domingo, 2 de novembro de 2014

O que é ser um “reformado” e o legalismo religioso dos nossos dias

O que é ser um “reformado” e o legalismo religioso dos nossos dias


Olá, leitores do Blog Palavra a Sério, a paz de nosso Senhor Jesus!

Muitos cristãos evangélicos comemoraram ou pelo menos memorizaram a Reforma Protestante no último dia 31. Pois bem, mas, interessante que, muitos desses evangélicos, estão hoje numa situação em suas igrejas em que é preciso que haja uma reforma. Outra reforma! Não outro Evangelho como alguns já têm instituído.
Muitas igrejas se fundamentam em “novas revelações”, se dão ao misticismo religioso, ao legalismo, ao sectarismo e às novas correntes doutrinárias que ultrapassam as Escrituras. Muitos estão já totalmente mergulhados em dogmatizações totalmente afastadas da verdade da Palavra.
E o trunfo da reforma Protestante foi o advento da Palavra como referencial ÚNICO de fé e prática da Igreja. Mas muitos estão, como disse, preferindo se fecharem em seus “ninhos” denominacionais e se entregarem ao legalismo religioso. Legalismo esse que tende a negar a graça de Deus quando instituem doutrinas e dogmas cujo  indivíduo deve se esforçar através de ritos e práticas para alcançar a graça de Deus e sabemos que não é isso que nos foi ensinado.
Eu mesmo (Gabriel Felipe), junto com minha família, tomei a decisão (que foi já determinada por Deus)  de me reformar e abraçar o Evangelho da Reforma Protestante que, é o próprio Evangelho da Palavra de Deus, ou seja, é o Evangelho bíblico, autêntico sem reformulações, “novas revelações”, legalismo e religiosidade. É o poder de Deus para todo aquele que crê. (confira a postagem: http://palavraserio.blogspot.com.br/2014/08/evangelho-poder-de-deus-para-todo_17.html).
Portanto, há hoje uma urgência em querer que haja uma nova Reforma Protestante, mas, dessa vez, envolvendo não só  a Igreja Católica Apostólica Romana, mas também algumas igrejas evangélicas que se afastaram da Palavra. Hoje, eu, assim como muitos reformados, protestamos contra esses abusos que acontecem em várias igrejas e, pela Palavra (não por força e nem violência) pregamos a verdade e confrontamos nossos leitores com as Escrituras.
Viva o Evangelho autêntico!

Assim, deixo aqui uma breve exposição sobre o que é ser, de fato, reformado:



O crescimento do interesse pela fé reformada em todo o mundo é um fato que tem sido notado aqui e ali pelos estudiosos de religião. Crescem em toda a parte a publicação de literatura reformada, o ingresso de estudantes em seminários e instituições reformadas, a realização de eventos, o surgimento de novas igrejas e instituições de ensino reformadas e o número de pessoas que se dizem reformadas, especialmente oriundas de denominações pentecostais.

Como se trata de um rótulo, é preciso definir “reformado.” Por “reformado” entendo aquele que adere a uma das grandes confissões reformadas produzidas logo após a Reforma protestante no século XVI, aos cinco grandes pontos dessa Reforma, que são Sola Scriptura, Sola Gratia, Sola Fides, Solus Christus e Soli Deo Gloria e aos chamados “Cinco Pontos do Calvinismo,” resumidos no acrônimo “TULIP” (Depravação total, Eleição incondicional, Expiação limitada, Graça irresistível e Perseverança final).

A Reforma produziu movimentos associados aos seus grandes líderes, os quais concordariam substancialmente entre si quanto aos “solas” e o TULIP, mas que divergiram em outros pontos. Refiro-me a luteranos, zuinglianos e calvinistas. Com o passar do tempo, o nome “reformado” foi se associando mais e mais aos calvinistas, de maneira que, de maneira genérica, os termos “reformado” e “calvinista” são usados hoje como similares.

Existe, todavia, um grande número de igrejas que são da "tradição reformada" mas que já não creem de maneira ortodoxa quanto a estas doutrinas. Geralmente essas igrejas não estão experimentando esse crescimento, mas um esvaziamento, como a Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos (PCUSA) e outras denominações historicamente ligadas à Reforma, mas que já não professam seus postulados. Por outro lado, da África, Coréia, China, Indonésia, e Brasil, por exemplo, chegam relatórios do florescimento calvinista. É claro que o calvinismo acaba recebendo diferentes interpretações e expressões em tantas culturas variadas, mas os pontos centrais estão lá.

Isso não quer dizer que os reformados são muito numerosos, comparados com pentecostais e arminianos, por exemplo. O que eu quero dizer é que os relativamente poucos reformados têm experimentado um crescimento que já chama a atenção de muitas denominações e tem provocado alertas da parte de seus líderes.

A ressurgência calvinista nos Estados Unidos não está ocorrendo somente entre os Batistas, mas entre muitas outras denominações. Um dos motores é o ministério de pastores reformados populares, como John Piper, R. C. Sproul, Al Mohler, J. C. Mahaney, Tim Keller, Kevin DeYoung e John MacArthur, entre outros. Os eventos promovidos por eles recebem milhares de pastores de todas as denominações e seus livros são traduzidos em dezenas de línguas, inclusive em português. No Brasil temos quase todos os títulos destes autores.

Mas, o interesse maior na fé reformada no Brasil parece ser da parte dos pentecostais. Cresce a presença de pastores e líderes pentecostais nos grandes eventos reformados no Brasil. Cresce também o número de pentecostais que estão adquirindo literatura reformada. E cresce o número de igrejas pentecostais independentes que estão nascendo já com uma teologia influenciada pelo calvinismo. Algumas denominações pentecostais também vêm recebendo a influência calvinista a passos largos.

O ministério de editoras que publicam material reformado, como a Editora Cultura Cristã, a Fiel e a Publicações Evangélicas Selecionadas, por exemplo, tem servido para colocar as obras de reformados brasileiros e internacionais nas mãos dos evangélicos brasileiros ávidos por uma teologia consistente, e cansados dos excessos do neopentecostalismo e da aridez do liberalismo teológico.

Não tenho uma explicação definitiva para esse fenômeno do retorno da TULIP. No mínimo, é curioso que uma fé tão perseguida e odiada como o calvinismo, de repente, passe a ter mais aceitação. Poucos, na história da Igreja, foram tão mal entendidos, distorcidos, vilipendiados, odiados e amaldiçoados quanto João Calvino. Chamado de tirano, déspota, incendiário de hereges, frio, duro, determinista, criador do capitalismo selvagem, Calvino tem sofrido mil mortes nas mãos de seus detratores, os quais, na maioria das vezes, nunca leram sequer uma de suas obras, e que formaram sua opinião lendo obras de críticos.

Somente espero que, à medida que o movimento cresce no Brasil, os reformados aprendam a reter o que é essencial e bíblico na Reforma, sem tornar em matéria de fé aquilo que pertenceu a séculos passados em outras culturas, como, infelizmente, já tem acontecido no Brasil com alguns grupos. Que eles lembrem que a fé bíblica, que é a fé da Reforma, também pode se expressar dentro da rica e variada cultura brasileira.

Logo após essa breve exposição sobre o que é ser reformado, deixo uma outra exposição sobre o legalismo religioso atual.


O Legalismo religioso de algumas igrejas (urgência da Reforma Protestante nos dias de hoje)

O que é o legalismo? É um sistema de crenças falaciosas que convence e induz o homem a cumprir, com esforço excessivo, a lei de Deus ou as leis civis. Geralmente as seitas cristãs (ou pseudo-cristãs) estão repletas disso. E, na maioria delas, as doutrinas e “a forma de vida” (que ultrapassam o Evangelho) são oriundas de “novas revelações”, configurando assim o “outro Evangelho”.

Depois disso, passamos a pensar por alguns dias sobre outra pergunta: Não é legitimamente bíblico lutar contra a natureza pecaminosa, esforçando-se para viver em fidelidade aos conselhos de Deus? Sim, mas isso não é o legalismo. Não podemos confundir o legalismo com a perseverança dos santos.

Embora essa última pergunta pareça defender o legalismo, tal como fora descrito, o propósito deste texto é apresentar a perspectiva bíblica sobre o tema, visando dirimir a confusão que muitas vezes fazemos quanto ao legalismo e a confiança na graça de Deus, afetando negativamente certos aspectos da vida cristã. A salvação não pode ser obtida por obras, mas as obras é uma exigência da fé verdadeira (Tg 2:18).

A palavra “legalismo” tem origem no Latim (legalis, relativo à “lei” + ismo como sufixo que dá forma ao substantivo e denota “sistema”). No Antigo Testamento a palavra “lei” é traduzida de towrah (hb.), carregando o sentido de “instrução” e “direção” (cf. Êx 12:48-51). Já no Novo Testamento é traduzida de nomos (gr.) e significa “norma” ou “regra de ação” (BW9, cf. Mt 5:17). Tanto para Grécia quanto para Roma, nomos era o deus Daemon/Gênius, guardião da justiça entre os homens que exigia fidelidade às normas de Zeus/Júpiter (SMITH, p. 174-175). Os leitores neotestamentários estavam familiarizados com o aspecto religiosamente pagão de nomos, mas muito mais com o seu significado legal na cultura teocrática de Israel. A lei de Deus, superior a todas as demais, fora estabelecida para ser cumprida rigorosamente em todas as dimensões da vida (Lv 26:12-18; Dt 11:26-8). 

A lei de Deus reflete a retidão do seu perfeito ser, que é soberanamente santo e justo (Dt 32:4). Ao violar a aliança de Deus, deixando de obedecer a sua lei, o homem se meteu no pecado (Ec 7:29 cf. Gn 3:17-19) e por ele foi corrompido quanto ao seu estado original, passando a viver os efeitos mortificantes da sua relação com o Criador. Desde então, ele tem sido chamado por Deus à santidade, através da obediência fiel aos seus preceitos (Lv 20:7).

A “fidelidade” é, por definição (“fé”), a “firme” ou “estável” confiança em Deus (Js 24:14; Tt 2:10) e, certamente, o seu propósito final encontra-se além do cumprimento externo de determinadas normas. A “justiça”, do mesmo modo, é o direito de cumprir a lei e ser aprovado (At 10:34-35; 1 Jo 3:7). Noé entendeu isso (Gn 6:9 e 7:1; Hb 11:7), bem como Abraão (Gn 26:4-5; Hb 11:8). Moisés reivindicou isso do povo (Dt 4:1-8). E Jesus veio para cumprir justamente toda a lei de Deus, a fim de salvar o homem (Mt 5:17) da condenação por causa do seu pecado.

Jesus disse que provamos amar a Deus quando conhecemos a sua palavra e a obedecemos (Jo 14:21). Ele quer que sejamos fiéis nesse compromisso de aplicar os seus ensinos para a nossa santificação! Entretanto, isso é impossível sem a operação do Espírito Santo, pois é ele quem nos ensina, aplicando eficazmente verdades que nos restauram e nos consolam (Jo 14:26) frente às pressões mundanas do nosso tempo, até que Cristo volte. Sem a obra do Espírito Santo que inicialmente nos revivifica e nos santifica, qualquer que seja o nosso esforço de santificação será improdutivo para a glória de Deus.


2. O legalismo, a salvação e a santificação.

O legalismo é distinto da fidelidade, pois o legalismo tem o seu foco nas normas, enquanto a fidelidade na pessoa que as estabeleceu. O legalismo, nesse sentido, despreza a graça divina e tenta conquistar o mérito de ser aceito por Deus mediante o seu pretenso esforço religioso. Isso pode inicialmente parecer nobre, contudo a Bíblia ensina que boas ações não podem fazer uma pessoa justa, visto que a condição humana está totalmente incapacitada para produzir qualquer justiça que altere a sua condição diante de Deus (Gl 2:16; Ef 2:1; Cl 2:13). A salvação é obra exclusiva da graça de Deus, mediante a fé em Jesus Cristo. Submeter confiantemente a nossa vida à Deus, arrependidos dos nossos pecados, é o que a Bíblia exorta a fazer (At 17:30). Só fazemos isso quando recebemos a graça de Deus pelo mérito de Jesus, e o Espírito Santo nos concede a vida eterna, que é a garantia da salvação. Este é o princípio de uma vida de obediência.

O contrário dessa verdade bíblica ou a sua má compreensão, produz no homem um falso senso de auto-importância por sua suposta fidelidade a Deus (Pv 25:27; Lc 18:11-12; Rm 12:3), convencendo-o de que a salvação, bem como a santificação, é resultado do seu esforço e merecimento (Lc 17:10; Rm 3:9-12). Deus sempre condenou o orgulhoso, o que confia em sua própria bondade e o que espera receber a graça de Deus na base dos seus atos admirados pelos homens (Lc 18:9; Rm 9:30-33). 

Ademais, o legalismo sempre coloca a ênfase no externo em detrimento do interno (1 Sm 15:22). Ele despreza a graça de Deus e concentra os seus esforços para transformar primeiramente o homem exterior, ou seja, os seus comportamentos, os seus vícios, as suas palavras, os seus maus hábitos, as suas amizades, etc (Cl 2:20-23), mas negligencia o fato de que antes o Senhor vê o coração. Jesus confrontou os fariseus com o fato de que, embora eles tenham feito um grande esforço para limpar os seus copos e pratos, se esqueceram de limpar os seus corações, que eram cheios de rapina e perversidade (Lc 11:37-41). Por isso, o legalista tende a julgar os outros (Mt 7:1-5), pois pensa que a sua justiça, que é baseada em méritos pessoais (larga experiência, títulos acadêmicos, poder econômico, cargos elevados na hierarquia do poder) excede a dos demais.

É importante ressaltar que obedecer a Deus jamais tem denotação negativa e deve ser buscada constantemente. E ela, nem sempre, é interpretada como legalismo, pois a genuína evidência da fé verdadeiramente em Jesus se dá através das obras (Tg 2:18). Ao abalar esse alicerce estaríamos estimulando o relaxamento generalizado das responsabilidades pessoais que a própria santificação envolve.

Aquele que reconhece a sua dependência da graça de Deus a todo instante, é humilde em seus relacionamentos e tudo o que faz, faz acima de tudo para a glória do seu Senhor, não para se promover entre os homens.


2. O legalismo e a conduta moral.

Como já exposto, a graça não nos autoriza a pecar, libertando-nos da responsabilidade moral de observar e atender os conselhos de Deus (Rm 6:1-4). 

O conceito de liberdade do mundo gradualmente obscurece a percepção de que a liberdade é cercada de limites. O homem é livre para andar, mas não é livre para voar, porque a sua liberdade não lhe garante fazer tudo o que gostaria. Porque não existe liberdade sem lei. Não é de se estranhar o fato daqueles que exploram a liberdade pessoal, mas respeitando os limites estabelecidos pela família, pela sociedade e, especialmente pela Palavra de Deus, sejam rotulados de “legalistas” ou “fundamentalistas” por aqueles que defendem uma conduta moral sem regras ou preceitos que a oriente. Mas também, mesmo nos círculos cristãos, percebemos que existem legalistas. São pessoas mal resolvidas, guiadas pela obstinação da vaidade e desajustadas entre aquilo que ensinam e o que demonstram em suas próprias vidas. São religiosos pessimistas e incompassivos quando julgam os outros.

Jesus foi a única pessoa que usou a palavra “hipócrita” (hupokrites) no Novo Testamento (20x e apenas nos Sinóticos). Esta palavra tem origem na arte grega, especificamente no teatro, significando “autor”, “dissimulador” ou “jogador” (BW9). No contexto em que Jesus reagiu a uma tensão provocada pelos fariseus, ele respondeu: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que, por fora, se mostram belos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia!” (Mt 23:27). A ideia transmitida é de uma pessoa que “faz o jogo” da religiosidade pura por motivações impuras e repugnantes. Por isso, a característica que mais denunciava um hipócrita nos dias de Jesus era o excesso de autoconfiança, de orgulho e da pretensa tentativa de promover a aparência de santarrão. Esses, agiam como se fossem um padrão de fidelidade à Deus aos outros, mas estavam bem distantes dessa realidade!

Por que os fariseus podem ser classificados como legalistas?

Primeiro. Eles eram hipócritas. Eles fingiam ser dedicados, consagrados, observadores rigorosos da lei de Deus, altamente disciplinados, e assim demonstravam que eram justos e cheios de piedade; mas as suas motivações eram reprovadas e não viviam, no espírito da lei, o verdadeiro amor a Deus (Mt 23:4-7, 25-28). Eles não foram condenados porque eram demasiadamente zelosos, mas porque eram fingidos, falando e exigindo aquilo que não praticavam (Mc 23:3).

Segundo. Eles davam maior atenção para meios negociáveis de se expor a fé, que aos de caráter inegociáveis na lei (Mt 23:23; Lc 11:42). Jesus referiu-se a essa tendência como coar um mosquito e engolir um camelo em Mateus 23:24. Um legalista é como um fariseu nos dias de Jesus, ele se preocupa mais com picuinhas, com superficialidades e assuntos sem importância... como meios de chamar atenção para si e provar a sua exaltada razão entre os outros. Assim, demonstra-se estar perdido daquilo que é o mais importante no cumprimento da lei, que é a atitude voluntária e consciente da obediência (fé), e não meramente da obrigação em si (obras).

Terceiro. Eles interpretavam mal a lei de Deus (Mt 5:17-48), e foi por isso mesmo que fizeram interpretações falaciosas dela, elevando tradições e preferências humanas para o mesmo nível de autoridade das Escrituras (Mt 15:1-9; Mc 7:1-13). Jesus repreendeu repetidamente os fariseus por esse malícia, a qual sobrecarregava as pessoas com culpas injustificáveis, dívidas impagáveis e sacrifícios intermináveis. E ainda, seus falsos ensinos alimentavam o perverso sistema de arrecadações de recursos pelos serviços prestados no Templo e no Sinédrio. 


Conclusão.

O legalismo, portanto, negligencia a graça de Deus com base em legalidades e tradições despidas da fé e da misericórdia. E, portanto, não pode ser confundido com a obediência requerida por Deus, visto que ela é o princípio preeminente da salvação.

Embora a graça de Deus é, por muitas vezes, mal compreendida biblicamente, dando força para aqueles que estão decididos a pecar, ela produz a firme consciência da obra de Deus a nosso favor, conduzindo-nos a uma vida de obediência à sua Palavra. E quando pecamos, deixando de cumprir o que ela prescreve, podemos contar com o perdão divino e a renovação das forças para a devida perseverança da fé, sabendo que em nenhuma condição poderemos pagar a dívida dos nossos pecados, mas demonstrar o sincero desejo de se ver livre dele observando e obedecendo atentamente os conselhos de Deus, por submissão a ele.

O legalista não aceita isso por estar apegado a formas rigorosas de disciplina religiosa e vaidades. Ele pode ensinar corretamente verdades da Escritura, estando distante como referencial bíblico de vida cristã, por ausência de piedade e humildade.

Acreditamos na necessidade de cuidar, de zelar da nossa caminhada cristã, buscando a santificação das nossas vidas, obedecendo os ensinos da palavra de Deus. Contudo, reconhecemos o perigo de nos cegarmos pelo excesso de autoconfiança, tentando monitorar o nosso próprio pecado a ponto de criar um padrão de moralidade falacioso, e ainda usá-lo como base para julgar os outros por comparações insensíveis e impiedosas. 

Deus não nos julgará com base nas regras que podemos criar para estabelecer a nossa vida cristã, mas com base nas suas e elas são inalcançáveis em sua plenitude e perfeição. O único caminho de sermos justificados diante da lei de Deus é pela graciosa obra de redenção que ele efetivou por seu único Filho, Jesus Cristo. E uma vez redimidos por sua graça, mediante a fé, devemos viver obedientes a ele, mas sempre cientes que ainda sofremos os efeitos do pecado. Por isso, carecemos da constante misericórdia de Deus, assim como as pessoas a nossa volta esperam que também sejamos misericordiosos.



Ver também:






  Gabriel Felipe M. Rocha

Referências bibliográficas:
Bíblia de estudo de Genebra/ trad. JFA atualizada;
Bíblia de Estudos Palavras Chave/ Hebraico-grego;
Carta aos Romanos (Karl Barth)

Sermão Ver. Augustus Nicodemus Lopes/ Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia/

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