terça-feira, 29 de abril de 2014

IGREJA

Muitas pessoas sabem que a palavra portuguesa “eclesiástico” significa “ter a ver com a Igreja”. Poucas pessoas sabem que esta palavra vem da palavra grega ekklesia (ἐκκλησία), que significa “assembleia” ou “reunião”. Ainda menos pessoas sabem que, se dividirmos esta palavra, vemos que ela é formada de duas palavras menores: ek (ἐκ) e kaleo (καλέω) ou “fora” e “chamar”.

Neste sentido, o que estudiosos para fins de discussão teológica chamam a igreja cristã primitiva compartilhava seu formato básico com a sinagoga judaica contemporânea. É intrigante que em aramaico é também chamada “assembleia” - kenista (כניסתא).

É fato, porém, que no Novo Testamento, ekklesia (ἐκκλησία) é o termo mais frequentemente usado para se referir à igreja. Ele sugere que os primeiros seguidores de Jesus se viam como uma comunidade de um povo com um chamado especial e uma missão especial sobre a terra.

É provável que este termo “chamado para fora ou chamado adiante” evocasse a conexão com o livramento de Israel da escravidão egípcia. Também pode nos direcionar a um aspecto importante característico de muitas igrejas primitivas - muito mais do que apenas um santuário de oração, a ekklesia era um lugar para companheirismo, onde os crentes oravam, se edificavam, cantavam hinos, estudavam, cuidavam dos doentes e compartilhavam refeições. Mas, remete principalmente ao chamado de Jesus para ser Igreja no "Vinde após mim" e no "Ide". Portanto ser igreja é fazer valer o seu chamado para fora e não simplesmente "dentro". A Igreja hoje tem uma missão especial e efetivar o chamado de Cristo e ser igreja de forma autêntica é anunciar sua mensagem e proclamar a chegada de seu Reino. Primeiro, com a própria vida, logo, com palavras e atitudes.

Gabriel F. M. Rocha



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