A SEGUNDA
VINDA DE JESUS CRISTO 2 Pe 3.1-18
PREGAÇÃO NA EBD DE 15 DE DEZEMBRO DE
2013 / POR JOSÉ HENRIQUE.
3.1-16 Um lembrete da vinda do Senhor
Pedro começou a sua carta com um encorajamento aos seus leitores para
crescerem na piedade. Em 2.1, ele se desviou do assunto porque estava tão
preocupado com o prejuízo que os falsos mestres podem causar na prevenção de
tal crescimento. Agora ele volta ao tema da vida piedosa, estabelecendo a
segunda vinda de Jesus como mais uma motivação para isso. Antes de fazê-lo, ele
ressalta a certeza dessa vinda, e as razões por que Deus a adiou.
3.1,2 Um chamado para lembrarmos a promessa
Pedro ressalta a unidade da sua carta com a carta anterior e a coerência
do seu ensino com o dos profetas e apóstolos. Em tudo isso, o seu propósito é
que os seus leitores cultivem uma mente cristã (mente esclarecida). O seu
coração se anima assim que ele se volta dos falsos mestres para o tópico de
alimentar o rebanho de Deus, os seus amados.
Notas. 1 A segunda epístola pode ser uma
referência a 1Pedro ou 2Pedro 1 e 2 (se escritos separadamente) ou a uma carta
anterior, agora perdida. Em termos gerais, esses versículos podem descrever
1Pedro. Despertar é a mesma palavra usada em 1.13. Mente esclarecida ("mente
sincera", NVI) contrasta com as idéias descritas no cp. 2. A expressão tem
um sentido moral ("puro") como também significa "não contaminada
pelo preconceito". 2 Pedro também ressalta a unidade do AT com os escritos
apostólicos em 1.19-21 e 1Pedro 1.10-12. Mandamento parece
referir-se ao ensino de Jesus como um todo elaborado pelos apóstolos (Jo
14.26). Senhor e Salvador é a autoridade final por trás tanto dos profetas
quanto dos apóstolos (cf. Ef 2.20). Vossos apóstolos é interpretado por alguns
como uma referência "àqueles que vos trouxeram a mensagem". E mais
provável que a referência realce a sua confiabilidade do que a sua função —
"aqueles em quem confiais, que vos ensinaram a fé ortodoxa em contraste
com os falsos mestres" (cf. Jd 17).
3.3,4 Uma advertência para ignorarmos os escarnecedores
Pedro sabe como o desânimo pode se espalhar rapidamente em uma
comunidade, assim ele adverte os seus leitores a que não sejam desviados e desprezados
pelos que erroneamente argumentam que a aparente inatividade de Deus significa
que ele não vai agir. Judas 18 atribui essa advertência aos próprios apóstolos.
Notas. 3 Tendo em conta, antes de tudo é
a mesma expressão de "sabendo, primeiramente" em 1.20.
Escarnecedores, em conjunção com a referência às suas próprias paixões, sugere
que o autor ainda tem em mente os falsos mestres do cp. 2. Os que se entregam
às suas próprias paixões sempre escarnecem de qualquer incentivo a uma vida
decente. 4 Os pais pode ser aplicado aos líderes cristãos iniciais, como
Estêvão, Tiago, filho de Zebedeu etc., ou aos membros mais antigos da primeira
geração de cristãos que morreram entre 30 e 60 d.C. Paulo escreveu acerca do
mesmo problema em 1Tessalonicenses 4.13-18, então este não pode ser considerado
um argumento a favor da composição tardia da carta. A referência ao dilúvio nos
v. 5-7 torna mais provável que o autor tinha em mente os patriarcas do AT.
3.5-7 Uma razão para não esquecermos essa palavra
Na verdade, o argumento dos escarnecedores no v. 4 é falso. Eles
convenientemente esqueceram que Deus de fato interveio com juízo na época do
dilúvio. Isso prova que a estabilidade da natureza não é argumento, que Deus
não vai interromper o seu ritmo estabelecido e que ele pode cumprir novamente
as suas promessas em seu tempo.
Notas. 5 Pela palavra de Deus (cf. Gn
1.3; SI 33.6; Jo 1.3; Hb 11.3). A água foi um dos elementos criados no início,
dos quais Deus formou a terra (Gn 1.2). E um dos meios pelos quais ele ainda a
sustenta. 6 Pela qual obviamente é uma referência ao dilúvio (Gn 6—9). 7 Os
céus e terra que agora existem contrastam com os novos céus e terra do futuro
(Ap 21.1).
3.6 pela qual. Ou seja, pela água. Deus, ao
criar a água em cima e em baixo, incorporou em sua criação o instrumento de sua
própria destruição. veio... o mundo daquele tempo. Uma
referência a ordem do mundo antes do dilúvio. Esse mundo incluía a disposição
física da abóbada em cima, das águas nas reservas subterrâneas, dos rios, dos
lagos e dos mares em baixo, e dos céus no meio. O mundo antes do dilúvio,
protegido dos destrutivos raios ultravioletas e com um clima suave sem chuvas,
tempestades e ventos, era caracterizado pela vida longa dos seres humanos (Gn
5) e pela capacidade da terra (como uma estufa) de produzir em
abundância. perecer... afogado em água. O segundo grande
cataclismo divino que refuta a idéia do uniformitarianismo foi o dilúvio
universal que inundou toda a terra e alterou a ordem original do mundo criado.
De acordo com Gênesis 7.11ss., o dilúvio ocorreu em duas direções: primero o
rompimento violento das fontes de água que estavam em baixo enquanto a terra se
abria, ocasionando a saída de gás, pó, água e ar; depois a abóbada se rompeu
pela ação violenta de toda a massa superior, ocasionando a precipitação sobre a
terra da água que havia permanecido em cima. A inundação foi tão cataclísmica
que todos os habitantes da terra foram destruídos, exceto oito pessoas e os
exemplares de todas as espécies animais. É certo que, por meio desses dois
grandes acontecimentos, o mundo não está num processo uniformitariano.
3.7 que agora existem. Desde o dilúvio, a humanidade
vive na segunda ordem do mundo. Uma das diferenças óbvias entre as duas ordens
do mundo é que as pessoas atualmente vivem 70 anos, e não 900 anos, que era uma
idade comum dos seres humanos antes do dilúvio. E Pedro estava defendendo a
idéia de que há uma terceira forma dos céus e da terra que ainda está por vir
após outro cataclismo. agora existem... pela mesma palavra. O
atual sistema do mundo está reservado para o castigo futuro, que virá pela
Palavra de Deus, assim como aconteceu com a criação e o dilúvio. Deus irá
pronunciá-lo também, depois que a atual ordem for destruída novamente. entesourados
para fogo. Deus pôs o arco-íris no céu para indicar que ele nunca
destruiria o mundo novamente por meio da água (Cn 9.13). No futuro, Deus
destruirá os céus e a terra por meio do fogo (cf. Is 66.15; Dn 7.9-10; Mq 1.4;
Ml 4.1; Mt 3.11-12; 2Ts 1.7-8). No atual universo, os céus são repletos de
estrelas, cometas e asteróides. O centro da terra também está cheio de um lago
líquido de fogo que ferve a uma temperatura de aproximadamente 6.800 °C. A raça
humana está separada do centro ardente da terra por uma crosta fina de 16 km.
Além disso, toda a criação é uma bomba em potencial por causa de sua estrutura
atômica. Do mesmo modo que o ser humano cria a partir de átomos bombas
destrutivas que deixam um rastro de morte, Deus pode desintegrar todo o
universo com uma explosão de energia atômica. para o Dia do Juízo...
dos homens ímpios. A terra espera o dia do juízo e da destruição dos
ímpios. Os piedosos não estarão presentes na terra quando Deus pronunciar o
juízo por meio do fogo. (cf. 1Ts 1.10; 5.9).
3.8,9 Razões por que a volta de Cristo se dará no tempo divino e não
humano:
Visto que a promessa de Deus de outra intervenção nas questões humanas
não pode ser rejeitada, Pedro dá dois fatores que explicam por que Deus está
adiando tal intervenção o quanto ele quer: o tempo não importa para ele e ele
está dando tempo para que as pessoas se arrependam (os eleitos ainda não
despertados pela luz do evangelho, visto que os ímpios serão condenados no
verso anterior).
Notas. 8 Não deveis esquecer contrasta
com o esquecimento intencional dos falsos mestres nos v. 5,6. Para o Senhor
cita Salmos 90.4, apontando para o fato de que Deus está além do tempo, e assim
não tem pressa alguma para trabalhar (cf. Hb 2.3). Citado por alguns como
argumento a favor do universalismo, esse versículo na verdade ensina o oposto.
Mostra que após a segunda vinda, que dará início ao juízo de Deus, não haverá
mais oportunidades para o arrependimento.
3.10-13 Uma reafirmação do fato e suas consequências
O argumento concernente à certeza da vinda de Cristo é concluído com
mais um lembrete do fato da sua subitaneidade. Pedro comenta a seguir sobre as
consequências que isso terá para o mundo físico como o conhecemos e as
consequências que o conhecimento disso deve produzir na vida do crente. Visto
que os novos céus e a nova terra serão a casa da justiça, devemos nos tornar
familiares com ela e nos sentir em casa nela já aqui e agora.
Notas. 10 Como ladrão retoma o ensino de
Jesus em Mateus 24.42,43. Os céus passarão também é mencionado por Jesus (Mc
13.31). Elementos pode ser aplicado tanto às substâncias das quais o mundo é
composto quanto aos outros corpos celestes. As obras que nela existem pode ser
uma referência às suas construções e outras realizações materiais, ou a obras
no sentido moral; depende de qual variante do verbo é aceita. Serão atingidas
(lit. "descobertas"; "[a terra] será desnudada", NVI;
"se queimarão", ARC). A formulação mais provável é a que traz a idéia
de desnudamento, havendo ainda outras possibilidades (e.g.,
"desaparecerão"). Então as obras seriam as obras da humanidade. 11
Jesus (e.g., Lc 12.35-40), Paulo (Rm 13.11-14; ITs 5.3-11) e Pedro (1Pe 1.13;
4.7-11) usam o juízo final como um incentivo à vida piedosa. 12 Apressando a
vinda é preferível a "aguardando com ansiedade a vinda" (nota mrg.
NVI) destacando a importância da at ividade humana de evangelismo etc. (cf. At
3.19-21; 17.30,31) durante o período da paciência divina. 13 Exemplos da sua
promessa são Isaías 65.17-25 e 66.22,23.
3.14-16 Um chamado ao comportamento correto, apoiado por um apelo aos
escritos de Paulo
Isso conduz ao chamado renovado à santidade, na expectativa da volta do
Senhor e em gratidão por sua paciência. Esses são temas acerca dos quais Paulo
também escreveu, e a menção a ele conduz à ad-vertência de que certas pessoas
(talvez os falsos mestres do cp. 2) estão inclinadas a interpretar mal as suas
palavras.
Notas. 14 Empenhai-vos retoma o conselho
de 1.10. Por serdes achados pode referir-se ao "ser desnudado" do v.
10. Sem mácula e irrepreensíveis está em contraste com os mestres em 2.13 (v.
também Jd 24). Paz é o conteúdo de um coração que está em ordem com Deus. 15
Devemos ter em mente a paciência de Deus porque ele está dando tempo para que
incrédulos sejam salvos e crentes tenham tempo de desenvolver a sua salvação
(cf. Fp2.12,13). Como igualmente [...] acerca destes assuntos provavelmente se
refere ao ensino geral acerca da segunda vinda. Pode, no entanto, destacar o
último ponto, o fato de que a demora de Deus se deve à paciência e não à
negligência. Sabedoria que lhe foi dada (NVI acrescenta: "por Deus")
é um lembrete da origem sobrenatural das cartas de Paulo (cf. l Co 2.13; 3.10).
16 Em todas as suas epístolas não sugere necessariamente que a coleção das
cartas de Paulo já estava completa, mas que a essa altura as comunida des
cristãs estavam começando a colecioná-las. Difíceis de entender pode significar
"ambíguas", "obscuras" (NEB), ou passíveis de interpretação
errônea. Paulo tinha sido mal-interpretado nas mãos daqueles que ensinavam que
os cristãos não precisavam obedecer à lei (Rm 3.8). Visto que pessoas
ignorantes e instáveis se comportam dessa forma, é tanto mais importante que o
cristão cresça em conhecimento e no estabelecimento de um firme fundamento para
a vida cristã (cf. 1.3-11). A expressão as demais Escrituras pode ser usada
para argumentar que os escritos de Paulo ou estavam incluídos nas Escrituras,
ou estavam excluídos delas. O ensino de Pedro (1Pel. 10-12; 2Pe 1.19-21; 3.2)
mostra que as cartas de Paulo possuíam as qualificações para ser aceitas nas
Escrituras (a autoridade apostólica do autor e a condução do Espírito na
composição — v. 1 Co 2.13; 4.17; 2Co 13.3-10; 1Ts2.13).
3.17,18 Um chamado à firmeza e ao crescimento; Pedro atribui a glória a
Deus
Pedro agora leva a carta à conclusão ao voltar ao grande tema com o qual
começou (1.3-11). Ele apela aos leitores, negativamente, para que se guardem
das pessoas que desprezam a lei que vão tentar arrastá-las consigo para o erro,
e, positivamente, para que continuem fazendo progresso espiritual. Cristo
sozinho fez tudo para tornar isso possível, assim é para ele que damos toda a
glória agora, como também faremos por toda a eternidade depois que ele voltar.
Assim seja!
Notas. 17 Prevenidos como estais
("sabendo disso", NVI) pode significar que o conselho foi dado antes
do aparecimento dos falsos mestres (cf. o tempo verbal futuro de 2.1), ou mais
provavelmente se refere ao fato de que Pedro está alertando os seus leitores
antes que esse ensino os tenha atingido. A rejeição de um código moral para os
cristãos certamente era uma questão importante quando Romanos e 1Coríntios
foram escritas. Firmeza vem da mesma raiz que Pedro usa em 1Pedro 5.10 (cf. Lc
22.32). 18 Graça e conhecimento são ambos dádivas conferidas por Deus que
capacitam o crescimento nos planos moral e mental. Essa carta mostrou que o
cristão deve fazer progresso paralelo em ambos. Jesus Cristo pode ajudar os
seus seguidores a fazer esse progresso, visto que ele é Senhor e Salvador. A
ele é uma referência a Cristo e uma afirmação inequívoca da sua divindade. No
dia eterno ("para sempre", NVI) é lit. "para o dia da
época" quando Cristo vier para dar início à eternidade. Amém possivelmente
é um acréscimo posterior ao texto. "Assim seja" certamente é a
resposta de um coração crente depois da leitura dessa carta.
P.S. 2Pe 2.22 ... porca lavada. Se for uma alusão ao
batismo, é notável que tal ordenança não consiga mudar a natureza; ela continua
porca, se não houver uma regeneração (2Co 5.17; cf Jo 3.15).
Igreja
Presbiteriana de Alfenas - MG
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