Em algumas semanas será comemorado entre os judeus a Pêssach, a Páscoa judaica.
Pêssach é a celebração da saída dos israelitas do Egito, como narrado no livro de Shemot (Êxodo) na Bíblia.
Os judeus não reconhecem automaticamente o significado da palavra "Páscoa". A explicação mais comum para o nome do feriado em hebraico, Pêssach, é que esta palavra quer dizer "passar por cima", uma referência a quando Deus "passou por cima" (u-passách) dos lares israelitas antes do Êxodo do Egito (Êxodo 12,23).
Mas você sabia que há outra explicação?
Esse radical também pode ser traduzido como ficar, no sentido de "proteger" o que faz muito mais sentido neste versículo: Deus protege os israelitas não permitindo que o destruidor entre em suas casas, fazendo alusão à proteção através do sangue dos animais, logo, por simbologia e profecia, fazendo alusão ao sangue poderoso do Cordeiro (Jesus Cristo) para a saída do povo de Deus do "Egito". Há, então, uma conotação de livramento da ira futura. Portanto, para os cristãos convictos de sua fé no Cristo, a verdadeira páscoa é a memorização do ato sacrificial de Jesus Cristo, dando ao cristão o direito de passar, sair, transcender sua contingência, etc. A páscoa foi instituída e orientada a ser observada continuamente. Cristo, instituindo o Novo Testamento, permitiu a mesma memorização, mas agora, do valor místico de seu Corpo e de seu sangue na vida da Igreja.
O verbo em questão aparece com este mesmo significado em 1 Reis 18,21 quando o profeta pergunta até quando ficarão com duas opiniões (pos'chim) e também em Isaías 31,5 onde Deus promete guardar Jerusalém, ficando nela (passôach).
Quando lemos a Bíblia no original em hebraico, descobrimos que duas palavras em textos diferentes possuem o mesmo radical e podemos entender o verdadeiro significado e a relação, antes inimaginável e perdida pelas traduções, que existe entre elas.
Gabriel Felipe M. Rocha
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