O MUNDO
“Não ameis o mundo nem as cousas que há no mundo.
Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo que há no
mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da
vida, não procede do Pai, mas procede do mundo.” (1 João 2.15-16)
O
que é o mundo? Qual sua origem e, quem foi o seu idealizador e criador? Por que
Deus nos adverte com tanta veemência em sua Palavra para que não o amemos?
Existe algum juízo sobre o mundo? O que acontecerá com aqueles que permanecem
no mundo e como escapar dele ?
Através
desta postagem, procurarei responder estas perguntas.
A
palavra MUNDO é muito usada no Novo Testamento
e o apóstolo João faz largo uso dela. Essa palavra vem do grego clássico cujo
significado é “kosmos”. É geralmente usada em
três sentidos diferentes:
1º-
Como universo material: o mundo todo, o planeta Terra (At
17:24; Mt 13:35; Jo 1:10; Mc 16:15).
2º-
Como os habitantes do mundo ( Jo 1:10; Jo 3:16; Jo
12:19; Jo 17:21). Como raça inteira dos homens separados de Deus e
hostis ao Evangelho de Jesus (Hb 11:38; Jo 14:17 e
27; Jo 15:18).
3º-
Como coisas e assuntos mundanos, todo o círculo de bens, talentos, riquezas,
vantagens e prazeres mundanos que embora vazios e transitórios, excitam nossos
desejos e nos afastam de Deus, sendo pois obstáculo à sua Obra Redentora (1Jo 2:15; 1Jo 3:17; Mt 16:26; 1Co 7:31; 1Co 2:12; 1Co
3:19; 1Co 7:31;Tito 2:12; 2Pe 1:4; 2Pe 2:20 e Tg 1:27).
No
princípio Deus criou o universo (kosmos – κόσμος) e a Terra fazia parte deste universo,
nela Deus colocou o homem que era puro e inocente. Não se vê nenhuma menção
acerca do “mundo”, como o conhecemos hoje, neste universo criado por Deus.
No
entanto, quando o homem pecou desobedecendo ao Senhor, o inimigo de nossas
almas, a saber, satanás encontrou a “porta aberta” para introduzir no universo
criado por Deus e na vida do homem o seu sistema (o sistema dos caídos =
rebeldia contra Deus). Sistema esse que envolvia o pecado e a desobediência
geral ao Senhor e, tal sistema vem progredindo e podemos ver no mundo, que jaz
nesse maligno, a forma pecaminosa que tomou. Com isso o adversário passou a ser
o SOBERANO DESTE MUNDO, ou o “príncipe deste mundo”.
No
livro de Genesis não encontramos em menção ao Jardim do Éden qualquer citação à
tecnologias e instrumentos mecânicos. Após a queda, porém, vemos surgir entre
os descendentes de Caim alguém lidando com instrumentos cortantes de ferro e
bronze. Depois outro começa a desenvolver a música e as artes , e ainda outro
envolvido com a agricultura e a pecuária – Gênesis 4:20-22. Bem, o conhecimento
e toda a ciência é de Deus, vem de Deus, mas em aplicação neste mundo elas também
passam a ser instrumentos para o reino de Satanás (podemos ver isso na
televisão, internet, musicalidades profanas, entre inúmeras outras coisas).
As
bases ou fundamentos deste sistema mundano criado pelo adversário são
basicamente três, e essas são:
a) A
concupiscência da carne;
b) A
concupiscência dos olhos; e a soberba da vida;
c) A
soberba da vida.
Estas
três formas de opressão são usadas pelo inimigo desde o princípio até os
dias de hoje para prender o homem e escravizá-lo no seu sistema.
A
Bíblia mostra que no jardim do Éden o inimigo procurou envolver Adão e Eva
nestas três coisas, e obteve êxito. Mais tarde, tentou fazer o mesmo com o
Senhor Jesus e foi derrotado.
I Jo 2: 16
|
Adão e Eva - Gên 3: 6
|
Senhor Jesus - Mt 4: 1 - 11
|
|
Concupiscência da
carne
Concupiscência
dos olhos
Soberba da vida
|
boa para
se comer
Agradável aos olhos
Boa para dar entendimento
|
Transformar
pedras em pão
Mostrou
os reinos
Lança-te
abaixo
|
|
Resultado:
|
CAÍRAM
|
VENCEU
|
Hoje
em dia tudo no mundo gira em torno dessas três coisas fundamentais. O inimigo
mantém o homem escravizado dentro de uma ou de todas estas esferas, as quais
por suas vez se apresentam através de facetas múltiplas, compondo assim um
sistema hostil e de tendências contrarias a Deus e à sua vontade. Por isso o
Senhor nos alerta solenemente: “Não ameis o mundo,
nem o que nele há...”
Tudo
que existe neste sistema, por mais inocente que pareça ser, pertence ao mundo e
está sendo controlado pela mente do inimigo. Se fizermos um exame minucioso,
vamos descobrir que coisas tais como: música, artes teatro, cinema, religião,
educação acadêmica, ciências diversas, etc. fazem parte do sistema mundano e
caminham numa direção oposta ao Senhor e favorável ao adversário.
Quando
Jesus entrou em Jerusalém montado num jumentinho, a multidão que o seguia
louvava, pensava que Ele iria libertar Israel do jugo de Roma. Mas o Senhor ao
invés de confirmar esta expectativa, falou claramente acerca e sua morte na
cruz ainda naqueles dias. Para muitos foi uma decepção ouvir aquelas palavras,
mas Jesus estava trazendo a todos uma maravilhosa esperança; sólida e firme.
Ele estava anunciando uma mudança de domínio, mais radical e abrangente do que
aquela que era esperada pelo povo de Israel. Jesus afirmou que através de sua
morte e ressurreição, iria julgar o mundo e expulsar o seu príncipe – Jo 12:31,32.
O
grão de trigo iria cair na Terra e produzir uma nova geração de homens e
mulheres que não seriam mais escravos e participantes do sistema maligno que os
dominava, mas seriam agora participantes de um novo reino de justiça baseado na
livre aliança com o Senhor. Através de cordas de amor, seus corações seriam
atraídos para longe daquele mundo sob julgamento, para o lado de Jesus, o qual,
embora tenha sido levantado para morrer, por esse mesmo ato foi levantado para
reinar. Desta forma o mundo como sistema hostil à presença santa de Deus teve o
seu julgamento. Isto não quer dizer que a terra e seus habitantes foram
julgados naquele momento; para eles o juízo ainda está por vir.
É
através da salvação que nós escapamos do mundo.
Para muitos, a salvação significa livramento do inferno para viver no céu, ou
libertar-se do pecado para viver em santidade, mas não é tão simples assim.
Salvação significa algo mais além que isto. Muitos afirmam que “uma vez salvos,
salvos para sempre”, mas isso é um terrível engano doutrinário (inclusive
histórico). A salvação é algo dinâmico , deve se renovar a todo o instante e
esse processo caminha lado a lado da santificação. Basta lembra da última praga
sobre o Egito. O povo estava num ‘mundo’ onde o “príncipe mal” dominava, mas em
suas casas havia luz e em todo Egito escuridão. O povo estava separado
(santificado) e em suas portas havia o sangue como o sinal. Hoje os servos do
Senhor estão, da mesma forma, separados para sair em breve e o sangue de Cristo
é o sinal, o Espírito Santo é o diferencial.
Quando
somos salvos fazemos o nosso êxodo de um mundo inteiro. Saímos de um dominador
feroz e passamos a ir de encontro com Jesus (Cl
1:13).
Voltando
o nosso exemplo para o povo de Israel, lembramos que Deus os arrancou do Egito
(um tipo do mundo) e, durante a caminhada no deserto, fez uma aliança eterna
com eles. Mas muitos morreram no deserto pois os seus corações estavam ainda no
Egito. Isso é sério! Vamos lembrar da parábola das dez virgens? Cinco entraram
para as bodas e cinco ficaram para trás. No arrebatamento da Igreja será assim:
50% dos “crentes” ficarão para trás por amarem mais o mundo e as coisas que
nele há.
Salvação
significa sair definitivamente desse domínio maligno que rege o mundo.
Muitos
hoje confessam que creem em Jesus, mas permanecem totalmente ou parcialmente
envolvidos co este mundo, refugiando-se numa religião sem saber que ela mesma
faz parte desse sistema, pois onde quer que o poder natural e filosófico do
homem domine, existe neste sistema um elemento sob a inspiração do inimigo.
Muitos se refugiam em suas próprias razões e concepções, muitos se apegam à
Filosofia e tentam explicar ou justificar o que Deus definiu em sua Palavra
(não que eu seja contra a Filosofia, ao contrário, estou indo ao titulo de mestre
acadêmico nesta área).
O
apóstolo Paulo disse: “Não vos conformeis com este
mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento” (Romanos 12:2).
Salvação
é isto: é não pertencer ao padrão desse mundo, mas buscar a cada dia a boa
forma de Deus, a estatura de varão perfeito. Penso no que estão fazendo com o
título “Evangelho” nos nossos dias. Muitas igrejas tentam se adaptar àquilo que
o mundo dita levando para dentro o que , na verdade, devia estar fora (e
longe).
O
mundo e sua concupiscência passarão. Mas aquele que guarda o bom tesouro em seu
coração, guarda a fé e persevera em fazer a vontade do Senhor permanece para
sempre.
A
palavra usada no grego para designar a igreja é EKKLESIA
(εκκλησία), que é a junção do termo EK = “para fora de” , com o termo KLESIA = “chamada”.
Assim
vemos que a verdadeira igreja é aquela que foi separada do sistema mundano para
pertencer ao Senhor.
“Quem é esta que sobe do deserto e vem encostada tão
aprazivelmente ao seu amado”? (Cantares 8:5)
Esta é a Igreja que subirá deste mundo
glorificada com Cristo.
Espero ter acrescentado algo de bom e
edificante com este artigo.
No mais, a paz do Senhor Jesus a todos!
No mais, a paz do Senhor Jesus a todos!
2 comentários:
Valeu Gabriel. Boa mensagem !!!Eu e minha esposa amamos o blog. Parabens.
MUITO BOA A POSTAGEM, PARABENS
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