sábado, 12 de julho de 2014

O termo “misericórdia”

O termo “misericórdia”

Quando Moisés viu Deus de costas, ele também ouviu uma proclamação que definia o Deus de Israel como Misericordioso: “Senhor, o Senhor Deus, misericordioso e piedoso, tardio em irar-se e grande em beneficência e verdade; Que guarda a beneficência em milhares; que perdoa a iniquidade, e a transgressão e o pecado…(Ex. 34:6).
 
No entanto, sempre que observamos as raízes das palavras em hebraico, podemos encontrar conexões incríveis!
 
Por exemplo, o verbo Le Rachem (לרחם), que significa ter misericórdia ou pena, está conectado com outras palavras, como “querido” ou “amado” (Rachim - רחים), que significa para o povo semita alguém que você ama. O termo para quem se ama na língua hebraica é caracterizado pela misericórdia. Você não pode amar sem ser misericordioso. 

O mais intrigante é que a raiz da palavra misericórdia também está conectada com a gravidez
Em hebraico, o útero, órgão que abriga o embrião desde a sua concepção até o nascimento, é chamado de Rechem (רחם). Então o milagre da concepção e proteção do embrião é definido em termos de misericórdia.

O que as Escrituras nos mostram? O que o Espírito Santo nos revela?

1)   Deus em sua Soberania e Graça decidiu agir com misericórdia para com nossa transgressora humanidade. Por quê? Porque Ele nos amou (primeiro). Mas, por quê no amou? Porque, para Ele, fomos queridos. Fomos amados (Le Rachem = ter misericórdia). Quando Ele nos amou e nos elegeu por sermos queridos dele (mesmo em pecado), Ele, o Deus soberano e justo juiz que antes podia nos condenar com justiça, preferiu salvar-nos. Portanto, teve misericórdia.

2)   Interessante ressaltar aqui o seguinte: o Filho Unigênito (Jesus) era o querido de Deus. Ele recebeu o Nome de Messias (em hebraico) e Cristo (em grego). Tais substantivos significam em comum “ungido”, “escolhido”, ou seja: Jesus é o escolhido por Deus, amado e querido e no ato da graça e misericórdia divina, se fez carne para padecer e perecer sob o dano e condenação que era nossa. Por quê Jesus fez assim? Porque Ele também nos amou! Ele nos teve como queridos e amados.

Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus. E todas as minhas coisas são tuas, e as tuas coisas são minhas; e neles sou glorificado. E eu já não estou mais no mundo, mas eles estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo guarda em teu nome aqueles que me deste, para que sejam um, assim como nós. Estando eu com eles no mundo, guardava-os em teu nome. Tenho guardado aqueles que tu me deste, e nenhum deles se perdeu, senão o filho da perdição, para que a Escritura se cumprisse. Mas agora vou para ti, e digo isto no mundo, para que tenham a minha alegria completa em si mesmos(João 17:9-13);

Jesus amou profundamente os seus...

3)   Jesus se mostrou, então, como a expressão da misericórdia de Deus. Lembrando que “Le Rachim” é um verbo (que significa “ter misericórdia”). Quem é o Verbo de Deus? Jesus Cristo, a misericórdia que se encarnou no Homem e se fez como Cordeiro Perfeito.

4)   Por último, ressalta-se aqui a intrigante relação da raiz semântica da palavra hebraica (misericórdia) com a palavra “gravidez”. Passando pelo crivo profético, o que o nosso Deus quer nos dizer aí? Basicamente duas coisas:

a)   O Filho de Deus, Rei da Glória, Pai da Eternidade, nosso Senhor Jesus Cristo deixou o esplendor de sua Glória e toda sua majestade e poder para flutuar no ventre de uma mulher (pela vontade de Deus). Foi gerado o Salvador! Maria esteve grávida, gerando o seu Senhor, o nosso Senhor. Nasceu em Belém a Misericórdia de Deus para a humanidade!

b)   Salvos pela graça e misericórdia expressados no ato da cruz e do derramamento do Sangue de Cristo, nós, resgatados pela graça, tivemos a oportunidade de nascermos de novo em espírito para a Ressurreição da Vida. Fomos gerados pela misericórdia! Aleluia!

Assim, concluímos dizendo que Deus escolheu nos amar. Ele é quem nos escolheu! Sem sua primeira atitude de misericórdia, jamais provaríamos de sua graça. Jamais provaríamos do amor de Cristo. Jamais nosso coração se encheria de alegria e genuína paz. Jamais estaríamos aptos – como agora – para também exercermos a misericórdia, pois carregamos em nossa vida a marca de Jesus Cristo.

Gabriel Felipe M. Rocha

(tradução hebraico/português por Dr. Eli. E Teacher Biblical – Estudos Judaicos para Cristãos)


Um comentário:

Anônimo disse...

Rapaz, esse blog é realmente diferenciado. Estou satisfeito com o que tenho lido aqui. Viva a Palavra de Deus!

Rodrigo Ruzzene