras (que é a Revelação de Deus na Pessoa Ressurreta e Glorificada de Jesus Cristo).
Enfim, termino com a palavra do Rev. Augustus Nicodemus que fala a respeito dessa má (e tendenciosa) interpretação de “a letra mata...” como “desculpa de quem não tem nem argumento e nem exemplo para dar”.
(Por Gabriel F. M. Rocha)
Um comentário:
Mt boa postagem me edificou bastante �� ��
Que Deus continue te usando mais e mais!
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