Entendendo e vivendo a unidade
(a doutrina do Corpo de Cristo na sua aplicação
prática)
“…para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o
mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que os tens amado a eles como me tens
amado a mim.” (João 17.23*).
A unidade
cristã é um dos fatores vitais para a vida da igreja. Uma das marcas da Queda
em nós é a dificuldade que temos de conviver pacificamente uns com os outros.
Os relacionamentos quase sempre resultam em conflitos, que vão dos menores às
guerras mais sangrentas. Para alguns a solução tem sido o isolamento ou
individualismo.
A igreja
tem uma natureza essencialmente coletivista, e a falta de unidade sempre
resulta em fracasso na tentativa de ser igreja. Por isso, é preciso entender e
viver a unidade. Sabendo o quanto ela é importante, Jesus pediu a Deus em nosso
favor que fôssemos “perfeitos em unidade”. A unidade nos proporciona benefícios
incontáveis. Vamos listar alguns:
A unidade promove o preparo espiritual da igreja
para a vinda de Jesus
Por quê?
Pois é no Corpo que o Espírito Santo realiza sua obra redentora que, por ser
redentora, prepara o crente para o triunfo de Cristo em sua volta através de
sua operação dinâmica e efetiva na igreja, seja em sinais, dons, santificação e
edificação espiritual.
A unidade proporciona edificação espiritual
Em 1
Tessalonicenses 5.11 o apóstolo Paulo nos manda edificar uns aos outros.
Construir uns aos outros, fazer o outro ser o quer tem que ser, para a glória
de Deus. Este poder está na comunhão dos santos, no convívio dos crentes uns
com os outros. A convivência tem o poder de nos aperfeiçoar por meio do
compartilhamento de conhecimentos e experiências.
A unidade proporciona quebrantamento e
transformação
Em 1
Pedro 4.12 o apóstolo nos exorta a não estranhar o “fogo ardente” que surge no
meio da igreja, que parece algumas vezes comprometer a unidade. Unidade não é
meramente ausência de conflitos, e sim, o foco fechado no ideal comum de
glorificar o Salvador. Na unidade somos confrontados com nossas imperfeições e
nossa tendência sempre é ir para a defensiva e negar as falhas, o que gera
conflitos gigantescos e complexos. Muitas vezes tais conflitos não podem
comprometer nossa unidade, antes, eles são permitidos por Deus para produzirem
em nós quebrantamento. Por eles somos transformados. Em Provérbios 27.17 podemos
ler: “Assim como o ferro afia o ferro, o homem afia o seu companheiro.” Somos
afiados e melhorados na unidade.
A unidade proporciona prestação de contas e
santificação
Tiago
5.16 nos ensina a confessar nossos pecados uns aos outros, dentro do ambiente
da unidade, pois nesta prática Deus derrama um poder natural de cura e vitória
sobre o pecado. Muitos entendem que ninguém tem nada a ver com a vida deles, e
por isso, acreditam que não precisam prestar contas de nada a ninguém. Este
estilo de vida autônomo é uma das grandes tragédias da vida humana. Ninguém
pode ser juiz de se mesmo, pois se for, estará só e totalmente vulnerável.
A unidade proporciona o ambiente para exercitar do
amor fraternal
Temos
aqui um grande desafio, pois não podemos e não devemos anular nossas
particularidades. Temos muitas diferenças em várias áreas, em maturidade,
cultura, em percepção, em conhecimento, em personalidade, em origem, em
condição social etc. É exatamente nessa diversidade que o amor verdadeiro se
expressa. O desafio consiste em entender e viver a unidade na diversidade.
A unidade viabiliza o cumprimento da missão
Viver em
unidade não é apenas benéfico a nós no ambiente da igreja, mas também gera um
poder extraordinário no serviço a Deus, e por si só, consiste em um testemunho
eficaz aos da obra de Deus. Jesus disse em sua oração: “Para que o mundo creia
que tu me enviaste”. (Grifo meu). Ou seja, a unidade da Igreja do Senhor é um
fator imprescindível para um testemunho eficaz diante de todos os homens.
A unidade
envolve pessoas diversas na formação de um corpo bem articulado, vivendo em
total harmonia. Mesmo sendo tão diferentes, precisamos ser um, ter o mesmo
propósito, observar a grandeza do que nos une e colocar de lado tudo aquilo que
nos separa. Fomos resgatados das trevas e reunidos na Igreja, que é o Corpo de
Cristo, para entendermos e vivermos a unidade. Para a glória de nosso Senhor.
Comunhão autêntica
Essa expressão “comunhão autêntica” é preciosa demais! E
tem marcas identificadoras! Vejamos algumas marcas de uma comunhão autêntica!
1) Gente que se encontra!
“Todos os que creram estavam juntos…” (Atos
2:44).
A igreja primitiva tinha essa
narrativa bíblica a seu respeito, uma informação de que “estavam juntos”. E
isso é fundamental para a comunhão ser autêntica: estar junto! Estar no mesmo
lugar. Se encontrar sempre. Relacionar- se. Um hábito natural para o ambiente de
trabalho. Uma agenda semanal para os estudantes. Contudo, para os crentes em
Cristo Jesus, um encontro prazeroso e desejado! Um momento esperado e marcado
na agenda do coração! Os crentes em Cristo Jesus não conseguem ficar sem se
encontrar! Encontram-se no prédio das reuniões de culto, nas casas, nos
hospitais, nos acampamentos, nos congressos, nas viagens missionárias, nas
reuniões de oração… e em tantos outros lugares e ocasiões!
2) Gente que se ajuda!
“Saudai Priscila e Áquila, meus cooperadores em
Cristo Jesus” (Romanos 16:3)
Aliás, na lista de todo o capítulo 16
de Romanos (até o verso 16), encontramos essas marcas de comunhão autêntica!
Cooperação, trabalho, acolhimento, hospitalidade, oração, aconselhamento,
celebração, solidariedade, interesse, amizade, etc… etc… etc. Esse “negócio” de
chamar um ao outro de “Ô meu irmão! Ô minha irmã!” É de fato e de verdade! Há
um parentesco espiritual realizado pela obra redentora de Jesus Cristo em cada
um de nós! Essa adoção pelo Espírito nos faz filhos de Deus (Romanos 8:12-17).
E viver essa fé familiar em comunhão com o povo de Deus é bênção demais para
quem tem o privilégio e a alegria de participar e permanecer!
3) Gente que se ama
O número do crente é 13: 35! João 13: 35
– “Nisto
conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros”.
O amor é marca da comunhão autêntica,
expressa através de atitudes de envolvimento e total comprometimento. Na
comunidade da fé o amor não precisa de tragédias para se manifestar, ou seja,
no ordinário, no cotidiano, no corriqueiro da vida ele está! Aliás, Jesus
definiu esta como uma marca, um sinal de seu discipulado em nós!
4) Gente que se perdoa
Aquele “assim como” de Mateus 6:12, ou
seja, na mesma medida. Somos perdoados por Deus e perdoamos uns aos outros,
sempre!
Na força que vem de Deus, perdão livre
e sempre pronto para fluir a quem dele necessitar. E isso tudo é tão saudável e
leve. Todos que assim procedem são bem mais alegres e felizes! Comunhão autêntica,
o plano de Deus para todos nós! Venha e faça parte conosco você também!
(*Citação bíblica
extraída da Tradução Almeida Corrigida Fiel/ACF – Sociedade Bíblica Trinitária
do Brasil.).
Oitava Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte
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