Cafarnaum era uma das grandes cidades da Galiléia, muito
próxima à foz do Rio Jordão, onde João Batista costumava fazer suas
pregações, convidando o povo ao arrependimento dos pecados.
E como ficava na estrada
comercial que ia da cidade de Damasco ao Mar Mediterrâneo, o governo
romano tinha lá uma milícia composta de cem soldados, sob a direção de um
comandante.
Esse comandante tinha o
titulo de centurião, justamente porque comandava cem soldados. Pelo que se
compreende do trecho que acabamos de ler, logo que o centurião teve
conhecimento da entrada de Jesus na cidade de Cafarnaum, sem mais demora
fardou-se e foi à procura do Nazareno, e, encontrando-o logo, queixou-se do mal
de que sofria o seu Criado: "O meu criado jaz em casa paralítico,
padecendo horrivelmente."
Ora, sendo Cafarnaum uma
cidade populosa, de certa importância, a ponto de ser guardada por uma milícia
de cem soldados, comandada por um centurião, havia forçosamente alguns médicos
ali residentes.
Pelo que diz o Evangelho, podemos nos informar que a moléstia
que acometera o criado do Centurião era paralisia e, tal paralisia, ocasionava
grandes sofrimentos. Sabemos ainda mais que a moléstia do homem era grave e que
esse servo do centurião, segundo afirma Lucas que era médico, estava até
moribundo, na agonia. Bem, às portas da morte, é impossível que o centurião, uma
pessoa de recursos e que muito estimava o seu servo, não houvesse chamado
médicos para tratá-lo!
O doente não podia ter ficado até aquele momento sem medicação,
embora a medicação não lhe tivesse dado melhoras.
Provavelmente desanimado
com o tratamento da Ciência daquele tempo, o centurião, homem instruído,
sabendo das curas que Jesus havia operado, pois, pouco antes de entrar em
Cafarnaum, o Mestre tinha curado um leproso, deliberou valer-se do Grande
Médico Espiritual para curar o servo.
E sabiamente agiu o centurião, porque seu pedido foi recebido
com toda a consideração:
“Eu irei curá-lo", disse Jesus. Admirável frase
esta: "Eu irei curá-lo"!
Antes de mais nada , inicio esta mensagem dizendo que : Tudo
que o Senhor tem feito e fará por nós, não se deu e nem se dará por causa de
nossa posição, cultura, posse e religiosidade ,mas, pela sua vontade soberana. Deus,
na eternidade decidiu dar uma benção para o homem. Ele decidiu te dar uma
benção, benção essa soberana e incondicional.
No início, a importante cidade de Cafarnaum
era apenas uma aldeia “ Aldeia de Naum”, no qual é o significado do nome.
· O homem, por causa da raiz de pecado existente em si, tem, com
o passar do tempo, perdido a sua humildade perante Deus e, se afastado de sua
origem (a vida eterna). O homem, em meio às várias filosofias, ciências e
armazenamento de razão, tem “crescido”, abrindo mão de seu estágio original. Nega
qualquer vinculo de dependência com o Criador.
· A aldeia era extremamente dependente das cidades ao redor.
Mas, o homem, não quis ser dependente de Deus, mas quis andar sozinho, sozinho
para a morte. Ali havia os próprios recursos. O homem tem confiado em si.
· NAUM significa : “compassivo”; “consolação” – O homem na aldeia, ou seja, na dependência desse Deus
maravilhoso tem gozado de consolação. Por ser dependente, o Consolador Espírito
Santo tem guiado e levado o homem fiel a caminhos e “passos verdejantes”. Mas a
aldeia se coloca também como a situação do ser humano sem Deus: rodeado,
cercado pelos recursos dessa vida, porém sempre pobre (sem nada para Deus).
A humanidade tem negado a
Graça de Deus, o amor revelado ao homem. “quem se
compadeceria de ti” (Jr 15:5) Mas , Deus se mostra
compassivo em meio a “Aldeia” de nossa existência . Nesse texto que citei em
Jeremias, pergunta-se: “Quem se compadeceria?” A resposta para essa e outras varias perguntas que temos em meio às
duvidas e dificuldades é certa e única : Jesus !
· Na medida que o homem cresceu em razão e perdeu a revelação,
não quis mais o consolo, a presença, a paz verdadeira em sua vida. Preferiu a
correria, a facilidade, à porta da Grande Cafarnaum. Em busca de tais prazeres
existentes, o homem deixa o profético e ama o presente século .
· Era próxima ao rio Jordão - A benção está próxima (...perto está o Senhor dos que o invocam...) . O homem vive sedento, mas a água está sempre proxima. Faço
menção aqui daquele homem, Naamã, chefe do exercito sírio que recebera uma
ordem “lava-te no Jordão”, mas, de
início, recusara, pois, o Jordão era um rio simples se comparado aos rios de
Damasco. O homem quer a bençao, necessita dela, mas tem visto a benção
condicionada a homens, aparência, vive numa fé materialista.
· Interessante mencionar Damasco aqui, pois Cafarnaum ficava
geograficamente na estrada que ligava à Damasco.
O homem tem a tendência,
já desde o inicio, a ir segundo sua vista, e sua circunstancia.
Para o homem sem Deus, o
Jordão (Jesus) não é suficiente, mas os rios de Damasco sim. As aparências sim,
o materialismo sim. “...duro para nós é esse
discurso...” O homem acha difícil , mesmo estando perto,
usufruir das vantagens do “Jordão”.
Aprofundando
no Texto:
O centurião quis uma benção.
Tal benção era a cura de seu servo.
Aquele Centurião era um
homem nobre, tinha vários servos consigo, mas a palavra diz que “ele muito estimava” aquele servo.
No original, estimar está ligado a amor, ligação à alma de alguém.
Amar o servo era uma
atitude totalmente diferente do contexto de onde ele morava (Cafarnaum). Pois,
seu lugar amava o recurso, o dinheiro, era um lugar numa posição geográfica bem
sucedida e estratégica.
Talvez sem imaginar, esse
centurião estava agindo dentro de um plano profético.
Que plano era esse? Jesus,
o servo. Jesus, sabemos bem, tem quatro importantes e proféticas características
: Rei, Homem perfeito, Deus e Servo. Em seu ministério estava atuando como o
servo, a própria salvação sendo entregue de bandeja para a humanidade. Jesus tem toda a característica de Servo, estava inteiramente dentro do contexto do servo do centurião,
pois Ele ao se entregar disse “está consumado”, que no grego é a mesma frase dita por um servo depois de
terminar um serviço ao seu senhor (τελεω – teleo). Jesus,
inclusive, é o maior exemplo de como ser um obreiro.
Sendo aquela cidade rica
em recursos, o centurião tinha ali médicos à disposição, ainda mais sendo ele
um homem de recursos próprios.
Mas não teve jeito para
sua situação.
Qual homem, confiante em
seus recursos, é digno de ser chamado sábio? Mas a palavra chama de loucos os
que confiam em si próprios.
O amor pelo servo, também
é, um ato de humilhação. Se compadecendo daquele servo ali, o nobre centurião
estava dizendo à sociedade: Sou como ele, ele é como
eu.
E aí está a primeira
atitude para se receber de Deus uma benção. Reconhecer-se servo, humilde e
necessitado.
· v-3 “ouvindo falar de Jesus” – experiência. Paulo quando ouviu a voz de Jesus, jamais
confiou em seus recursos teológicos e, talvez, materiais.
· Interessante que, ele usou todos os seus recursos, depois
quando não havia mais jeito, procurou Jesus. Nós temos essa tendência. Lutamos
com nossas forças e, às vezes buscamos ao Senhor em meio às dificuldades,
quando não dá mais.
· A partir do versículo três, começa a mudança na vida daquele
homem.
Jesus acabara de concluir
suas palavras no famoso Sermão da Montanha e, ao descer , vai à Cafarnaum.
O Senhor tem feito isso.
Tem descido, tem olhado para baixo (para o homem), para a pequenez nossa e,
vindo ao encontro de nossa “aldeia”, nosso coração. Ele vem dar consolação,
pois é um Deus compassivo, tal como o nome da aldeia “Cafarnaum”, nós precisamos
de consolação, nossa alma anseia todo o momento por paz verdadeira que só Jesus
pode dar.
A
atitude de quem quer uma benção
· v 3 – “enviou – lhe uns anciãos dos
judeus”. Porque enviou os anciãos que ali estavam com ele? “porque ouviu falar de Jesus”.
Anciãos no Velho
Testamento = reverenciados ; homens de bom conselho; ocupavam um papel
importante dentro do sistema religioso israelense; respeitados e dignos .
Estavam perto do centurião
naquele momento. Podemos imaginar aqueles anciãos e seus bons conselhos
fundamentados na lei, na letra, na razão. Talvez pudessem ter dito baseando nos
conceitos religiosos e preconceituosos: “está doente
para morte, certamente pecou em algo...”( apenas uma
conjectura ).
A religião hoje não
oferece nada naquilo que nossa alma anseia.
Como aqueles anciãos, o
sistema religioso e, o próprio cristianismo está VELHO, perdendo a visão
espiritual, saindo do profético. O conselho do homem é baseado naquilo que é
para essa vida, pois é terreno e limitado. E sua alma? Quer isso? Ou quer
aquilo que é VIVO? Aquilo que pode mesmo a alimentar, o ETERNO, a presença de
um conselho vivo, pelo Espírito Santo de Deus.
No Novo Testamento, os
anciãos não eram mais como os daqueles tempos descritos em varias passagens
bíblicas. Os do N.T. eram já influenciados pelo sistema atual e regente ali.
Apegados em posições de destaque, vaidade social e dinheiro.
Você vê o “evangelho” de hoje em dia da mesma
forma. Homens, pastores amantes do dinheiro; usam os recursos dessa vida, deste
mundo para manterem de pé suas igrejas; estão mesclando a mensagem da cruz com
fragmentos deste mundo e, até mesmo, aceitando o pecado. Matando o profético.
· o sentimento daquele centurião era pelo servo. Sua alma estava
voltada à vida daquele servo. Servo – um projeto que Deus planejara .
dando mais tarde seu Filho para servir, se dar por nós.
Olhe bem, tudo caminhava
para um campo profético. O centurião amava o servo. O Senhor se deu pelo servo
e, manifestou um sentimento ainda maior em relação a Senhor e servo, chamou os seus
de amigos . “Já não vos chamo mais servos.....mas, amigos”. Jesus queria
ensinar algo na situação que envolvia o centurião.
Deus tem, nesta hora,
ainda servido o homem com a salvação . Quem tem dado credito. Quem tem dado o
credito necessário como aquele centurião deu ao seu servo?
· Uma coisa interessante nessa passagem: O homem enviou os
anciãos para chamar Jesus. Ou seja: ele apartou de si
os velhos anciãos religiosos e vaidosos e, quis ter consigo Jesus.
A nossa benção está em: Deixar,
apartar de nossa razão religiosa e se fazer como um servo. Deixar tudo que
temos; abandonar todas as paixões seculares para ter apenas um, e o mais necessário:
JESUS.
Vão os anciãos e venha Jesus!
Que vá toda a religiosidade que aprisiona e venha a Verdade que liberta.
Vão os anciãos (letra que
mata) e venha Jesus (palavra que vivifica).
· V- 6 - Mas quando Jesus estava já perto de sua casa. Ele já
não mandou ir ter com Jesus os anciãos, mas, enviou a Jesus os seus amigos.
1º ato para benção chegar:
sair do comodismo religioso, humano, social, etc. Sair, enfim da razão;
reconhecer o projeto, enviar, deixar para Jesus (em seu altar) nossos problemas
(anciãos) – largar a mentalidade velha.
2º Estar disposto a dar credito:
“enviou os amigos” – Amigo
–derivado de amor- oferecer o melhor: seu coração; deixar no altar aquilo que
você ama... Enviar a Jesus sua causa. Enviar ao Senhor sua oração, se colocando
(em entrega) diante dele.
· “amigos” – no plural. Vários. Nesse mundo, ou, em nossas vidas
temos vários apegos, vários desejos em nossos corações. Mas um apenas é
necessário e superior a tudo : Jesus. Que vão os amigos,
mas que venha Jesus.
· “não sou digno” – reconhecer o pecado; nossa condição. Ser centurião era ser
parte do sistema rígido e pesado de Roma sobre aquela sociedade. E nós? E nossa
ligação com o pecado? O sentimento certo perante Deus é esse: “não sou digno”.
Mas pela graça, justificados.
· “sou homem de autoridade” – Com essa afirmação de FÉ, ele entrou no Ciclo espiritual;
incomodou; mexeu no profético. Pois o Verbo, a palavra, a autoridade na
Eternidade como a voz do Pai é Jesus, o próprio que estava ali.
Enfim, ele tinha um pedido
especifico e definitivo. Queria a Palavra daquele que tinha a autoridade
naquele momento.
Às vezes, o que pode estar
faltando para sua vida, para seu ministério, para tudo que te envolve é: Uma
palavra de autoridade, pelo Espírito.
O coração do homem, o seu coração,
deve estar assim: “fala, Senhor”! Na medida em que formos reconhecendo essa voz como a voz
soberana e eficaz para transformar nosso ser e nossa volta, estamos já gozando
de uma benção sem medida .
“... para quem iremos nós? Só tu tens as palavras de vida
eterna...”
Gabriel Felipe
8 comentários:
LINDA MENSAGEM,AMEI. QUE JESUS TE ABENÇOE HOJE E SEMPRE.BJUS FÁTIMA
APDSJ a todos !!!! Apenas quero aqui contribuir com uma informação adicional. quando aquele centurião amou o servo , ele, em seu sentimento quis mostrar que : sua vida era como a dele ....dependente da mesma forma , e da mesma misericordia. Quero aqui dar enfase para um detalhe . Amar o servo ali foi algo profetico e inteiramente ligado às nossas vidas hoje perante o Senhor e sua OBRA Redentora, pois, nossa atitude deve ser como tal , colocando-se como servos. Servo , muitas vezes ligado a uma divida ao Senhor. Nossa posição perante Deus deve ser única num sentido : reconhecermos sempre que : SOMOS DEVEDORES, e tal dívida jamais será paga, pois fomos comprados com o sangue do que Deus tinha de mais maravilhoso em sua Eternidade, Jesus. Quando uma dívida é definitivamente sanada ? Morrendo !!! Como podemos ''tentar'' oagar tal dívida ? Fazendo como aquele Centurião. Morrendo para seus valores materiais, sociais e terrenos e REVIVENDO PARA A GRAÇA DE DEUS, PARA UM NOVO CAMINHO EM JESUS....andando no plano de Deus...no profetico. Que Deus abençoe você.
Muito bom meu filho. Bonita mensagem.Saber que somos servos devedores e que a cada dia a nossa dívida aumenta diante do Senhor é um gozo para nós, pois sabemos que o nosso galardão no céu é maior que qualquer riqueza aqui na terra. Altivo
Bacana meu querido !!! Gostei mais da parte geografica que vc trouxe. PARABENS !!!!!!!
Muito bom mesmo essa mensagens pois eu aprendii muito.com isso
gloria Deus
gostei um grande exemplo para toda VIDA
bom relato
exemplo de vida para os dias de hoje
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