“Sobre isto também treme o meu coração, e salta do seu lugar. Atentamente
ouvi a indignação (ou movimento em
outra versão) da sua voz, e o sonido que sai da sua boca. Ele o envia por
debaixo de todos os céus, e a sua luz até aos confins da terra. Depois disto
ruge uma voz; ele troveja com a sua voz majestosa; e ele não os detém (ou os envia) quando a sua voz é ouvida. Com
a sua voz troveja Deus maravilhosamente; faz grandes coisas, que nós não
podemos compreender” (JÓ 37:1-5)
Esta postagem, na verdade, é uma mensagem
que preguei a pouco menos de um ano. Espero que gostem.
Nossa experiência pessoal com o Senhor
Jesus e a honra de sermos chamados ‘filhos de Deus’ consistem em ouvir sua voz,
temê-lo em obediência e santidade. Santidade essa que envolve também envolvimento
em sua OBRA, serviço e frutos em sua presença.
Jó foi um homem que entendeu a
importância do temor e, na provação árdua, venceu ouvindo a voz de seu criador
em humildade e santidade, recebendo de Deus a justificação pela fé. Pela fé em
sua voz. Pela fé na Palavra de Deus. Ele também foi justificado em Jesus, a
palavra de Deus, a voz do Criador.
“Porque eu sei que o meu Redentor vive [...]” (Jó 19:25)
Toda a nossa caminhada começa num ato
interno: Temendo a Deus.
Deus se revela ao homem através de Jesus,
o concede salvação (ato soberano e sem participação humana), mas, a partir daí
a caminhada inicia-se com o primeiro passo dado pelo homem e esse primeiro
passo é o temor. Temor a um
Deus vivo que fala e vive para todo o sempre.
Temor é o princípio... Jesus (o Logos de Deus) é o princípio. E nossa
caminhada termina onde tudo começou, na eternidade, pois, temor é o fim de todas as coisas. Jesus é o início e o fim
de todas as coisas, o Alfa e o Ômega.
Era comum nos tempos bíblicos, um homem
ao estar em dívida, se tornar escravo de alguém até paga-la ,ou, para todo o
sempre. Mas também era comum, num ato de misericórdia, livramento de uma morte,
perdão de uma dívida, um homem ficar servo de alguém por gratidão e honra. É o
nosso caso. Paulo disse que, uma vez mortos para o pecado (na qual éramos
escravos), nos tornamos servos (escravos, no original grego) do Espírito para a
obediência e santificação.
Então, sem mais palavras iniciais, vamos
direto ao texto em Jó 37.
“sobre isto também
treme o meu coração”. Treme no
original hebraico (baradh) nos traz a idéia de: temor, mas num sentido além do
substantivo. Um verbo. Vem da raiz primitiva “apressar”. Apressar com
ansiedade. Temer ao Senhor não é ter pavor, mas é ter a reverencia em sua dinâmica,
na pressa (caminhada) e no anseio de estar com Ele, pois somos feitos, filhos
dele, pertencentes a Ele.
Temer a Deus, portanto é saber que não
somos mais donos de nós, mas sim, servos e propriedade exclusiva de Deus. Então,
devemos, em temor, entregarmos a Ele nossa existência (alma) todos os dias.
Sabendo que, “não mais vivo eu, mas, Cristo vive em mim”. Traz a ideia também
de temor com tremor.
Na física, toda ação gera uma reação e,
no mundo espiritual também:
“...treme o meu coração... ...e salta do seu lugar.”
O temor ao Senhor gera movimento no mundo
espiritual, mais especificamente, na nossa vida espiritual.
Somos convidados todos os dias pelo
Espírito Santo a sair de “nosso lugar”.
“salta” no original
hebraico é “nathar” traz
a ideia de: “livrar-se”, ”desatar”. A salvação (livramento da morte) começa
quando recebemos Jesus em nossos corações e andamos em temor na obediência e
santificação.Isto explica: “...também treme o meu
coração e salta de seu lugar...”.
Este verbo hebraico também está relacionado
a “desatar”,”separar”. Porque nossa dinâmica em temor tem um resultado:
Santidade. É andar separado, desatado do mundo.
“E salta de seu lugar”: a conseqüência
espiritual de tudo isso é exatamente saltar de seu lugar, estar livre do
velho homem, ir para outro alvo, converter de todo o caminho pecaminoso, estar
na posição apta para servir.
“põe-te em pé, e falarei contigo” (Ez 2:1)
E quem faz toda essa transformação na
vida do homem? Jesus! O verbo vivo de Deus, a Palavra, a Voz do criador.
Verso 2: “atentamente ouvi o movimento da sua voz e o sonido que sai de
sua boca”. O que move o homem a tremer o coração e
saltar de seu lugar é a experiência pessoal com Jesus Cristo e a Palavra
de Deus.
E para quê Deus nos move, nos levanta,
nos resgata? Para sermos dEle, instrumentos dEle. Para sermos usados em sua
OBRA como folhas ao vento. Para irmos onde seu Espírito nos enviar. Certo?
Vejamos:
Verso 3: “ Ele o envia por
debaixo de todos os céus e sua luz ,até
para os confins da terra”. Esse verso fala da
presença do Espírito Santo de Deus enviado e derramado por “debaixo dos céus”, ou seja,
na terra para nos guiar rumo ao destino celestial. A “luz até os confins da terra” está, de
forma direta, apontando para a Igreja (a luz do mundo) que leva a palavra aos
confins da terra, como o próprio Senhor Jesus um dia ensinou e designou o seu
povo.
Interessante que: “Ouvi o movimento de sua voz” - O termo usado em hebraico para “movimento”
(em nossa tradução), se lê, na verdade: “indignação” - Fomos chamados para
pregar um juízo para o mundo, uma indignação, uma advertência: “O Dia do Senhor
está chegando, ou Maranata, Jesus vem “ !
Para concluir esta mensagem, quero dizer
que há uma promessa, uma recompensa para aqueles que, como Igreja do Senhor,
tem andado com o coração em tremor (temor), saltando de seu lugar (em
disposição e serviço), ouvindo a voz do Espírito Santo (em santificação) e, por
fim realizando sua Obra como a luz do mundo.
Verso 4: “ Ouvida sua voz,não tarda com essas coisas”. Ouvir no original hebraico está diretamente ligado a OBEDECER. Os que obedecem à voz do Senhor terão um galardão seguro e
guardado no céu.
Gabriel
Felipe M.Rocha