terça-feira, 13 de novembro de 2012

VIVEMOS POR E PARA CRISTO

"Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas" (Ef 2.10)

Olá amados irmãos e amigos do Palavra a Sério, a Paz de Nosso Senhor Jesus! Hoje quero compartilhar de um singelo artigo. Esse texto foi devidamente extraído sob permissão de  , porém com minhas adaptações e alguns acréscimos. Boa leitura!
Temos sido ensinados pela santa e preciosa palavra de Deus que, não obstante toda nossa malignidade inerente, o Senhor nos salvou (Sl 106.8). Esta salvação, vimos no versículo anterior, não provém do homem e nem por ele é exercido. Desta forma, a fim de que "
ninguém se glorie", o apóstolo, se põe a continuar sua exposição aos irmãos de Éfeso, no intuito de lhes ser útil com relação ao porquê de realizarem aquilo que agora estavam fazendo. As razões dadas e apresentadas por Paulo aos irmãos, com relação ao viver cristão que agora possuíam, são basicamente quatro: 1. "somos feitura sua"; 2. "criados em Cristo Jesus"; 3. "para as boas obras"; 4. "as quais Deus preparou para que andássemos nelas".

1. "
somos feitura sua".

Não nos deveria ser nova esta declaração, entretanto, muitíssimo comum é ver os desvarios que sucedem da má compreensão acerca da criação. O apóstolo está ensinando aos cristãos que, uma vez tendo sido eleitos em Cristo Jesus, certamente a salvação não era algo creditado ao homem, mas a Deus, o supremo e criador de todas as coisas. Aqui, ainda que estejamos analisando os versículos de modo isolado, o presente deve ser lido na sequencia em que se encontra, isto é, "
Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie; Porque somos feitura sua" (Ef 2.8-10). Foi Deus quem havia criado toda a população de Éfeso, assim como tem criado cada partícula que existe no universo. Notemos que Paulo reivindica para Deus a glória e honra sobre as coisas criadas, a fim de que "ninguém se glorie" (Ef 2.9).

Se patenteia cristalinamente este ensino, pois se o que temos "
é dom de Deus", "para que ninguém se glorie", logo, portanto, "somos feitura sua". Isto deve ser firmemente afixado em nossos corações, pois devido ao pecado nos assediar tão fortemente, frequentemente somos tentados a crer que nascemos e vivemos quase alheios ao Senhor, como se pudéssemos, por livre e espontânea vontade, nos abortar da vontade de Deus! Que isso é estultícia, se prova com grande facilidade, bastando que verifiquemos junto à Escritura, todas as provas cabais que afirmam que tudo quanto foi criado, assim se deu pela vontade do Senhor - "No princípio criou Deus os céus e a terra" (Gn 1.1). É um grande erro o crer que Deus simplesmente criou a matriz universal, "deu corda" ao mundo e o deixou sozinho. Por esta razão, Paulo assevera aos crentes acerca de serem "feitura sua", não vindo do acaso e nem possuindo qualquer glória intrínseca, afinal, o homem não pode realizar coisa alguma para ser agradável a Deus, "Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Rm 3.23).

Que os homens são feitura sua, também se vê no ato criativo: "
E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. E criou Deus o homem à sua imagem: à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou" (Gn 1.26-27). Os crentes de Éfeso precisavam compreender isto e, igualmente, nós também. É mister criarmos, pela graça de Deus, uma consciência de que somos, apesar do pecado, à imagem e semelhança de Deus. Na verdade, por sermos feitura Sua, não devemos assassinar o próximo ("Não matarás" - Êx 20.13) e, assim, nutrir todo esmero por nosso semelhante. Todavia, se nota que Paulo está escrevendo a cristãos e, desta forma, não assevera no sentido de todas as pessoas serem "feitura sua", senão, somente, os genuínos filhos de Deus. É fato que todos foram criados por Deus, mas, os descrentes, não devem ser chamados de filhos do Altíssimo, como que denotando amor e paz, vindas d'Ele, mas, sim, "filhos da ira" (Ef 2.3) e "vaso para... desonra" (Rm 9.21).

Verifica-se, enfim, que a Palavra de Deus deseja nos transmitir um conhecimento, em certo grau, assustador, acerca da soberania de Deus e da rendição da criatura diante do Artífice. Pela expressão, "
somos feitura sua", nada nos resta, exceto, clamar como aquele publicano: "Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!" (Lc 18.13). Por sermos criados por Cristo e para Ele - como já notamos abundantemente nos versículos pretéritos -, resta, desta monta, ao cristão, louvar ao Senhor pelas Suas benesses e O glorificar continuamente, jamais sendo ingrato por qualquer coisa que recebe ou passa nesta vida, porque tudo vem das mãos graciosas do Altíssimo, aquele que nos criou.

2. "
criados em Cristo Jesus".

Observemos quão grande ênfase o apóstolo confere a este dito: "
o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo... Como também nos elegeu nele... irrepreensíveis diante dele em amor... para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, Para louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado... a redenção pelo seu sangue... segundo as riquezas da sua graça, Que ele fez abundar para conosco..." (Ef 1.3-8). Tudo que nos é retrato, começa em Cristo, passa por Cristo e finaliza em Cristo, conforme já lemos: "Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém" (Rm 11.36).

Cristo é a razão dos crentes existirem, não a suposta vontade autônoma do homem. A Escritura é certeira ao dizer que somente estão aliançados em Cristo Jesus, os Seus verdadeiros filhos! Somente os cristãos estão nos braços amorosos de Deus! Tão somente eles! Não devemos creditar a todas as pessoas do mundo, uma filiação com Cristo, pois uma vez que Paulo está escrevendo à igreja de Éfeso e, esta, era predominantemente gentílica, certamente ele está pondo um ponto divisor de águas, razão pela qual, compreendemos, com grande júbilo, uma vez estando alicerçados na pedra angular (Mc 10.12), nada poderá nos separar deste amor (Rm 8.35-39), pois é o próprio Cristo quem ampara seus filhos!

Por todos os cristãos terem sido "
criados em Cristo Jesus", eles estão eternamente seguros. "E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo... A besta que viste foi e já não é, e há de subir do abismo, e irá à perdição; e os que habitam na terra (cujos nomes não estão escritos no livro da vida, desde a fundação do mundo) se admirarão, vendo a besta que era e já não é, mas que virá" (Ap 13.8; 17.8 - ênfase minha). Não são homens que forjaram a doutrina da eterna salvação dos cristãos - a própria Escritura ensina isto. Lemos com magnífica nitidez que, "cujos nomes não estão escritos no livro da vida, desde a fundação do mundo". Todos os nomes daqueles que seguirão a Cristo e, daqueles que O negarão, já estão firmemente escritos "desde a fundação do mundo"! Paulo testificou, dizendo: "Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor" (Ef 1.4 - ênfase minha)!

Não fosse suficientemente evidente, ainda lemos: "
E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão" (Jo 10.28). A segurança dos cristãos reside justamente em terem sido "criados em Cristo Jesus". Já na eternidade, mesmo antes do Senhor haver feito os céus e a terra (Gn 1.1), os cristãos estavam predestinados e determinados em Cristo Jesus. Neste ponto, porém, alguém pode se insurgir e dizer: "Por que se queixa ele [Deus] ainda? Porquanto, quem tem resistido à sua vontade?" (Rm 9.19). O apóstolo, então, concede a resposta: "Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra?" (Rm 9.20-21). Assim sendo, não cabe ao homem o perscrutar a vontade divina, senão, apenas, a ela se render e glorificar; aos cristãos, é acrescentado ainda outro vigor, pois não foram criados para desonra, mas "em Cristo Jesus", o firme sustentáculo da verdade salvífica.

3. "
para as boas obras".

O apóstolo continua a sua explicação e afirma (atentemos: ele afirma) que os crentes, não são crentes porque fazem boas obras, mas, sim, que fazem boas obras, porque são crentes. "
Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou" (1Jo 2.6). O verdadeiro crente vive as boas obras, pois não há como fugir deste propósito, para o qual foi criado e determinado "antes da fundação do mundo" (Ef 1.4). Precisamos, por um momento, estabilizarmos nosso coração e verificarmos se de fato estamos vivendo as boas obras da graça de Deus - um grande amor por Deus, por Sua palavra; um ódio profundo pelo pecado; uma reverência à soberania; um desprezo e desapego às coisas terrenas; um ansiar pelo céu; o mortificar da carne... Temos vivido estas coisas?

"
Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?" (Jr 17.9). Não devemos medir nosso cristianismo, pelas emoções ou sentimentos que temos. O profeta é cirúrgico ao aplicar o correto adjetivo ao coração do homem: "perverso". Sim, por natureza, todos os homens são "filhos da ira" (Ef 2.3) e não podem (muito menos, devem!) confiar em seus próprios pensamentos. Talvez, Judas pensasse, por longo tempo, ser um genuíno cristão; Balaão, o perverso, foi usado pelo Senhor; Saul, até mesmo este profetizou! As boas obras que os eleitos de Deus praticam, são exclusivamente dadas pela graça de Deus - e, a eles, exclusivamente. Como lemos e cantamos, "Por isso os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos" (Sl 1.5), porque eles não possuem boas obras e nem para elas foram destinados.

Um erro fatal e maligno que impera em muitos arraiais evangélicos de hoje, é a proclamação de que podem existir duas classes de cristãos: os carnais e os espirituais. O crente carnal, segundo reza a respectiva cartilha, seria aquele crente que não possui boas obras, aquele que vive levianamente, comete muitos pecados, mas, segundo afirmam, também será salvo por Deus. O crente espiritual, seria, assim, também um crente, mas um crente "melhorado", alguém melhor experimentado na vida cristã e que pratica boas obras. Ambos irão para o céu, dizem os que defendem esta doutrina de demônios: o crente carnal, porém, não recebendo qualquer galardão. A pergunta, então, é: donde surgiu esta perniciosa ideia, senão das profundezas do abismo e da fornalha infernal?

Meus amados, a Bíblia é firme em somente retratar duas distinções entre os homens: ou com Cristo na arca, ou com o mundo, na morte; ou com Cristo no Egito e no Êxodo, ou nas pestilências e morte na travessia do mar; ou com Cristo na terra prometida, ou com os gentios e estranhos à promessa; ou com Cristo no celeiro do trigo, ou no fogo do monte do joio; ou com Cristo ajuntado, ou contra Ele, espalhando; ou com Cristo fazendo a vontade do Pai, ou com os homens intentando a maldade constante; ou com Cristo que é a rocha, ou na areia do orgulho. Que o Senhor nos livre de imaginar e viver este cristianismo doentio, que faz do Senhor um servo do homem, que retira Sua santidade e poderia, cujo nome, muitas vezes nos aparece como o "Senhor dos Exércitos".

Aqueles que não são cristãos, não praticam boas obras, pois para isso não foram destinados. O homem que não é cristão, mesmo sendo bom, na medida que socialmente se entende, na verdade, é um ímpio e cria seus filhos para o inferno (exceto, se Cristo os libertar). Afirmamos isto, sem sobra de dúvidas, pois se apenas os cristãos foram, desde a fundação do mundo, preparados para as boas obras, segue-se, logicamente, serem todos os não cristãos (e o seu número já é certo, conforme lemos anteriormente), não realizadores de sequer uma única boa obra. Estes, não somente não querem (Ef 2.3), mas não podem, pois não foram preparados para isso.

Esta doutrina, longe de levar os cristãos ao orgulho, deve os levar à extremíssima humildade e reverência diante do Senhor. Tal qual a mulher, que foi curada de seu fluxo de sangue, por receber o poder do Senhor e se achegou a Ele com grande submissão, igualmente devemos proceder - "
Então a mulher, que sabia o que lhe tinha acontecido, temendo e tremendo, aproximou-se, e prostrou-se diante dele, e disse-lhe toda a verdade" (Mc 5.33). O evangelista registra que ela chegou pulando, dançando, tocando sinos e tudo quanto é parafernalha? "temendo e tremendo", foi o modo como se aproximou. Aquela mulher sabia que não merecia a cura de Deus; possivelmente sabia que para os judeus, uma mulher com fluxo de sangue era considerada impura; era cônscia de que, nos moldes sociais, uma mulher não deveria se achegar a qualquer homem, sem ser o seu marido. Todavia, com fé e humildade se achega diante de Jesus, "temendo e tremendo".

4. "
as quais Deus preparou para que andássemos nelas".

Precisamos compreender, pela graça e operação do Espírito Santo de Deus, ser o mérito das boas obras, atribuído ao próprio Senhor. Sob qualquer circunstância, não dever-se-ia falar em "livre arbítrio humano" - primeiro, porque esta expressão não se encontra na Escritura; segundo, porque isto não é possível de ser sustentando, seja por qual ciência for; terceiro, se houvesse livre arbítrio, isto é, livre escolha, o que compreenderia o homem não ser influenciado por coisa alguma ao tomar decisões (nem mesmo pelo pecado), a Bíblia seria uma mentira, porque lemos: "
E viu o SENHOR que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente" (Gn 6.5 - ênfase, minha).

Sendo Deus o pleno Poder sobre todas as coisas e tentado preparado estas boas obras, segue-se que Deus, ao contrário do lançado dos púlpitos, livros e acordes musicais, o Senhor não sonha, mas decreta e determina. "
Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação" (Tg 1.17 - ênfase minha). Os propósitos do Senhor são completamente imutáveis, de modo que Ele não pode ser levado pelos ventos da tendência ou da urgência atual, porque, desde a eternidade, já planejara, de antemão, o que viria a acontecer. Muito belo e precioso é este ensino bíblico, a saber, que não realizamos boas obras, por nossa própria vontade, mas sim pela vontade de Deus! Acabamos de ler, "Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes"! A dádiva que nos é concedida, vem do próprio Senhor!

Que o Senhor conforte e estimule nossos corações, levando-nos a cada dia mais, crer em Seu poder - "
e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos" (Mt 28.20).

 

Um comentário:

Léo disse...

...Graças a Deus por tudo isso. Olha servir a Deus é bom demais, mas ser servo de Deus em sua obra é mnelhor ainda! Léo