domingo, 4 de janeiro de 2015

Texto Reflexivo: "TIM MAIA E AS SEITAS"

Compartilho um excelente texto do amigo Dan Russel. Leitura altamente recomendável:

"TIM MAIA E AS SEITAS"


Quem assistiu ao especial do Tim Maia ontem na Globo notou o poder hipnotizante das diversas seitas existentes no Brasil e no mundo. A seita a qual Tim Maia pertenceu na década de 70, chamada Cultura Racional, foi apenas mais uma das várias que apresentam as mesma características básicas, dentre as quais destacam-se:

1 - Consideram-se detentoras de um conhecimento exclusivo e secreto;
2 - Utilizam técnicas de repetição dos assuntos que a fazem exclusiva, de forma a fazer parecer a seus adeptos que não há interpretação diversa possível àquela apresentada pelo grupo;
3 - Ditam normas rígidas de como seus adeptos devem se vestir, o que podem ler, ouvir e frequentar, ainda que sem muito sentido aparente;
4 - Consideram sua liderança infalível, portadora de áurea de santidade superior às demais pessoas, inclusive a seus próprios adeptos.
É interessante notar que qualquer pessoa está sujeita ao poder das seitas. Tim Maia, um homem completamente cético, imoral e entregue a vícios diversos, foi fisgado e transformado pelo conhecimento secreto e especial que acreditava possuir. Mudou de vida; era uma nova pessoa. Largou os vícios, passou a vertir-se comportadamente e a viver de acordo com o que acreditava. Inacreditavelmente, aquele homem bruto agora era "nova criatura".

Não há dúvidas de que os ensinamentos da tal Cultura Racional eram fajutos, entretanto aquela seita transformou aquele homem. Disso aprende-se que não é apenas o Evangelho genuíno que é seguido de sinais e transformações: as seitas também têm o poder de transformar pessoas, de proporcionar-lhes experiências miraculosas e místicas, operações essas que prendem cada vez mais seus adeptos a seus ensinamentos. A esses sinais, a bíblia da o nome de "operação do erro, para que creiam a mentira" II Tess 2:11.

Outro ponto a destacar é a confusão que muitos fazem quanto à característica restritiva das seitas. Erroneamente, as pessoas acreditam que elas são secretas e fechadas ao público, como a Maçonaria, por exemplo. Ledo engano! A maioria das seitas, especialmente as religiosas, são completamente abertas ao grande público, incentivam o evangelismo e buscam novos membros, tanto do mundo quanto de outras igrejas. Justamente por considerarem-se superiores e únicas, são especialistas em pescar em outros aquários. Seitas são sim fechadas, mas no sentido cognitivo, não no físico-material.

Nesse esteio, há vários fatores possíveis que fazem das seitas instituições fechadas e exclusivas no campo do conhecimento, mas a crença de possuirem um ensinamento superior e único destaca-se. O mais engraçado disso, e nisso me refiro às seitas cristãs, é que muitas dessas instituições são recentes, algumas com 150, 100, 40, 20 anos de existência e se consideram portadoras de uma mensagem especial, oculta por 2.000 anos da igreja de Cristo.

Ora, considerando que Cristo afirmou que as portas do inferno não prevaleceriam sobre a igreja que surgiu nos tempos dos Apóstolos e que Judas, não o Iscariotes, disse que a "fé foi dada de uma vez por todas" à igreja (Judas 1:3), é evidente que o verdadeiro ensinamento cristão é aquele praticado e ensinado no tempo dos Apóstolos e seguido pelos pais da Igreja. Foi esse o parâmetro da reforma protestante, inclusive: trazer novamente à igreja os ensinamentos apostólicos, e não um novo secreto e exclusivo.
Tim Maia demorou a perceber que estava entrando numa fria e só percebeu quando descobriu falcatruas por parte da liderança. Infelizmente, esse é um meio cruel, porém infalível, de se descobrir o engano das seitas. Seus líderes são lobos em pele de ovelhas, e pelo fruto deles fica fácil de reconhecê-los.

Tristemente, Tim Maia saiu do engano, revoltou-se, voltou à velha vida e virou as costas para qualquer outro ensinamento religioso. Sentiu-se enganado e, de fato, foi. Geralmente, a lavagem feita pela seitas é tão poderosa que a pessoa, mesmo que saia revoltada com o sistema que a escravizava, não consegue se adaptar a nenhum outro grupo religioso, mesmo que sério, histórico e bibliocêntrico.


É preciso muita maturidade e graça de Deus para entender que há ainda um povo sério e comprometido com a verdade bíblica e que, por mais tempo que alguém possa ter permanecido no erro, é sempre tempo para um novo recomeço.

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