domingo, 9 de fevereiro de 2014

Para a nossa reflexão ("a culpa é nossa")


Tenho reparado o quanto o cristianismo está em descrédito. Principalmente no meio dito "evangélico" ou protestante onde há uma maior carga de cobrança pelo simples fato de pregarem mais enfaticamente a santidade. Bem, de fato o descrédito é justo quando olhamos para os vários problemas que permeiam o meio cristão. Mas a culpa é nossa e não do Evangelho. A essência do mesmo é tão real e eficaz que é capaz de transformar vidas, coisa que homem nenhum pode fazer. E o fato do Evangelho ser simples e ser, ao mesmo tempo, o poder de Deus para a salvação, aumentam mais a nossa culpa. Tantas igrejas, tantas ideias, tantas heresias, tantas pessoas vazias, tantos pseudocristãos que em nada se mostram diferentes ou transformados pela Palavra do genuíno Evangelho (que é poder de Deus). Existem mais crentes denominacionais do que homens e mulheres compromissados com as questões do Reino de Deus, aliás, homens e mulheres que, como os cristãos primitivos, morreriam pela causa cristã.

Mas o conteúdo do Evangelho é salvação, é graça divina, é resgate e é amor. Está faltando um real engajamento. Está faltando qualidade. A mensagem do Evangelho é para transformação e nós somos os culpados do descrédito do mesmo, pois nossas ações não são boas! Não tem como pregar amor se não amamos e nem fé se a nossa fé não vem acompanhada por sinais verdadeiros e nem frutos visíveis de arrependimento, amor e piedade. Nós somos os culpados...

Mas quando há o verdadeiro engajamento, o mundo lê as nossas vidas, pois somos, de fato, cartas abertas para o mundo onde a mensagem do Cristo vivo está escrita com sangue. Assim fazemos diferença! Como o nosso Senhor ensinou: precisamos ser sal e luz do mundo. Precisamos temperar a terra e iluminar onde há escuridão. Não podemos ser iguais aos que não conhecem a Cristo. Portanto, a tarefa é nossa e, com ela, a culpa, também é nossa.  Coloco aqui o termo “culpa” não no sentido do pecado para morte, embora Deus irá requerer o fruto de nosso trabalho e a multiplicação dos talentos que um dia nos foi confiado. Deus nos chamou para sermos mordomos e precisamos dar conta dessa mordomia. A culpa que emprego aqui nessa reflexão não é pessoal, mas muito abrangente. O fato de o Evangelho estar em descrédito é culpa do ser humano comissionado a levá-lo e anunciá-lo e não do Evangelho em si que é puro e santo. É nessa perspectiva que deixo essa reflexão.

Contudo, Deus tem chamado o seu povo para andar com Ele e ser participante da glória dEle. Ele é rico em misericórdia e a nossa culpa foi expiada pelo precioso sangue de Jesus. Basta, agora, nos achegarmos diante dEle com fé e confiança. Precisamos (todos nós) a cada instante nos renovarmos nesse amor, pois Jesus pagou a nossa culpa, nossa dívida, mas o pecado ainda está em nós. Não sejamos mais omissos, mas sim sensíveis e obedientes à voz do Espírito.   Sejamos luz e sal. Sejamos todos “atalaias da Verdade” e jamais venhamos nos assemelhar ao mundo.

"Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado.
Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós.
Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça"
(1 João 1:7-9)
 Alguns ainda poderão dizer: Ah! Isso tudo que está acontecendo é profético...  ...O amor de muitos se esfriaria, etc. Sendo profético ou não, é nossa responsabilidade zelar pelo Evangelho de Jesus Cristo em nossas vidas e em nossa congregação.
"Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo. E por eles me santifico a mim mesmo, para que também eles sejam santificados na verdade. E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela tua palavra hão de crer em mim; Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um. Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que os tens amado a eles como me tens amado a mim" (João 17:18-23)

Maranata!



Gabriel Felipe M. Rocha: professor e acadêmico;
Graduado em História (licenciatura e bacharelado);
Pós graduado em Sociologia (lato sensu);
Mestrando  em Filosofia (área de estudo: Ética e Antropologia);
Bacharel em Teologia (ênfase em História da Igreja);
Estudou Francês Instrumental na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia de Belo Horizonte.


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