sábado, 11 de agosto de 2012

NÃO AMEIS O MUNDO



O MUNDO

“Não ameis o mundo nem as cousas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo.” (1 João 2.15-16)

O que é o mundo? Qual sua origem e, quem foi o seu idealizador e criador? Por que Deus nos adverte com tanta veemência em sua Palavra para que não o amemos? Existe algum juízo sobre o mundo? O que acontecerá com aqueles que permanecem no mundo e como escapar dele ?

Através desta postagem, procurarei responder estas perguntas.

A palavra MUNDO é muito usada no Novo Testamento e o apóstolo João faz largo uso dela. Essa palavra vem do grego clássico cujo significado é “kosmos”. É geralmente usada em três sentidos diferentes:

1º- Como universo material: o mundo todo, o planeta Terra (At 17:24; Mt 13:35; Jo 1:10; Mc 16:15).

2º- Como os habitantes do mundo ( Jo 1:10; Jo 3:16; Jo 12:19; Jo 17:21). Como raça inteira dos homens separados de Deus e hostis ao Evangelho de Jesus (Hb 11:38; Jo 14:17 e 27; Jo 15:18).

3º- Como coisas e assuntos mundanos, todo o círculo de bens, talentos, riquezas, vantagens e prazeres mundanos que embora vazios e transitórios, excitam nossos desejos e nos afastam de Deus, sendo pois obstáculo à sua Obra Redentora (1Jo 2:15; 1Jo 3:17; Mt 16:26; 1Co 7:31; 1Co 2:12; 1Co 3:19; 1Co 7:31;Tito 2:12; 2Pe 1:4; 2Pe 2:20 e Tg 1:27).

No princípio Deus criou o universo (kosmos – κόσμος) e a Terra fazia parte deste universo, nela Deus colocou o homem que era puro e inocente. Não se vê nenhuma menção acerca do “mundo”, como o conhecemos hoje, neste universo criado por Deus.

No entanto, quando o homem pecou desobedecendo ao Senhor, o inimigo de nossas almas, a saber, satanás encontrou a “porta aberta” para introduzir no universo criado por Deus e na vida do homem o seu sistema (o sistema dos caídos = rebeldia contra Deus). Sistema esse que envolvia o pecado e a desobediência geral ao Senhor e, tal sistema vem progredindo e podemos ver no mundo, que jaz nesse maligno, a forma pecaminosa que tomou. Com isso o adversário passou a ser o SOBERANO DESTE MUNDO, ou o “príncipe deste mundo”.

No livro de Genesis não encontramos em menção ao Jardim do Éden qualquer citação à tecnologias e instrumentos mecânicos. Após a queda, porém, vemos surgir entre os descendentes de Caim alguém lidando com instrumentos cortantes de ferro e bronze. Depois outro começa a desenvolver a música e as artes , e ainda outro envolvido com a agricultura e a pecuária – Gênesis 4:20-22. Bem, o conhecimento e toda a ciência é de Deus, vem de Deus, mas em aplicação neste mundo elas também passam a ser instrumentos para o reino de Satanás (podemos ver isso na televisão, internet, musicalidades profanas, entre inúmeras outras coisas).

As bases ou fundamentos deste sistema mundano criado pelo adversário são basicamente três, e essas são:

a) A concupiscência da carne;

b) A concupiscência dos olhos; e a soberba da vida;

c) A soberba da vida.

Estas três formas de opressão são usadas pelo inimigo desde o princípio até os dias de hoje para prender o homem e escravizá-lo no seu sistema.

A Bíblia mostra que no jardim do Éden o inimigo procurou envolver Adão e Eva nestas três coisas, e obteve êxito. Mais tarde, tentou fazer o mesmo com o Senhor Jesus e foi derrotado.


     I Jo 2: 16

Adão e Eva - Gên 3: 6

Senhor Jesus - Mt 4: 1 - 11

Concupiscência da carne




Concupiscência dos olhos



Soberba da vida


 boa para se comer



Agradável aos olhos



Boa para dar entendimento

Transformar pedras em pão



Mostrou os reinos



Lança-te abaixo



Resultado:



 

   

CAÍRAM

VENCEU



Hoje em dia tudo no mundo gira em torno dessas três coisas fundamentais. O inimigo mantém o homem escravizado dentro de uma ou de todas estas esferas, as quais por suas vez se apresentam através de facetas múltiplas, compondo assim um sistema hostil e de tendências contrarias a Deus e à sua vontade. Por isso o Senhor nos alerta solenemente: “Não ameis o mundo, nem o que nele há...”

Tudo que existe neste sistema, por mais inocente que pareça ser, pertence ao mundo e está sendo controlado pela mente do inimigo. Se fizermos um exame minucioso, vamos descobrir que coisas tais como: música, artes teatro, cinema, religião, educação acadêmica, ciências diversas, etc. fazem parte do sistema mundano e caminham numa direção oposta ao Senhor e favorável ao adversário.

Quando Jesus entrou em Jerusalém montado num jumentinho, a multidão que o seguia louvava, pensava que Ele iria libertar Israel do jugo de Roma. Mas o Senhor ao invés de confirmar esta expectativa, falou claramente acerca e sua morte na cruz ainda naqueles dias. Para muitos foi uma decepção ouvir aquelas palavras, mas Jesus estava trazendo a todos uma maravilhosa esperança; sólida e firme. Ele estava anunciando uma mudança de domínio, mais radical e abrangente do que aquela que era esperada pelo povo de Israel. Jesus afirmou que através de sua morte e ressurreição, iria julgar o mundo e expulsar o seu príncipe – Jo 12:31,32.

O grão de trigo iria cair na Terra e produzir uma nova geração de homens e mulheres que não seriam mais escravos e participantes do sistema maligno que os dominava, mas seriam agora participantes de um novo reino de justiça baseado na livre aliança com o Senhor. Através de cordas de amor, seus corações seriam atraídos para longe daquele mundo sob julgamento, para o lado de Jesus, o qual, embora tenha sido levantado para morrer, por esse mesmo ato foi levantado para reinar. Desta forma o mundo como sistema hostil à presença santa de Deus teve o seu julgamento. Isto não quer dizer que a terra e seus habitantes foram julgados naquele momento; para eles o juízo ainda está por vir.

É através da salvação que nós escapamos do mundo. Para muitos, a salvação significa livramento do inferno para viver no céu, ou libertar-se do pecado para viver em santidade, mas não é tão simples assim. Salvação significa algo mais além que isto. Muitos afirmam que “uma vez salvos, salvos para sempre”, mas isso é um terrível engano doutrinário (inclusive histórico). A salvação é algo dinâmico , deve se renovar a todo o instante e esse processo caminha lado a lado da santificação. Basta lembra da última praga sobre o Egito. O povo estava num ‘mundo’ onde o “príncipe mal” dominava, mas em suas casas havia luz e em todo Egito escuridão. O povo estava separado (santificado) e em suas portas havia o sangue como o sinal. Hoje os servos do Senhor estão, da mesma forma, separados para sair em breve e o sangue de Cristo é o sinal, o Espírito Santo é o diferencial.

Quando somos salvos fazemos o nosso êxodo de um mundo inteiro. Saímos de um dominador feroz e passamos a ir de encontro com Jesus (Cl 1:13).

Voltando o nosso exemplo para o povo de Israel, lembramos que Deus os arrancou do Egito (um tipo do mundo) e, durante a caminhada no deserto, fez uma aliança eterna com eles. Mas muitos morreram no deserto pois os seus corações estavam ainda no Egito. Isso é sério! Vamos lembrar da parábola das dez virgens? Cinco entraram para as bodas e cinco ficaram para trás. No arrebatamento da Igreja será assim: 50% dos “crentes” ficarão para trás por amarem mais o mundo e as coisas que nele há.

Salvação significa sair definitivamente desse domínio maligno que rege o mundo.

Muitos hoje confessam que creem em Jesus, mas permanecem totalmente ou parcialmente envolvidos co este mundo, refugiando-se numa religião sem saber que ela mesma faz parte desse sistema, pois onde quer que o poder natural e filosófico do homem domine, existe neste sistema um elemento sob a inspiração do inimigo. Muitos se refugiam em suas próprias razões e concepções, muitos se apegam à Filosofia e tentam explicar ou justificar o que Deus definiu em sua Palavra (não que eu seja contra a Filosofia, ao contrário, estou indo ao titulo de mestre acadêmico nesta área).

O apóstolo Paulo disse: “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento” (Romanos 12:2).

Salvação é isto: é não pertencer ao padrão desse mundo, mas buscar a cada dia a boa forma de Deus, a estatura de varão perfeito. Penso no que estão fazendo com o título “Evangelho” nos nossos dias. Muitas igrejas tentam se adaptar àquilo que o mundo dita levando para dentro o que , na verdade, devia estar fora (e longe).

O mundo e sua concupiscência passarão. Mas aquele que guarda o bom tesouro em seu coração, guarda a fé e persevera em fazer a vontade do Senhor permanece para sempre.

A palavra usada no grego para designar a igreja é EKKLESIA (εκκλησία), que é a junção do termo EK = “para fora de” , com o termo KLESIA = “chamada”.


Assim vemos que a verdadeira igreja é aquela que foi separada do sistema mundano para pertencer ao Senhor.

“Quem é esta que sobe do deserto e vem encostada tão aprazivelmente ao seu amado”? (Cantares 8:5)
Esta é a Igreja que subirá deste mundo glorificada com Cristo.

Espero ter acrescentado algo de bom e edificante com este artigo.
No mais, a paz do Senhor Jesus a todos!

Gabriel Felipe M. Rocha









2 comentários:

Gilberto e Eliane disse...

Valeu Gabriel. Boa mensagem !!!Eu e minha esposa amamos o blog. Parabens.

VALCYR disse...

MUITO BOA A POSTAGEM, PARABENS