Jesus,
o Cordeiro Perfeito
"Que não
necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios,
primeiramente por seus próprios pecados, e depois pelos do povo; porque isto
fez ele, uma vez, oferecendo-se a si mesmo" (Hebreus
7:27)
Na celebração da Páscoa, um cordeiro era sacrificado (Ex
12: 3,4). Cada família teria que ter em casa um cordeiro. Famílias pequenas
demais para um cordeiro compartilhavam a Páscoa com casas vizinhas, para que,
em solenidade e comunhão, todos celebrassem. No entanto, o cordeiro precisava
ser perfeito, ou seja, sem defeito algum. Pois, esse ato vigente no período
veterotestamentário (antiga aliança) era símbolo do sacrifício perfeito através
de um Cordeiro Perfeito que ainda viria, a saber, Jesus. Portanto, o animal
selecionado não poderia ter manchas, defeitos, máculas e qualquer mal visível
que não o colocasse no patamar de "cordeiro perfeito" para o
sacrifício.
Desse modo, o cordeiro devia ser provado (ou testado).
Era selecionado o aparentemente mais perfeito. Logo, era
recolhido e acolhido entre a família. Devia, nos dias que antecediam à
celebração, estar já ante a família, em casa, diante de todos até o sacrifício
da tarde (Ex 12: 5,6). Podemos conjecturar: o pai de família seleciona o
cordeiro, deixa um período considerável (não longo) junto de sua família e ali
é testado para o sacrifício. Imaginem: como poderia esse cordeiro não cair na
graça da família e dos filhinhos pequenos que o assistiam? Mas ali era
provado... Se fosse mesmo perfeito, iria cumprir nele o ato da expiação, cuja
festa era a Páscoa (hb. pessach = passagem/ libertação).
Assim foi com nosso Senhor, Jesus Cristo!
O
que tiramos disso?
1)
Segundo os decretos soberanos de Deus, Jesus foi santificado para ser o Cordeiro para a expiação do pecado
daqueles a quem o Pai elegeu (Is 42: 1; 1 Tm 2:5; Jo 3: 16; 1Pe 1: 19/ Mt 20:
28; Jo 10: 15). Ele foi o substituto, sendo que a morte cabia a nós todos, sem
distinção. Mas, pelo sacrifício vicário, Ele eficazmente arrebanhou seu povo.
Toda glória ao Pai, todo mérito de Cristo e toda a consumação da obra ao Santo
Espírito! Nada de nós, tudo de Deus!
2)
Jesus, feito como homem, esteve entre a humanidade num limitado período (onde
atuou em seu ministério de aproximadamente três anos e meio). Sua igreja e seus
discípulos escolhidos se "apegaram" a Ele, pois Ele os cativou e com
eterno amor os atraiu (Jr 31: 3). Não todos, mas alguns, se envolveram com o
Mestre que era Deus... Sua retirada do mundo causaria dores e tristezas (Lc 24:
17-21).
3) Mas
o Cordeiro de Deus seria provado: essa provação (ou teste) não implica que
Jesus, em sua forma humana, estaria "escravo da vontade humana" a
ponto de correr o risco de ir contra o
decreto divino da redenção. A Humanidade de Cristo era perfeita (Jo 1: 14; Fp
2: 6). A provação do Cordeiro Perfeito não se passou na noção antropocêntrica
que algumas teologias pregam. Mas fazia parte dos planos do Deus Soberano -
para demonstração de sua glória - permitir que o Cordeiro fosse analisado e
testado entre os homens a fim de evidenciar aos crentes que o Cordeiro estava
apto e tem o Nome acima de todo nome (Rm 1:5). Por Ele nos apresentamos ao Pai
confiantes que seremos ouvidos (1 Jo 5: 14-15; Jo 16: 24; Hb 10: 19-23).
>
Jesus
foi tentado pelo Diabo ( Mt 4: 1 -10). Mas
o Cordeiro era Perfeito (Mt 4: 11);
>
Jesus
foi provado e testado pelos líderes religiosos (Mt 15: 1-20; Mt 16: 1, 2);
Mas o Cordeiro era Perfeito (Jo 8: 7; Mt
22: 20,21).
>
Jesus foi provado no Sinédrio, diante de Caifás (Mt 26: 59), mas o Cordeiro era
Perfeito (Mt 26: 60, 64).
>Jesus
foi provado por Pilatos (Mt 27: 11-13), mas o Cordeiro era perfeito (Mt 27:
14).
Após a insistência de Pilatos quanto a, então, inocência
de Jesus e sua estratégia a fim de ver Jesus livre na então possível escolha do
povo em detrimento de Barrabás, o que não aconteceu (Mt 27: 16-24), chegou-se a
conclusão da análise e provação do Cordeiro. Jesus foi encaminhado para o
sacrifício (Mt 27: 26), pois Ele era Cordeiro Perfeito e só Ele podia nos
representar naquela cruz (Fp 2: 8; Hb 7:25; Rm 8: 34; 1 Cor 15:4; 1 Pe 3: 22).
O Cordeiro santo,
morreu pelos nossos pecados para
que fôssemos remidos e libertos da escravidão e do pecado. Jesu não conheceu
pecado, mas foi feito pecado e maldição por nós. Jesus não morreu por seus
pecados, pois não tinha pecado. Era Perfeito!. Morreu pelos nossos pecados,
pois eramos e somos ainda imperfeitos e incapazes de nos salvarmos. Sua morte foi vicária e substitutiva, sendo
que Deus seria justo se nos deixasse perecer.
Louvado seja Deus por isso! Maravilhosa graça!
Pequena
observação:
Embora, o nosso chamado em Cristo implica a busca
constante pela perfeição (Fp 3: 12-16), jamais seremos perfeitos aqui nesse
mundo e em nossa carne a não ser na ressurreição. Mas, segundo a própria
admoestação paulina, prossigamos para o alvo rumo à perfeição. Prosseguir para
o alvo a fim de alcançar o patamar mais próximo da perfeição significa tão
somente não errar o alvo o que, no grego, significa "hamartia" que é
traduzido ao nosso idioma por "pecado". Somos pecadores, seres de pecado, mas não
precisamos estar mais em pecado, por o que é Perfeito já nos libertou pelo
sangue precioso.
“Mas
pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de
Cristo.” (1Pe 1.19)
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