O Espírito Santo e o crescimento da igreja
Por isso, nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas
Deus, que dá o crescimento. 1
Coríntios 3:7
Se o
Senhor Jesus não tivesse em mente a redenção daqueles que o Pai haveria de lhe
dar, Ele poderia, talvez, se preocupar com “números”, “muita gente”,
“multidões”,e teria dado uma ordem diferente daquela que deixou para a Igreja
(discípulos) antes de Sua ascensão aos céus. Mas graças a Deus Ele agiu
conforme o desejo do Pai e, como Deus, amou a salvação dos perdidos em
imensurável graça. Suas palavras, talvez as mais lembradas pela igreja e,
paradoxalmente, as mais negligenciadas também, foram (e ainda continuam sendo)
estas: “Vão e façam discípulos de
todas as nações, batizando-os, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.” (Mateus
28.19 – NVI). Não sabemos quantos discípulos o Senhor Jesus tinha em mente, mas
quando menciona nações, deixou claro que a missão da Igreja envolveria avanços,
crescimentos, multiplicações.
Como
Igreja do Senhor, precisamos rejeitar a numerofobia (o medo do
crescimento – às vezes justificado da seguinte maneira: “Prezamos pela
qualidade, não pela quantidade”) e a numerolatria(o culto aos
números). Tanto a numerofobia como a numerolatria não
fazem parte do propósito original do Senhor Jesus para a Igreja. A primeira
trava a Igreja e constrói muito mais “muros” do que “pontes”. A segunda
transforma o crescimento em um fim em si mesmo, onde os números são mais
importantes do que as pessoas.
Como Jesus olhava para as almas e para as nações a receberem sua Palavra,
a Igreja não pode deixar de fazer o mesmo; não pode querer só para ela o que
foi ordenado que fosse compartilhado com todos. Olhando para o nascedouro da
Igreja e seus “primeiros passos”, não temos dúvidas quanto ao propósito do
Senhor Jesus em relação ao crescimento. Todavia, não podemos deixar de
considerar que este crescimento contava com a saúde divina. O avanço da Igreja
glorificava o nome do Senhor Deus.
O Espírito Santo foi derramado sobre um pequeno grupo e logo foi sendo
derramado sobre mais e mais pessoas. O propósito do batismo fpi e é aperfeiçoar
e capacitar a Igreja para o trabalho da obra do Pai. Em seguida já passamos a
ouvir falar de multidões (falamos aqui do exemplo de Atos dos Apóstolos). Sob o
poder e atuação do Espírito Santo os discípulos faziam sinais e prodígios: os
Doze, Estêvão, Filipe, Paulo… Conosco
ainda pode ser semelhante se nos atentarmos para a verdade da Palavra, se buscarmos
o genuíno avivamento espiritual (pela Palavra), pelos dons do Espírito, pela
regeneração, santificação e transformação do Espírito que nos dá poder para
testemunhar ao mundo da grande salvação, etc.
A ação do Espírito Santo é indispensável ao crescimento que glorifica o
Senhor. Pelo Espírito Santo a Igreja recebe instrução e direção da parte do
Senhor (sua função é ensinar à Igreja, conduzindo-a a Verdade – João 16.13-16).
Esta mesma direção foi fator preponderante para que a mensagem do Evangelho do
Reino chegasse à Ásia (Atos 16.6-10). Pelo Espírito as conversões passaram a
acontecer em proporções jamais vistas; somente ele pode convencer e converter o
ser humano, transformando-o em um discípulo de Cristo (João 16.8). A Igreja
foi/é liderada pelo Senhor (Ele é o Cabeça do Corpo/ Igreja) e o Espírito
capacita homens que tem a mente de Cristo e não somente a mente denominacional
ou sectária. Só quem tem a mente de Cristo atrai vidas para Cristo. A Igreja é
formada por pessoas santificadas pelo Espírito Santo e remidas pelo mesmo
Espírito Santo e é liderada por homens separados pelo Espírito Santo (Atos
13.1-3). Pela ação do Espírito Santo, a obra missionária foi/é largamente
impulsionada (Atos 13-28). Por todo o livro de Atos há registros de que a
Igreja crescia, mesmo tendo contra si todo o esforço do inferno – Atos 5.14;
6.7; 9.31; 12.24; 14.1; 16.5; 17.4; 19.20 (Jesus havia predito que isto
ocorreria: oposição e crescimento – Mateus 16.18).
Sem a ação do Espírito Santo, a Igreja pode até avançar, mas isto não
será considerado “crescimento” diante de Deus; será um enchimento de prédios e
não um “povoamento do céu”.
Nem numerofobia,
nem numerolatria; simplesmente números, os números de Deus. Todos
quantos Ele escolher, separar e chamar, a Igreja deve estar pronta para buscar,
acolher e cuidar. Este é o crescimento saudável, o crescimento resultante da
ação do Espírito Santo sobre a Igreja.
Pr. Gidiel Câmara Jr. / Oitava Igreja Presbiteriana
de Belo Horizonte
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