“ATAI A VÍTIMA DA FESTA”
Como temos já visto,Jesus está revelado em todo o Velho testamento, mas agora, o contemplaremos num versículo apenas.
“Deus é o Senhor que nos deu a luz: atai a vítima da festa com cordas, e levai-a aos ângulos do altar” Salmo 118:27
A paz do Senhor Jesus ! Quero falar de algo já conhecido no meio evangélico e entre aqueles que participam de seminários ,congressos teológicos e até mesmo cursam teologia.Também sou estudante de Teologia(Bacharel em História da Igreja) e Grego N.T. e Consultando as várias traduções deste versículo que tenho em mãos, juntamente com o estudo que estou fazendo da língua hebraica e grega(coinê) e, usando algumas bíblias diferentes, estou podendo verificar que as traduções deste verso não o tornam tão simples e, acrescentei por meus estudos ainda mais curiosidades envoltas nessa passagem bíblica. Com tais verificações, eu vos apresento um estudo aqui no ‘Palavra a Sério’. Estive ausente num pequeno espaço de tempo, mas com o intuito de preparar esta postagem ,estudo esse, já falado muito, mas com pouco aprofundamento. Espero que gostem da versão deste estudo que acabo de postar:
Vejamos: “ O Senhor é Deus, Ele é nossa luz; adornai a festa com ramos até as pontas do altar”. João Ferreira de Almeida -Versão Revista e Atualizada no Brasil-2º edição.
“Jeová é Deus: Ele nos ilumina” Formai a procissão com ramos até aos ângulos do altar”. A Bíblia de Jerusalém,nova edição revista: “trazei a oferenda da festa e atai-a aos âmgulos do altar” Salmos- Hebraico –Português -tradução Vitor Fridlin (editora Sêfer ltda).
Este salmo,Davi o escreveu para louvar ao Senhor que o livrou de seus inimigos. É um salmo de louvor, portanto.
Este verso 27 chamou-me a atenção, em especial,porque quando li,vi nele Jesus- O Cordeiro de Deus- no altar como que atado,para livrar o homem das cordas do pecado, e como que ‘ ouvi uma grande voz que ecoava nos quatro cantos da terra e que vinha dos quatro chifres do altar’: era o Shofar Gadol (o grande Shofar) de Deus conclamando o povo para subir.
Segundo o que estudei, quanto aos aspectos das muitas versões,é que se tratava da festa da expiação (Ex) conhecida hoje como Yom Kippur- o dia do perdão.
Quanto à versão que diz: “adornai a festa com ramos até os ângulos do altar”, esta versão vem de Lutero,e faz alusão aos peregrinos que iam à Jerusalém para celebrarem a festa dos tabernáculos. Eles levavam em suas mãos ramos de árvores das quatro espécies usadas, os quais eram agitados ao vento (levítico 23-40).
A forma de Lutero é insustentável . A tradução que se usa normalmente (em João Ferreira de Almeida Ed.R.C.) se aproxima bastante da versão original. Falha apenas na omissão do “chifres”,em vez de ângulos do altar. Observa-se que Davi tinha em mente ressaltar os chifres do altar. A tradução “ângulos” afastou a riqueza da revelação contida nos chifres, que apontam diretamente para o sacrifício de Jesus e o perdão e misericórdia adquiridos através do altar e em seus ângulos (ponta do altar).
Sobre este verso, da parte dos eruditos e comentaristas,há muita indagação com relação à construção da frase no hebraico. Estudando a forma hebraica do verso, vejo como, se fosse a maneira de Deus quando fala por “entrelinhas”.
Davi,por certo,visualizou o Cordeiro de Deus sobre a lenha do altar,atado com cordas e em cujo altar havia quatro chifres em suas pontas ,simbolizando a salvação de Cristo para os quatro cantos do Universo.Ou seja, Chifres, ângulos= perdão. Perdão para o mundo inteiro: “Deus amou o mundo de tal maneira...seu Filho enviou”. Vemos no Grego (sendo estudado de verdade, não apenas citado sem conhecimento) o termo usado para ‘amou o mundo’ numa prática verbal abrangente,constante e dinâmica. Enquanto há o reconhecimento do ato sacrificial, há a expiação e a redenção.
A forma original diz assim, ao pé da letra: “atai festa com cordas até aos chifres do altar”.
Atai quem?
Portanto a ênfase deste verso está nos elementos “atar”, “vítima da festa”,”com cordas”, “até aos chifres do altar”, elementos estes de grande riqueza espiritual.
O dia da expiação era realizado no 10°.dia de Tishrei (setembro/outubro),tanto nos dias de Tabernáculo, no deserto,como no Templo,enquanto este existiu.
“mas aos dez deste mês sétimo será o dia da expiação ;tereis santa convocação,e afligireis as vossas almas; e oferecereis oferta queimada ao Senhor” Lev.23:27.Dia da Expiação significa ser resgatado do pecado pelo preço de uma “vítima”.
No dia da Expiação,que se realizava uma vez por ano, o sumo –sacerdote usava as vestes sacerdotais,degolava a vítima, um cordeiro de um ano, junto ao altar, recolhia o sangue no vaso (Misrak) e entrava no Santos dos Santos levando o sangue que era espargido sobre a arca,sobre o véu,sobre o chão. Ao se retirar do Santo dos Santos ele o fazia sem dar as costas para a arca, com o propósito de não ferir a santidade do Senhor.Lá fora. No átrio, o Sumo- Sacerdote espargia o sangue sobre o altar do holocausto,sobre os chifres nos quatro cantos do mesmo. O que sobrava do sangue era despejado na base do altar. Estava mostrando que a redenção viria a todos os cantos mediante o sangue, pela fé. Era derramado sobre a base da arca, porque , nos ensina que o projeto do Senhor está firmado numa base concreta estabelecida pelo sangue da vítima, Jesus Cristo, o Senhor. Sua OBRA redentora tem como base a fé em seu ato sacrificial e pelo derramar do Espírito Santo sobre a ‘base’ transportadora do projeto: a Igreja.
O altar era quadrado, e os quatro lados terminavam com um chifre na ponta do altar. A importância do chifre no texto marca um simbolismo: o Shofar , chifre de carneiro, era a buzina do israelita e marcou toda sua vida até a entrada á Terra Prometida. Para a Igreja ela tem o mesmo teor prático, porem na revelação. O sangue do sacrifício era espargido ali e sobre a base do altar indicando que ,há uma mensagem para os quatro cantos da terra. Tal mensagem iniciou-se na era da Igerja Primitiva onde se dizia: Jesus, oque foi morto, Vive e,termina com a Igreja da última hora dizendo ao mundo: Jesus, o que foi elevado ao céu, voltará. É a mensagem levada por alguém que já recebeu o sangue,espargido sobre sua vida. O Shofar,ainda,quando o povo judeu esteve longe da Terra, era tocado com o motivo de saudade da terra e não um simples desejo, mas um anseio, um grito , uma espera ardente de entrar na Terra Prometida e, sendo assim,na revelação, se torna um retrato da Igreja desta última hora que leva a mensagem e anseia pela volta de seu Senhor e redentor para estar com Ele na Terra Prometida.
“mas como entoaremos o cântico do Senhor em terra estranha”? (Sl 137:4)
O termo “festa” nos leva aos períodos dos festivais da primavera e os de outono e Israel onde se incluem o solene dia de descanso,o dia expiação e tabernáculos. Estas festa foram assim apontadas,fixadas pelo próprio Senhor. “Atai a vítima da Festa”- a vítima ficou na “entrelinha” de Deus. No altar:
A madeira para queimar, a vítima em cima e o fogo escondido. A vítima já foi levantada por cima da madeira como sacrifício de perdão. Para conhecimento de todos. Mas ,hoje, o fogo escondido, está sendo revelado para alguns e, é do fogo escondido que se tem a revelação do perdão e da aceitação de Deus.
Voltando ao texto do Salmo:
“Deus é o Senhor que nos deu a Luz”. A essência dessas palavras nos transportam àquela frase de Genesis 1:3: “Haja luz e houve luz” e ainda a João 1:4: “Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens”. Por certo Davi reconhecia o poder de Deus que o acompanhava e lhe dava vitórias diante dos inimigos. Por isso ele o enaltece,pois, a luz de Jeová iluminava,em todo o tempo, o seu caminho. Era um grito que partia do seu coração em adoração ao Criador que transformou as trevas em luz, na luz que nunca se apaga- Jesus.
Por que essas cordas que muitas versões da bíblia até omitem? As cordas do Tabernáculo eram usadas para dar sustentação às tendas. A tenda da congregação, a primeira habitação única de Deus que foi edificada na terra. Era o mesmo material que prendia o sacrifício no altar. Nosso pecado levou à morte Jesus, que hoje nos liga com a ‘corda do sacrifício’ à habitação de Deus (santo dos santos),onde, por Cristo, temos livre acesso e em Deus “ estamos presos e amarrados” assim com disse Paulo aos romanos mostrando-nos que somos livres do pecado e feitos “servos”,”escravos” do Espírito Santo para a Obediência. Glória a Jesus !
CONTINUA
3 comentários:
Com respeito ao texto: A forma de Lutero é insustentável . A tradução que se usa normalmente (em João Ferreira de Almeida Ed.R.C.) se aproxima bastante da versão original. Falha apenas na omissão do “chifres”,em vez de ângulos do altar. Observa-se que Davi tinha em mente ressaltar os chifres do altar. A tradução “ângulos” afastou a riqueza da revelação contida nos chifres, que apontam diretamente para o sacrifício de Jesus e o perdão e misericórdia adquiridos através do altar e em seus ângulos (ponta do altar).
R: Gostaria de dizer que,
Lutero como homem cheio do E.Santo, alcançou a revelação( o que está na mente de Deus), realmente pode ser traduzido ângulos do altar, visto que, na lei o perdão era alcançado mediante o sacrifício de um cordeiro pelo pecador. O cordeiro sobre o altar, ficava ao centro com os ângulos(do altar) voltados para dentro e apontava para o sacrifício de Jesus, agora no altar supremo que era a cruz, a qual tem os ângulos voltados para fora. O que o E.S, quer dizer é que na lei o sacrifício era individual(ângulos voltados para um), e agora no sacrifício de Jesus período da graça um sacrifício voltado para os de fora( por toda humanidade!
Na verdade, o grande erro que sempre vemos não é só por parte dos tradutores, e sim dos copistas que muitas vezes em função de alcançar um melhor entendimento por parte dos leitores, buscando facilitar a compreensão,traduzem a seu bel prazer
Na verdade, o grande erro que sempre vemos não é só por parte dos tradutores, e sim dos copistas que muitas vezes em função de alcançar um melhor entendimento por parte dos leitores, buscando facilitar a compreensão,traduzem a seu bel prazer
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