Paz a todos os leitores do blog Palavra a Sério, que na sua
maioria, são verdadeiros amantes e estudantes da Palavra da Deus.
Estou
escrevendo um artigo e, mesmo não estando pronto, resolvi expor parte dele aqui
no blog. Trata-se da introdução do artigo:
“CONCEITO DE
“SÃ DOUTRINA”, O CARÁTER DIVINO DAS ESCRITURAS E A FUNDAMENTAL PARTICIPAÇÃO DO
ESPÍRITO SANTO PARA A CONSOLIDAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DOUTRINÁRIO NA VIDA DA
IGREJA E PARA A PROMOÇÃO DO GENUÍNO AVIVAMENTO”
Segue o texto:
Introdução
[...] No Novo
Testamento o termo “cristão”,
significa “pequenos cristos” [1]. “Cristo” é, podemos assim dizer, um dos
títulos de Jesus cujo significado é “ungido”;
O termo “ungido” ou “escolhido” é o equivalente grego ao
termo hebraico “Messias”. Pois bem,
faço esse proêmio para dizer que: se somos parte de Cristo ou “pequenos
cristos”, nós devemos, para a afirmação desse nobre título, andar como Jesus andou. O que é “andar
como Jesus andou”? É deliberadamente fazer a vontade do Pai[2]. Isso
implica em guardar as suas palavras[3].
Pois bem, é nesse
horizonte que percorre toda a nossa análise. O que queremos como cristãos?
Queremos, acima de tudo, fazer a vontade do Pai, na certeza de que estamos
fazendo o que está em conformidade com as Escrituras. Ter essa certeza
significa ter uma vida cristã consciente e sadia, respaldada pela Palavra de
Deus.
Jesus é a própria
Palavra de Deus[4], o Verbo vivo, a Revelação
do Pai a Igreja testificada nas Escrituras, portanto, sendo nós parte dele (parte
de seu Corpo[5]), não podemos ir jamais
contra a sua Palavra.
A Bíblia registra a nobreza dos crentes de
Beréia[6], e ela
se traduz exatamente no desejo de fazer o que é correto e sadio em relação às
Escrituras, procurando conferir se aquilo que estava sendo ensinado era mesmo
daquela forma ou se estava fora dos parâmetros de Cristo. Eles não fizeram isso
(assim podemos crer) porque duvidaram simplesmente da pregação de Paulo e de Silas,
mas assim fizeram pela própria motivação espiritual em querer agradar a Deus,
característica de uma alma remida que, diante da verdadeira conversão, passa a
amar o seu Salvador a ponto de amar incondicionalmente os seus preceitos[7]. Assim
os bereianos se tornaram nobres. O bom recebimento da Palavra de Deus faz gerar
o genuíno avivamento e, esse genuíno avivamento, tende a levar o crente cada
vez mais para perto das Escrituras e lavá-lo a andar segundo a Palavra de Deus.
Estava aí a nobreza dos bereianos: obedecer a voz do Espírito Santo cuja voz é
a que impera no crente genuinamente avivado e dependente de Deus.
Hoje,
infelizmente, o termo “avivamento” está sendo usado de maneira descuidada e
muitos pseudo-avivados e tantos adeptos de variados movimentos pentecostais e
neopentecostais se afastam gradativamente das Escrituras e optam por estranhos
cultos, experimentalismos, ênfases em manifestações visíveis de poder e tantos
outros perigos que os levam cada vez mais longe do propósito divino revelado
nas Escrituras sagradas.
Nesse lamentável
e preocupante contexto, podemos identificar algumas vozes chamando os crentes
para voltarem ao verdadeiro Evangelho. Muitas dessas vozes se encontram no meio
protestante reformado[8] e,
dentre tantos, alguns apontam o pentecostalismo como o principal responsável
pelo desabrochar de tantos conceitos, teologias, heresias e posições religiosas
contrárias ou nocivas à sã doutrina de Jesus Cristo.
A ortodoxia, incluindo
os valores da Reforma Protestante nesses amados servos de Deus é algo
indubitavelmente louvável e exemplar. De fato precisamos - todos nós cristãos -
rever os nossos valores e conceitos e sempre, em conformidade com as
Escrituras, nos reformarmos. Não estou falando aqui de uma súbita adoção da
Reforma, adoção essa que implicaria a renegação total de alguns outros valores
conquistados, tanto teologicamente, tanto divinamente.
Isso
significaria dizer que a confissão pentecostal deve ser deixada? Significaria o
abandono total dos valores pentecostais? Logicamente faço menção aqui do
genuíno pentecostalismo e não do pentecostalismo moderno ou neopentecostalismo
que tem assumido outras formas em relação ao tradicionalismo e genuíno
pentecostalismo, como aqui, mais à frente, discorreremos sobre.
Seria, de fato,
o pentecostalismo alheio aos valores tradicionais? Do mesmo modo, seria o
tradicionalismo teologicamente fechado ao pentecostalismo? Seria o cessacionismo[9] o
caminho prudente para o verdadeiro avivamento? Ou será que a excessiva
prudência não configuraria uma ortodoxia morta? Será mesmo que a total
dependência da ação do Espírito Santo, da sua direção, capacitação e edificação
por meio do seu batismo[10] e de
seus dons espirituais ficaram como experiências restritas à era apostólica? Não
seria a obra do Espírito Santo no seio da Igreja a chave ou o despertar para o
verdadeiro avivamento? Não seria o Espírito Santo o agente de união entre a
igreja física – eu e você – e o Cristo vivo? E não seria da terceira Pessoa da
Trindade a responsabilidade na constante iluminação do crente diante das
Escrituras segundo a promessa do próprio Cristo?[11] Não
seria o Consolador Espírito Santo, a terceira Pessoa da Santa Trindade, o
responsável em dar à igreja a chave da revelação, o discernimento e a sabedoria
diante de sua missão no mundo? Não é esse quem faz oposição ao adversário de
Cristo e purifica a Igreja expurgando todo o pecado, heresia e apostasia? Não
seria o Espírito Santo o responsável por mostrar o Cristo glorificado para a
Igreja? Essas perguntas tentarão ser respondidas no discorrer dessa presente
análise. Mas fica aqui de forma prévia a nossa confissão pentecostal e o nosso
singelo intento em mostrar que é possível ser pentecostal, viver a experiência
segura com Cristo vivo por meio do Espírito Santo e, ao mesmo tempo, não se
contaminar com os ventos de doutrina que insistem em bater na porta da Igreja
do Senhor.
Procuraremos
mostrar que o avivamento real da Igreja de Jesus Cristo e de cada membro em
particular se dá exclusivamente pela ação do Espírito Santo. Muitos podem sair
às ruas e, como verdadeiros profetas e avivalistas, podem pregar, podem
ensinar, podem gritar, podem ameaçar anunciando o juízo, etc., mas se não for
pelo Espírito Santo de Deus, pela soberania e propósito do Altíssimo, nada
acontecerá. Existe a ordem: “ide por todo o mundo e pregai o Evangelho...” [12], mas a
obra é exclusiva do Espírito Santo. Podemos dizer que o Espírito Santo veio continuar
a cumprir aquilo que Cristo efetivou na cruz, a saber, o projeto do Pai – dono da
obra – e sua responsabilidade sobre essa obra é exclusiva[13], sendo
assim, Ele é o chefe, o líder, o patrão do projeto divino e cabe somente a Ele
ditar e projetar esse plano, sendo que nós somos apenas os trabalhadores
chamados para exercer nossa específica função na implantação do Reino. Nessa
“hierarquia do céu”, quem somos nós sem a ação do Espírito Santo? Quem somos
nós sem o batismo com o Espírito Santo[14]? Como
vamos testemunhar de Jesus Cristo ao mundo se não for pelo Espírito e pelo
poder do Espírito? Como anunciar a mensagem do Reino e conseguir almas se não
for pelo Espírito? Veremos que nesse contexto, os dons espirituais têm uma
importante valia, embora não precisamos dar ênfases de nenhum poder
sobrenatural nem nos arriscar em nenhum experimentalismo qualquer, pois, como
dissemos acima, a obra é do Espírito Santo. O que seria uma obra sem o mestre,
sem o chefe, sem o coordenador? Seria uma total falta de rumo, algo que não é
difícil de ver nos movimentos pentecostais modernos. Do mesmo modo, a igreja
poderia se encontrar, de certa forma, estática. Infelizmente muitos
tradicionais por excesso de zelo, de ortodoxia, preferiram ficar com aquilo que
ganharam na Reforma Protestante e que não é pouco, a saber, as doutrinas da
graça, assim como as doutrinas reformadas em geral e escolheram ficar com a
Bíblia como um legado histórico, como regra indiscutível de fé ou como a
Palavra de Deus já plenamente revelada. Mas, contudo, pode existir um problema:
a ortodoxia, ou até mesmo o fundamentalismo por parte de alguns, não seria
prejudicial para o despertar da igreja para o avivamento e para a plenitude
espiritual? Uma
igreja, em nome da defesa da Verdade ou, em nome da defesa da sua confissão
teológica, pode perder a piedade, pode perder a sensibilidade e pode perder a
vida do Cristo glorificado e se prender apenas ao seu legado histórico.
Avivamento não se trata apenas daquele entusiasmo do início, do primeiro amor,
do desejo de conhecer a Bíblia e da alegria inestimável da conversão à Cristo,
mas trata-se da piedade, do amor verdadeiro e racional pelo Evangelho e pelo
conteúdo do Evangelho: amar a Deus e amar ao próximo, total dependência do
Espírito Santo, experiências seguras com os dons espirituais, uma maior
iluminação no entendimento da Palavra de Deus e uma melhor aplicação espiritual
da mesma, uma confissão de fé visível e indubitável, perseverança, a plenitude
do Espírito Santo, maturidade, discernimento espiritual para o momento que a
Igreja vive sobre a terra, etc. É preciso amar não só o conjunto de livros
inspirados que compõe a Bíblia, mas, principalmente, o conteúdo profético da mesma,
a saber, a Palavra Viva de Deus que nada mais é do que o próprio Cristo que se
revela pelas Escrituras. A Bíblia não deve ser apenas uma regra ferrenha de
conduta moral e religiosa, pois daí também nasce o legalismo. Não pode ser o
acervo das palavras que Cristo um dia falou e nem acervo sistematizado de doutrinas
simplesmente, mas ela, a Bíblia, deve ser a Palavra do Deus que ainda fala, a
revelação do Cristo que ainda vive e tudo isso pela contínua iluminação do
Espírito Santo que ainda dirige o projeto de Deus. A Palavra de Deus deve ser a
norteadora do crente que vai – pela graça – para a Eternidade mediante a fé no
Cristo, na sua promessa e no projeto de redenção do Pai. Quem testifica essas
verdades e as confirma pela própria Escritura é o Espírito Santo. A igreja deve
estar vivendo a plenitude do Espírito Santo. Ela deve buscar patamares ainda
maiores de comunhão com Deus e isso não remete a viver e experimentar
“novidades teológicas”, mas sim de uma novidade do Espírito cuja base se
encontra nas Escrituras mesmas, pois o Espírito Santo sendo Deus, a Palavra sendo
de Deus e Jesus sendo a Palavra Revelada de Deus na Bíblia, Deus não se volta e
nem se voltará contra Ele próprio. Até na defesa da verdade, algumas igrejas podem
perder a devoção, pois, de repente, a defesa da Verdade torna-se um fim em si
mesmo e, a igreja mesmo com uma elogiável fidelidade doutrinária, pode se
tornar uma igreja morta. O amor pela formalidade, pela norma e pela “lei” está
fantasiado de amor pela Doutrina e isso tudo é muito sutil e perigoso. Perde-se
a verdadeira liberdade em Cristo (pela operação genuína do Espírito Santo) e o
entendimento verdadeiro do Evangelho e tudo se torna mecânico e religioso. Dentre os tantos exemplos que a Igreja
registrada em Atos nos dá, destaca-se a dinâmica da Igreja. A Igreja não se
acomodava e quem individualmente se acomodava, no caminho mesmo ficava, mas a
Igreja perseverava, progredia, crescia, entendia gradativamente o plano
profético de Deus, porém, tudo isso na constante e eficaz revelação do Espírito
Santo, na aplicação correta dos dons espirituais e no crescimento da graça de
Deus onde a vivência prática da plenitude do Espírito Santo levava a Igreja a
patamares ainda maiores de entendimento do projeto divino. Enganaram-se os que
pensaram que tudo isso era algo restrito ao período apostólico. Não é difícil
entendermos que a experiência da primeira Igreja seria trazida e preservada ao
longo dos séculos pelo Consolador Espírito Santo que, em cada momento histórico
que a Igreja percorria, o mesmo Espírito testificava de seu projeto e
enfatizava uma operação de caráter profético em cada época, em cada faze da
Igreja de Jesus Cristo. A obra do Espírito seria notificada pelos séculos junto
com o clamor de muitos genuínos servos de Deus que, no mesmo espírito, mesmo
batismo, mesmo Deus e Pai disseram: “aviva, Senhor a sua obra e a notifica
através dos anos”. Na própria Reforma Protestante, a obra do Espírito foi
testificada e o avivamento aconteceu cuja ênfase estava na supremacia da
Palavra de Deus e na fortaleza verdadeira e refúgio em Deus para todos por meio
da graça. Ali havia um remanescente que estava de coração aberto para receber a
Palavra de poder e a partir daí, a obra do Espírito santo no seio da Igreja
Fiel de Cristo foi retomada de forma notória. Muitas igrejas se consolidaram
nessa experiência com a Palavra e firmaram suas estacas na verdade bíblica.
Assim, o legado, a herança estava sendo mantida e repassada, até que os grandes
avivamentos espirituais aconteceram onde o Evangelho transgrediu as fronteiras
humanas e chegou até mesmo a lugares inóspitos. A experiência do batismo com o
Espírito Santo foi vivida e notificada, grandes avivamentos aconteciam e a
principal característica desses avivamentos estava no desejo de cumprir a Palavra
do Cristo e levar o Evangelho a toda criatura.
Para
muitos, porém, a sã doutrina se tornou um mandamento rigorosamente
sistematizado e formalizado, um ritual ou uma liturgia sempre a ser observada,
mas que não produz vida e nem frutos visíveis. O legado foi apenas histórico.
Pode-se fazer uma análise doutrinária de A a Z, mas toda essa ortodoxia é morte
e não vida. Há muitas igrejas “históricas” neste país que estão morrendo por
não viverem a experiência com a abundante benção do Espírito Santo. Continuam
solenes (pela grande bagagem histórica e heróica do protestantismo), porém
mortas. Não tem heresia, mas também não tem vida. Não tem heresia, mas também
não tem amor, não tem heresia, mas também não tem amparo aos pobres, não tem
heresia, mas também não tem vibração por Deus, não há avivamento algum. São
igrejas boas, porém sem vida de Deus. Deus é um Deus pessoal e ama o
relacionamento com o homem no qual Ele escolheu para viver essa relação
recíproca. E do mesmo modo, reforçando o que já foi dito, as aventuras do
pentecostalismo moderno produzem crentes imaturos e distantes da verdade
bíblica.
A relevância da presente análise está,
também, na possibilidade de um maior esclarecimento em torno da questão
“doutrina”. Dessa forma, tentaremos mostrar que a doutrina produz vida, pois a
Palavra é viva. Portanto, é boa e segura a liturgia tradicional e muitos devem
rever isso e voltar ao modelo tradicional de culto, de cultura, costume, etc.,
mas sem abandonar ou recusar os valores do genuíno pentecostalismo, pois ambos
na verdade podem convergir mais do que simplesmente divergir.
O objetivo geral
do presente artigo é pensar e definir o conceito de “doutrina” e seu caráter
não só legalista ou normativo ou disciplinar, mas também seu caráter profético[15],
embora, para isso, devemos fazer uma análise do termo “profético”, pois o termo
tem recebido valores estranhos ao seu real significado dentro de algumas
igrejas pentecostais, principalmente de segunda e terceira onda pentecostal ou,
mais precisamente, no neopentecostalismo brasileiro. Temos como parte de nosso
objetivo, o interesse de mostrar o que é doutrina para a Igreja de Jesus[16], sua
transcendência e o seu valor espiritual, seu caráter prático e moral e também
seu caráter profético e, nesse contexto, verificar a fundamental participação
do Espírito Santo na consolidação doutrinária através dos tempos ante os riscos
e tentativas diversas de agregação herética no contexto da sã doutrina de
Cristo. Aliás, um dos maiores desafios da Igreja pela história foi a
preservação da sã doutrina diante das tantas heresias que surgiam e tentavam
ser introduzidas no seio da Igreja. Hoje esse desafio continua posto. Para ser
específico, esse desafio não só continua posto, mas é ainda maior na atualidade
diante das tantas ramificações ditas cristãs que crescem e se espalham pelo
mundo, inclusive em nosso país. Aliás, esse fenômeno acontece fortemente aqui
no Brasil e por isso existe a preocupação com a saúde espiritual dos crentes
que aderem a esses movimentos. Precisamos, o quanto antes, voltar ao Evangelho,
porém se esquecer que Evangelho é poder de Deus e poder de Deus, para nós, é obra
exclusiva do Espírito Santo e implica uma total dependência da operação do
mesmo. A característica central do livro de Atos (cujo livro é a referência
principal para a missão e conduta da Igreja) é a total submissão à voz do
Espírito Santo.
A Igreja de
Jesus Cristo, percorrendo pela história, sofreu algumas alterações em relação
ao seu formato original conhecido como “período apostólico” ou “Igreja
Primitiva”. A Igreja ao longo da História foi perseguida, cresceu,
institucionalizou-se, separou-se e ramificou-se. Vemos tão facilmente hoje essa
ramificação. Nesse contexto histórico, a sã doutrina de Cristo se viu ameaçada
ou simplesmente esquecida em algumas instituições. Em outros grupos, a sã
doutrina recebeu itens a mais, conceitos extras que colocaram e colocam ainda
em risco a verdadeira cristandade ou espiritualidade cristã por conta de valores
extras ou alheios a ela. São várias igrejas ditas “evangélicas” que, somando
com as mais tradicionais, temos, só no Brasil, cerca de 42.275.438 evangélicos[17].
Segundo o Censo de 2010, a população evangélica do país representa 22,2% da
população nacional, ou seja, 42,3 milhões de pessoas. Como está sendo elaborado
o conceito de doutrina nessas tantas igrejas?
Vemos
principalmente nos grupos neopentecostais (ou pentecostais modernos) variedades
de conceitos, experimentalismos estranhos às Escrituras, heresias, teologias
frágeis à Palavra de Deus, ênfases em revelações e em manifestações
espirituais, pragmatismo religioso, ostracismo religioso, desapego à leitura e
ao estudo bíblico, ênfase ao subjetivismo e também ao corporativismo,
denominacionalismo e sectarismo.
Diante de
tantos conceitos e crenças que são ensinados, nos preocupamos aqui em trabalhar
o conceito de “doutrina bíblica”, pois questionamos se, de fato, alguns
ensinamentos e conceitos podem receber o coroamento de doutrina ou não. Não vamos nos prender aqui falando sistematicamente de cada doutrina
cristã. Não! Mas apenas apontaremos para o núcleo doutrinário da fé cristã ou,
para a base doutrinária da fé cristã que aqui chamaremos de forma genérica de
“sã doutrina”. Tendo em vista essa referência e esse alicerce, mostraremos o
que, junto com as doutrinas centrais e universalmente conhecidas e aceitas pela
fé cristã, pode ser considerado “doutrina”, “dogma”, “disciplina ou prática
cristã” e “heresia”. Tendo feita essa separação, poderemos abrir caminho para
um diálogo sobre a unidade cristã em meio às diferenças denominacionais e como
todas podem verificar a necessidade de voltarem ao Evangelho e ao verdadeiro
avivamento sem abrir mão de alguns conceitos que podem ser sadios à fé e à sã
doutrina ou, diante da verdade, abrirem mão de alguns conceitos que não estão
em conformidade com a palavra de Deus e assim repensarem sua posição. Vamos
aplicar aqui o termo “reformar” segundo essa perspectiva e não somente à adoção
total dos valores religiosos e teológicos da Reforma Protestante, afirmando que
a Reforma Protestante foi um importante e necessário marco para a História da
Igreja, mas que a consolidação e o aperfeiçoamento da mesma não se resumem
entre as “quatro paredes” dos grupos reformados. [...]
(continua)
Gabriel
Felipe M. Rocha. Membro da Igreja Cristã Maranata desde 2004. Professor e
pesquisador. Graduado em História (licenciatura e bacharelado); pós-graduado em
Sociologia (lato sensu); mestrando em
Filosofia (stricto sensu), linha de
estudo: Ética e Antropologia. Estudou História da Igreja (bacharelado em
teologia) e Francês na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia de Belo
Horizonte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário