O que é ser um “reformado”
e o legalismo religioso dos nossos dias
Olá, leitores do Blog Palavra a Sério, a paz de
nosso Senhor Jesus!
Muitos cristãos evangélicos comemoraram ou pelo
menos memorizaram a Reforma Protestante no último dia 31. Pois bem, mas,
interessante que, muitos desses evangélicos, estão hoje numa situação em suas
igrejas em que é preciso que haja uma reforma. Outra reforma! Não outro
Evangelho como alguns já têm instituído.
Muitas igrejas se fundamentam em “novas revelações”,
se dão ao misticismo religioso, ao legalismo, ao sectarismo e às novas
correntes doutrinárias que ultrapassam as Escrituras. Muitos estão já totalmente
mergulhados em dogmatizações totalmente afastadas da verdade da Palavra.
E o trunfo da reforma Protestante foi o advento da
Palavra como referencial ÚNICO de fé e prática da Igreja. Mas muitos estão,
como disse, preferindo se fecharem em seus “ninhos” denominacionais e se
entregarem ao legalismo religioso. Legalismo esse que tende a negar a graça de
Deus quando instituem doutrinas e dogmas cujo
indivíduo deve se esforçar através de ritos e práticas para alcançar a
graça de Deus e sabemos que não é isso que nos foi ensinado.
Eu mesmo (Gabriel Felipe), junto com minha família,
tomei a decisão (que foi já determinada por Deus) de me reformar e abraçar o Evangelho da
Reforma Protestante que, é o próprio Evangelho da Palavra de Deus, ou seja, é o
Evangelho bíblico, autêntico sem reformulações, “novas revelações”, legalismo e
religiosidade. É o poder de Deus para todo aquele que crê. (confira a postagem:
http://palavraserio.blogspot.com.br/2014/08/evangelho-poder-de-deus-para-todo_17.html).
Portanto, há hoje uma urgência em querer que haja
uma nova Reforma Protestante, mas, dessa vez, envolvendo não só a Igreja Católica Apostólica Romana, mas
também algumas igrejas evangélicas que se afastaram da Palavra. Hoje, eu, assim
como muitos reformados, protestamos contra esses abusos que acontecem em várias
igrejas e, pela Palavra (não por força e nem violência) pregamos a verdade e
confrontamos nossos leitores com as Escrituras.
Viva o Evangelho autêntico!
Assim, deixo aqui uma breve exposição sobre o que é ser, de fato,
reformado:
O crescimento do interesse pela fé reformada em
todo o mundo é um fato que tem sido notado aqui e ali pelos estudiosos de
religião. Crescem em toda a parte a publicação de literatura reformada, o
ingresso de estudantes em seminários e instituições reformadas, a realização de
eventos, o surgimento de novas igrejas e instituições de ensino reformadas e o
número de pessoas que se dizem reformadas, especialmente oriundas de
denominações pentecostais.
Como se trata de um rótulo, é preciso definir
“reformado.” Por “reformado” entendo aquele que adere a uma das grandes
confissões reformadas produzidas logo após a Reforma protestante no século XVI,
aos cinco grandes pontos dessa Reforma, que são Sola Scriptura, Sola
Gratia, Sola Fides, Solus Christus e Soli Deo Gloria e aos chamados
“Cinco Pontos do Calvinismo,” resumidos no acrônimo “TULIP” (Depravação total,
Eleição incondicional, Expiação limitada, Graça irresistível e Perseverança
final).
A Reforma produziu movimentos associados aos seus
grandes líderes, os quais concordariam substancialmente entre si quanto aos
“solas” e o TULIP, mas que divergiram em outros pontos. Refiro-me a luteranos,
zuinglianos e calvinistas. Com o passar do tempo, o nome “reformado” foi se
associando mais e mais aos calvinistas, de maneira que, de maneira genérica, os
termos “reformado” e “calvinista” são usados hoje como similares.
Existe, todavia, um grande número de igrejas que
são da "tradição reformada" mas que já não creem de maneira ortodoxa
quanto a estas doutrinas. Geralmente essas igrejas não estão experimentando
esse crescimento, mas um esvaziamento, como a Igreja Presbiteriana dos Estados
Unidos (PCUSA) e outras denominações historicamente ligadas à Reforma, mas que
já não professam seus postulados. Por outro lado, da África, Coréia, China,
Indonésia, e Brasil, por exemplo, chegam relatórios do florescimento
calvinista. É claro que o calvinismo acaba recebendo diferentes interpretações
e expressões em tantas culturas variadas, mas os pontos centrais estão lá.
Isso não quer dizer que os reformados são muito
numerosos, comparados com pentecostais e arminianos, por exemplo. O que eu
quero dizer é que os relativamente poucos reformados têm experimentado um crescimento
que já chama a atenção de muitas denominações e tem provocado alertas da parte
de seus líderes.
A ressurgência calvinista nos Estados Unidos não
está ocorrendo somente entre os Batistas, mas entre muitas outras denominações.
Um dos motores é o ministério de pastores reformados populares, como John
Piper, R. C. Sproul, Al Mohler, J. C. Mahaney, Tim Keller, Kevin DeYoung e John
MacArthur, entre outros. Os eventos promovidos por eles recebem milhares de
pastores de todas as denominações e seus livros são traduzidos em dezenas de
línguas, inclusive em português. No Brasil temos quase todos os títulos destes
autores.
Mas, o interesse maior na fé reformada no Brasil
parece ser da parte dos pentecostais. Cresce a presença de pastores e líderes
pentecostais nos grandes eventos reformados no Brasil. Cresce também o número
de pentecostais que estão adquirindo literatura reformada. E cresce o número de
igrejas pentecostais independentes que estão nascendo já com uma teologia
influenciada pelo calvinismo. Algumas denominações pentecostais também vêm
recebendo a influência calvinista a passos largos.
O ministério de editoras que publicam material
reformado, como a Editora Cultura Cristã, a Fiel e a Publicações Evangélicas
Selecionadas, por exemplo, tem servido para colocar as obras de reformados
brasileiros e internacionais nas mãos dos evangélicos brasileiros ávidos por
uma teologia consistente, e cansados dos excessos do neopentecostalismo e da
aridez do liberalismo teológico.
Não tenho uma explicação definitiva para esse
fenômeno do retorno da TULIP. No mínimo, é curioso que uma fé tão perseguida e
odiada como o calvinismo, de repente, passe a ter mais aceitação. Poucos, na
história da Igreja, foram tão mal entendidos, distorcidos, vilipendiados,
odiados e amaldiçoados quanto João Calvino. Chamado de tirano, déspota,
incendiário de hereges, frio, duro, determinista, criador do capitalismo
selvagem, Calvino tem sofrido mil mortes nas mãos de seus detratores, os quais,
na maioria das vezes, nunca leram sequer uma de suas obras, e que formaram sua
opinião lendo obras de críticos.
Somente espero que, à medida que o movimento cresce
no Brasil, os reformados aprendam a reter o que é essencial e bíblico na
Reforma, sem tornar em matéria de fé aquilo que pertenceu a séculos passados em
outras culturas, como, infelizmente, já tem acontecido no Brasil com alguns
grupos. Que eles lembrem que a fé bíblica, que é a fé da Reforma, também pode
se expressar dentro da rica e variada cultura brasileira.
Logo após essa breve exposição sobre o que é ser
reformado, deixo uma outra exposição sobre o legalismo religioso atual.
O Legalismo religioso de
algumas igrejas (urgência da Reforma Protestante nos dias de hoje)
O que é o legalismo? É um sistema de crenças
falaciosas que convence e induz o homem a cumprir, com esforço excessivo, a lei
de Deus ou as leis civis. Geralmente as seitas cristãs (ou pseudo-cristãs) estão
repletas disso. E, na maioria delas, as doutrinas e “a forma de vida” (que
ultrapassam o Evangelho) são oriundas de “novas revelações”, configurando assim
o “outro Evangelho”.
Depois disso, passamos a pensar por alguns dias
sobre outra pergunta: Não é legitimamente bíblico lutar contra a natureza
pecaminosa, esforçando-se para viver em fidelidade aos conselhos de Deus? Sim,
mas isso não é o legalismo. Não podemos confundir o legalismo com a
perseverança dos santos.
Embora essa última pergunta pareça defender o
legalismo, tal como fora descrito, o propósito deste texto é apresentar a
perspectiva bíblica sobre o tema, visando dirimir a confusão que muitas vezes
fazemos quanto ao legalismo e a confiança na graça de Deus, afetando negativamente
certos aspectos da vida cristã. A salvação não pode ser obtida por obras, mas
as obras é uma exigência da fé verdadeira (Tg 2:18).
A palavra “legalismo” tem origem no Latim (legalis,
relativo à “lei” + ismo como sufixo que dá forma ao
substantivo e denota “sistema”). No Antigo Testamento a palavra “lei” é
traduzida de towrah (hb.), carregando o sentido de “instrução”
e “direção” (cf. Êx 12:48-51). Já no Novo Testamento é traduzida de nomos (gr.)
e significa “norma” ou “regra de ação” (BW9, cf. Mt 5:17). Tanto para Grécia
quanto para Roma, nomos era o deus Daemon/Gênius, guardião da
justiça entre os homens que exigia fidelidade às normas de Zeus/Júpiter (SMITH,
p. 174-175). Os leitores neotestamentários estavam familiarizados com o aspecto
religiosamente pagão de nomos, mas muito mais com o seu significado legal na
cultura teocrática de Israel. A lei de Deus, superior a todas as demais, fora
estabelecida para ser cumprida rigorosamente em todas as dimensões da vida (Lv
26:12-18; Dt 11:26-8).
A lei de Deus reflete a retidão do seu perfeito
ser, que é soberanamente santo e justo (Dt 32:4). Ao violar a aliança de Deus,
deixando de obedecer a sua lei, o homem se meteu no pecado (Ec 7:29 cf. Gn
3:17-19) e por ele foi corrompido quanto ao seu estado original, passando a
viver os efeitos mortificantes da sua relação com o Criador. Desde então, ele
tem sido chamado por Deus à santidade, através da obediência fiel aos seus
preceitos (Lv 20:7).
A “fidelidade” é, por definição (“fé”), a “firme”
ou “estável” confiança em Deus (Js 24:14; Tt 2:10) e, certamente, o seu
propósito final encontra-se além do cumprimento externo de determinadas normas.
A “justiça”, do mesmo modo, é o direito de cumprir a lei e ser aprovado (At 10:34-35;
1 Jo 3:7). Noé entendeu isso (Gn 6:9 e 7:1; Hb 11:7), bem como Abraão (Gn
26:4-5; Hb 11:8). Moisés reivindicou isso do povo (Dt 4:1-8). E Jesus veio para
cumprir justamente toda a lei de Deus, a fim de salvar o homem (Mt 5:17) da
condenação por causa do seu pecado.
Jesus disse que provamos amar a Deus quando
conhecemos a sua palavra e a obedecemos (Jo 14:21). Ele quer que sejamos fiéis
nesse compromisso de aplicar os seus ensinos para a nossa santificação!
Entretanto, isso é impossível sem a operação do Espírito Santo, pois é ele quem
nos ensina, aplicando eficazmente verdades que nos restauram e nos consolam (Jo
14:26) frente às pressões mundanas do nosso tempo, até que Cristo volte. Sem a
obra do Espírito Santo que inicialmente nos revivifica e nos santifica,
qualquer que seja o nosso esforço de santificação será improdutivo para a
glória de Deus.
2. O legalismo, a salvação e a santificação.
O legalismo é distinto da fidelidade, pois o
legalismo tem o seu foco nas normas, enquanto a fidelidade na pessoa que as
estabeleceu. O legalismo, nesse sentido, despreza a graça divina e tenta
conquistar o mérito de ser aceito por Deus mediante o seu pretenso esforço
religioso. Isso pode inicialmente parecer nobre, contudo a Bíblia ensina que
boas ações não podem fazer uma pessoa justa, visto que a condição humana está
totalmente incapacitada para produzir qualquer justiça que altere a sua
condição diante de Deus (Gl 2:16; Ef 2:1; Cl 2:13). A salvação é obra exclusiva
da graça de Deus, mediante a fé em Jesus Cristo. Submeter confiantemente a
nossa vida à Deus, arrependidos dos nossos pecados, é o que a Bíblia exorta a
fazer (At 17:30). Só fazemos isso quando recebemos a graça de Deus pelo mérito
de Jesus, e o Espírito Santo nos concede a vida eterna, que é a garantia da
salvação. Este é o princípio de uma vida de obediência.
O contrário dessa verdade bíblica ou a sua má
compreensão, produz no homem um falso senso de auto-importância por sua suposta
fidelidade a Deus (Pv 25:27; Lc 18:11-12; Rm 12:3), convencendo-o de que a
salvação, bem como a santificação, é resultado do seu esforço e merecimento (Lc
17:10; Rm 3:9-12). Deus sempre condenou o orgulhoso, o que confia em sua
própria bondade e o que espera receber a graça de Deus na base dos seus atos
admirados pelos homens (Lc 18:9; Rm 9:30-33).
Ademais, o legalismo sempre coloca a ênfase no
externo em detrimento do interno (1 Sm 15:22). Ele despreza a graça de Deus e
concentra os seus esforços para transformar primeiramente o homem exterior, ou
seja, os seus comportamentos, os seus vícios, as suas palavras, os seus maus
hábitos, as suas amizades, etc (Cl 2:20-23), mas negligencia o fato de que
antes o Senhor vê o coração. Jesus confrontou os fariseus com o fato de que,
embora eles tenham feito um grande esforço para limpar os seus copos e pratos,
se esqueceram de limpar os seus corações, que eram cheios de rapina e
perversidade (Lc 11:37-41). Por isso, o legalista tende a julgar os outros (Mt
7:1-5), pois pensa que a sua justiça, que é baseada em méritos pessoais (larga
experiência, títulos acadêmicos, poder econômico, cargos elevados na hierarquia
do poder) excede a dos demais.
É importante ressaltar que obedecer a Deus jamais
tem denotação negativa e deve ser buscada constantemente. E ela, nem sempre, é
interpretada como legalismo, pois a genuína evidência da fé verdadeiramente em
Jesus se dá através das obras (Tg 2:18). Ao abalar esse alicerce estaríamos estimulando
o relaxamento generalizado das responsabilidades pessoais que a própria
santificação envolve.
Aquele que reconhece a sua dependência da graça de
Deus a todo instante, é humilde em seus relacionamentos e tudo o que faz, faz
acima de tudo para a glória do seu Senhor, não para se promover entre os
homens.
2. O legalismo e a conduta moral.
Como já exposto, a graça não nos autoriza a pecar,
libertando-nos da responsabilidade moral de observar e atender os conselhos de
Deus (Rm 6:1-4).
O conceito de liberdade do mundo gradualmente
obscurece a percepção de que a liberdade é cercada de limites. O homem é livre
para andar, mas não é livre para voar, porque a sua liberdade não lhe garante
fazer tudo o que gostaria. Porque não existe liberdade sem lei. Não é de se
estranhar o fato daqueles que exploram a liberdade pessoal, mas respeitando os
limites estabelecidos pela família, pela sociedade e, especialmente pela
Palavra de Deus, sejam rotulados de “legalistas” ou “fundamentalistas” por
aqueles que defendem uma conduta moral sem regras ou preceitos que a oriente.
Mas também, mesmo nos círculos cristãos, percebemos que existem legalistas. São
pessoas mal resolvidas, guiadas pela obstinação da vaidade e desajustadas entre
aquilo que ensinam e o que demonstram em suas próprias vidas. São religiosos
pessimistas e incompassivos quando julgam os outros.
Jesus foi a única pessoa que usou a palavra
“hipócrita” (hupokrites) no Novo Testamento (20x e apenas nos
Sinóticos). Esta palavra tem origem na arte grega, especificamente no teatro,
significando “autor”, “dissimulador” ou “jogador” (BW9). No contexto em que
Jesus reagiu a uma tensão provocada pelos fariseus, ele respondeu: “Ai
de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque sois semelhantes aos sepulcros
caiados, que, por fora, se mostram belos, mas interiormente estão cheios de
ossos de mortos e de toda imundícia!” (Mt 23:27). A ideia transmitida
é de uma pessoa que “faz o jogo” da religiosidade pura por motivações impuras e
repugnantes. Por isso, a característica que mais denunciava um hipócrita nos
dias de Jesus era o excesso de autoconfiança, de orgulho e da pretensa
tentativa de promover a aparência de santarrão. Esses, agiam como se fossem um
padrão de fidelidade à Deus aos outros, mas estavam bem distantes dessa
realidade!
Por que os fariseus podem ser classificados como
legalistas?
Primeiro. Eles eram hipócritas. Eles fingiam ser
dedicados, consagrados, observadores rigorosos da lei de Deus, altamente
disciplinados, e assim demonstravam que eram justos e cheios de piedade; mas as
suas motivações eram reprovadas e não viviam, no espírito da lei, o verdadeiro
amor a Deus (Mt 23:4-7, 25-28). Eles não foram condenados porque eram
demasiadamente zelosos, mas porque eram fingidos, falando e exigindo aquilo que
não praticavam (Mc 23:3).
Segundo. Eles davam maior atenção para meios
negociáveis de se expor a fé, que aos de caráter inegociáveis na lei (Mt 23:23;
Lc 11:42). Jesus referiu-se a essa tendência como coar um mosquito e engolir um
camelo em Mateus 23:24. Um legalista é como um fariseu nos dias de Jesus, ele
se preocupa mais com picuinhas, com superficialidades e assuntos sem
importância... como meios de chamar atenção para si e provar a sua exaltada
razão entre os outros. Assim, demonstra-se estar perdido daquilo que é o mais
importante no cumprimento da lei, que é a atitude voluntária e consciente da
obediência (fé), e não meramente da obrigação em si (obras).
Terceiro. Eles interpretavam mal a lei de Deus (Mt
5:17-48), e foi por isso mesmo que fizeram interpretações falaciosas dela,
elevando tradições e preferências humanas para o mesmo nível de autoridade das
Escrituras (Mt 15:1-9; Mc 7:1-13). Jesus repreendeu repetidamente os fariseus
por esse malícia, a qual sobrecarregava as pessoas com culpas injustificáveis,
dívidas impagáveis e sacrifícios intermináveis. E ainda, seus falsos ensinos
alimentavam o perverso sistema de arrecadações de recursos pelos serviços
prestados no Templo e no Sinédrio.
Conclusão.
O legalismo, portanto, negligencia a graça de Deus
com base em legalidades e tradições despidas da fé e da misericórdia. E,
portanto, não pode ser confundido com a obediência requerida por Deus, visto
que ela é o princípio preeminente da salvação.
Embora a graça de Deus é, por muitas vezes, mal
compreendida biblicamente, dando força para aqueles que estão decididos a
pecar, ela produz a firme consciência da obra de Deus a nosso favor,
conduzindo-nos a uma vida de obediência à sua Palavra. E quando pecamos,
deixando de cumprir o que ela prescreve, podemos contar com o perdão divino e a
renovação das forças para a devida perseverança da fé, sabendo que em nenhuma
condição poderemos pagar a dívida dos nossos pecados, mas demonstrar o sincero
desejo de se ver livre dele observando e obedecendo atentamente os conselhos de
Deus, por submissão a ele.
O legalista não aceita isso por estar apegado a
formas rigorosas de disciplina religiosa e vaidades. Ele pode ensinar
corretamente verdades da Escritura, estando distante como referencial bíblico
de vida cristã, por ausência de piedade e humildade.
Acreditamos na necessidade de cuidar, de zelar da
nossa caminhada cristã, buscando a santificação das nossas vidas, obedecendo os
ensinos da palavra de Deus. Contudo, reconhecemos o perigo de nos cegarmos pelo
excesso de autoconfiança, tentando monitorar o nosso próprio pecado a ponto de
criar um padrão de moralidade falacioso, e ainda usá-lo como base para julgar
os outros por comparações insensíveis e impiedosas.
Deus não nos julgará com base nas regras que
podemos criar para estabelecer a nossa vida cristã, mas com base nas suas e
elas são inalcançáveis em sua plenitude e perfeição. O único caminho de sermos
justificados diante da lei de Deus é pela graciosa obra de redenção que ele
efetivou por seu único Filho, Jesus Cristo. E uma vez redimidos por sua graça,
mediante a fé, devemos viver obedientes a ele, mas sempre cientes que ainda
sofremos os efeitos do pecado. Por isso, carecemos da constante misericórdia de
Deus, assim como as pessoas a nossa volta esperam que também sejamos
misericordiosos.
Ver
também:
Gabriel Felipe M. Rocha
Referências
bibliográficas:
Bíblia de estudo de Genebra/ trad. JFA atualizada;
Bíblia de Estudos Palavras Chave/ Hebraico-grego;
Carta aos Romanos (Karl Barth)
Sermão Ver. Augustus Nicodemus Lopes/ Primeira
Igreja Presbiteriana de Goiânia/
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