quinta-feira, 26 de junho de 2014

A UNIDADE DA IGREJA

Entendendo e vivendo a unidade
(a doutrina do Corpo de Cristo na sua aplicação prática)

 “…para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que os tens amado a eles como me tens amado a mim.” (João 17.23*).

A unidade cristã é um dos fatores vitais para a vida da igreja. Uma das marcas da Queda em nós é a dificuldade que temos de conviver pacificamente uns com os outros. Os relacionamentos quase sempre resultam em conflitos, que vão dos menores às guerras mais sangrentas. Para alguns a solução tem sido o isolamento ou individualismo.
A igreja tem uma natureza essencialmente coletivista, e a falta de unidade sempre resulta em fracasso na tentativa de ser igreja. Por isso, é preciso entender e viver a unidade. Sabendo o quanto ela é importante, Jesus pediu a Deus em nosso favor que fôssemos “perfeitos em unidade”. A unidade nos proporciona benefícios incontáveis. Vamos listar alguns:
A unidade promove o preparo espiritual da igreja para a vinda de Jesus
Por quê? Pois é no Corpo que o Espírito Santo realiza sua obra redentora que, por ser redentora, prepara o crente para o triunfo de Cristo em sua volta através de sua operação dinâmica e efetiva na igreja, seja em sinais, dons, santificação e edificação espiritual.

A unidade proporciona edificação espiritual
Em 1 Tessalonicenses 5.11 o apóstolo Paulo nos manda edificar uns aos outros. Construir uns aos outros, fazer o outro ser o quer tem que ser, para a glória de Deus. Este poder está na comunhão dos santos, no convívio dos crentes uns com os outros. A convivência tem o poder de nos aperfeiçoar por meio do compartilhamento de conhecimentos e experiências.
A unidade proporciona quebrantamento e transformação
Em 1 Pedro 4.12 o apóstolo nos exorta a não estranhar o “fogo ardente” que surge no meio da igreja, que parece algumas vezes comprometer a unidade. Unidade não é meramente ausência de conflitos, e sim, o foco fechado no ideal comum de glorificar o Salvador. Na unidade somos confrontados com nossas imperfeições e nossa tendência sempre é ir para a defensiva e negar as falhas, o que gera conflitos gigantescos e complexos. Muitas vezes tais conflitos não podem comprometer nossa unidade, antes, eles são permitidos por Deus para produzirem em nós quebrantamento. Por eles somos transformados. Em Provérbios 27.17 podemos ler: “Assim como o ferro afia o ferro, o homem afia o seu companheiro.” Somos afiados e melhorados na unidade.
A unidade proporciona prestação de contas e santificação
Tiago 5.16 nos ensina a confessar nossos pecados uns aos outros, dentro do ambiente da unidade, pois nesta prática Deus derrama um poder natural de cura e vitória sobre o pecado. Muitos entendem que ninguém tem nada a ver com a vida deles, e por isso, acreditam que não precisam prestar contas de nada a ninguém. Este estilo de vida autônomo é uma das grandes tragédias da vida humana. Ninguém pode ser juiz de se mesmo, pois se for, estará só e totalmente vulnerável.
A unidade proporciona o ambiente para exercitar do amor fraternal
Temos aqui um grande desafio, pois não podemos e não devemos anular nossas particularidades. Temos muitas diferenças em várias áreas, em maturidade, cultura, em percepção, em conhecimento, em personalidade, em origem, em condição social etc. É exatamente nessa diversidade que o amor verdadeiro se expressa. O desafio consiste em entender e viver a unidade na diversidade.
A unidade viabiliza o cumprimento da missão
Viver em unidade não é apenas benéfico a nós no ambiente da igreja, mas também gera um poder extraordinário no serviço a Deus, e por si só, consiste em um testemunho eficaz aos da obra de Deus. Jesus disse em sua oração: “Para que o mundo creia que tu me enviaste”. (Grifo meu). Ou seja, a unidade da Igreja do Senhor é um fator imprescindível para um testemunho eficaz diante de todos os homens.
A unidade envolve pessoas diversas na formação de um corpo bem articulado, vivendo em total harmonia. Mesmo sendo tão diferentes, precisamos ser um, ter o mesmo propósito, observar a grandeza do que nos une e colocar de lado tudo aquilo que nos separa. Fomos resgatados das trevas e reunidos na Igreja, que é o Corpo de Cristo, para entendermos e vivermos a unidade. Para a glória de nosso Senhor.

Comunhão autêntica


Essa expressão “comunhão autêntica” é preciosa demais! E tem marcas identificadoras! Vejamos algumas marcas de uma comunhão autêntica!
1) Gente que se encontra!
Todos os que creram estavam juntos…” (Atos 2:44).
A igreja primitiva tinha essa narrativa bíblica a seu respeito, uma informação de que “estavam juntos”. E isso é fundamental para a comunhão ser autêntica: estar junto! Estar no mesmo lugar. Se encontrar sempre. Relacionar- se. Um hábito natural para o ambiente de trabalho. Uma agenda semanal para os estudantes. Contudo, para os crentes em Cristo Jesus, um encontro prazeroso e desejado! Um momento esperado e marcado na agenda do coração! Os crentes em Cristo Jesus não conseguem ficar sem se encontrar! Encontram-se no prédio das reuniões de culto, nas casas, nos hospitais, nos acampamentos, nos congressos, nas viagens missionárias, nas reuniões de oração… e em tantos outros lugares e ocasiões!
2) Gente que se ajuda!
Saudai Priscila e Áquila, meus cooperadores em Cristo Jesus” (Romanos 16:3)
Aliás, na lista de todo o capítulo 16 de Romanos (até o verso 16), encontramos essas marcas de comunhão autêntica! Cooperação, trabalho, acolhimento, hospitalidade, oração, aconselhamento, celebração, solidariedade, interesse, amizade, etc… etc… etc. Esse “negócio” de chamar um ao outro de “Ô meu irmão! Ô minha irmã!” É de fato e de verdade! Há um parentesco espiritual realizado pela obra redentora de Jesus Cristo em cada um de nós! Essa adoção pelo Espírito nos faz filhos de Deus (Romanos 8:12-17). E viver essa fé familiar em comunhão com o povo de Deus é bênção demais para quem tem o privilégio e a alegria de participar e permanecer!
3) Gente que se ama
O número do crente é 13: 35! João 13: 35 – “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros”.
O amor é marca da comunhão autêntica, expressa através de atitudes de envolvimento e total comprometimento. Na comunidade da fé o amor não precisa de tragédias para se manifestar, ou seja, no ordinário, no cotidiano, no corriqueiro da vida ele está! Aliás, Jesus definiu esta como uma marca, um sinal de seu discipulado em nós!
4) Gente que se perdoa

Aquele “assim como” de Mateus 6:12, ou seja, na mesma medida. Somos perdoados por Deus e perdoamos uns aos outros, sempre!

Na força que vem de Deus, perdão livre e sempre pronto para fluir a quem dele necessitar. E isso tudo é tão saudável e leve. Todos que assim procedem são bem mais alegres e felizes! Comunhão autêntica, o plano de Deus para todos nós! Venha e faça parte conosco você também!

(*Citação bíblica extraída da Tradução Almeida Corrigida Fiel/ACF – Sociedade Bíblica Trinitária do Brasil.).


Oitava Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte

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