segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

JESUS, UM DEUS PRESENTE




Por Gabriel Felipe M. Rocha

“[...] que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação [...]” (2Cor 1:4)




A palavra “consolar”, aqui, (gr. paraklesis), significa colocar-se ao lado de uma pessoa, encorajando-a e ajudando-a em tempos de aflição. Deus, em sua imensurável e soberana graça, desempenha incomparavelmente esse papel, pois Ele envia aos seus filhos o Espírito Santo, que é chamado “O Consolador” (João 14:16).

Jesus chama o Espírito Santo de “Consolador”. Trata-se de uma tradução da palavra grega parakletos, que significa literalmente “alguém chamado  para ficar ao lado de outro para o ajudar”. É um termo rico de sentido e pode ser traduzido também (de forma simples) como “advogado” (1João 2:1), “fortalecedor”, “Conselheiro”, “Socorro”, “Aliado” e “Amigo”.

“[...] se alguém pecar, temos um advogado junto ao Pai” (1João 2:1)

“Deus é o nosso refúgio e fortaleza...” (Sl 46:1)

“...socorro bem presente na angústia” (Sl 46:1)

“...Maravilhoso, Conselheiro [...]” (Isaías 9:6)

“E digo-vos, amigos meus: não temais...” (Lucas 12:4)

Interessante que o termo grego para “outro” (alguém chamado para ficar ao lado do outro para ajudar) é allom que significa “outro da mesma espécie”, e não heteros, que significa simplesmente “outro”. Noutras palavras, o Espírito Santo dá seguimento ao que Cristo fez na terra e, hoje, a Igreja de Cristo (que assumiu a responsabilidade de realizar a obra divina) caminha através da presença do Espírito Santo que é o Agente principal e fundamental na Igreja e na obra redentora de Deus, ao lado de Jesus que se revela na Igreja pelo mesmo Espírito Santo. A Igreja Fiel de Cristo (sua noiva) tem uma intimidade com Jesus através do Espírito Santo (o Consolador que caminha ao lado).

Ainda sobre o termo allom (outro da mesma espécie), é relevante ressaltar o seguinte: Jesus veio como a solução de Deus para o homem. Veio como aquele que andaria lado a lado com a humanidade. Jesus (Deus) se tornou homem como nós somos, ou seja, Deus (Deus presente - Emanuel) se tornou homem segundo o termo grego allom, “outro da mesma espécie” (humano) e sofreu as nossas lutas, as nossas dores e nos garantiu a redenção.

Só poderemos ter uma experiência real com esse Jesus vivo e presente se atendermos a esse chamado. Jesus nos chama para perto. Esse “chamar para perto” é o mesmo conteúdo prático do genuíno avivamento: o avivamento de Deus tende a trazer o homem para perto, de volta para Deus. O caráter do avivamento é profético, pois chama o homem para voltar ao Criador e aponta o caminho, a saber, Jesus – o Caminho, a Verdade e a Vida. Jesus (a Palavra de Deus, o Verbo Vivo e o conteúdo profético das Escrituras) é quem opera o avivamento. Ele é quem batiza com o Espírito Santo e é Ele quem dá dons aos homens. Portanto, Ele se fez “allom” (“outro” da mesma espécie = humano) e esteve perto, ao lado, junto e’ ajudador’ (“parákletos”) e nos consola (parákletos) com seu Espírito Santo. Esse “consolar” não diz respeito somente ao ato do alento, mas, pela riqueza semântica, significa também “cuidar” ou “apascentar”. Essa afirmação é corroborada com o texto do salmo 23: “o teu cajado (tipo do Espírito Santo) me consola (parákletos)”. E Jesus, portanto, antes de cumprir seu propósito na Terra, prometeu à Igreja a vinda do Consolador Espírityo Santo, o que consola, guia (cajado), ensina, aperfeiçoa, opera vida, batiza, dá dons aos homens, faz oposição ao pecado, santifica, etc.


Voltando no texto de 2 Coríntios 1:4:

A expressão usada por Paulo traduzida em “consola” (“... que nos consola...”), tem sua raiz no termo que vimos acima (paraklesis) e, no texto de 2Cor 1:4 está empregada como parakaleo que significa “chamar para perto”.


 Por isso Ele é o nosso Pastor, pois ajunta seu rebanho. Como? Com seu Cajado (Salmo 23), o Espírito Santo (O Consolador). O nosso pastor, com muito amor e cuidado, tem usado o seu cajado, pois Ele está perto, está presente. O cajado é usado não para bater, mas para puxar a ovelha que se desvia. O cajado é símbolo da direção do Espírito Santo e é, exatamente pelo Espírito Santo que conseguimos chegar até Jesus, caminhar em seu caminho e seguir a sua direção.

O texto de Coríntios afirma categoricamente que Jesus nos consola (pois está perto) para que também possamos consolar os outros.

Achei muitíssimo interessante essa frase, pois ela revela um fato que deve, ou precisa acontecer constantemente em nossas vidas, pois somos Igreja e Cristo continua presente na terra através da Igreja. Como o homem sem Deus saberá que Jesus está presente? Através do testemunho da Igreja Fiel.

“E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um. Eu neles, tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim e que tens amado a eles como me tens amado a mim” (João 17:22,23)

Se Ele está presente em nossa vida e nos consola, ou seja, está junto de nós em todo o momento, devemos consolar os outros. Para melhor dizer, segundo o termo original contido nesse “consolar”, precisamos estar perto e nos colocarmos como amigos, socorro, conselheiros, intercessores e luz de Cristo para o outro, seja nosso irmão em Cristo, seja o homem perdido sem Cristo.

“Para que também possamos”-  A condição que nós hoje temos de nos portarmos como “cristãos” (pequenos cristos) e servos de Deus está no fato de o próprio Senhor nos conceder tal condição e nos capacitar para isso.

Quero finalizar esta singela análise dizendo o seguinte: Não é o bastante apenas saber que Jesus é onisciente, onipresente e onipotente. Precisamos viver e alcançar sempre uma experiência com Jesus nesses três atributos. Ele está presente, sempre perto para nos ajudar. Louvado seja o Senhor!

“E eu, quando o vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo-me: Não temas; eu sou o Primeiro e o Último” (Apocalipse 1:17)

“Escreve ao anjo da igreja que está em Éfeso: Isto diz aquele que tem na sua destra as sete estrelas, que  anda no meio dos sete castiçais de ouro.” (Apocalipse 2:1)




Gabriel Felipe M. Rocha

Um comentário:

Décio Luís Aniceto disse...

Muito boa a mensagem! Blog muito bom esse, dá gosto de ler. apdSJ! Décio