Fé: evidência da eterna eleição
“Que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não
segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça
que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos”
(2Tm 2: 9)
“Ouvi, meus amados irmãos. Não escolheu Deus os que para o mundo
são pobres, para serem ricos em fé e herdeiros do reino que ele prometeu
aos que o amam?” (Tiago 2.5)
A doutrina da eleição não foi criada por nenhum concílio
eclesiástico, mas revelada por Deus em sua palavra. Não é produto da
investigação humana, mas do decreto divino.
Não se pode considerar como “algo novo”, pois não é nada criado
por idéias subjetivas como as tantas “revelações” novas que surgem por aí. A
doutrina da eleição, assim como o conjunto das doutrinas bíblicas evidentes são
resultados da iluminação do Espírito Santo para testificação e efetivação da
unidade cristã no contexto do Corpo de Cristo. Não é um conjunto doutrinário
exclusivista e legalista como se vê em algumas igrejas neopentecostais que se
firmam em “novas revelações”. Novas revelações essas que configuram um perigoso
e duvidoso “Outro Evangelho”.
A eleição divina, portanto, é eterna e incondicional. Deus nos
escolheu antes da fundação do mundo e escolheu-nos sem levar em conta qualquer
suposto mérito humano. Deus nos escolheu não por causa da nossa fé, mas para a
fé. A fé não é a causa da eleição, mas o seu resultado. Deus escolheu-nos não
por causa da nossa santidade, mas para sermos santos e irrepreensíveis, de tal
forma que a santidade não é a causa, mas a evidência da eleição. Deus
escolheu-nos não por causa das nossas boas obras, mas para as boas obras, como
Ele nos revela na carta de Tiago. Ele nos deu a fé (dom de Deus) para assim
viver as obras como resultado da fé genuína, de tal forma que as boas obras não são a causa, mas a
evidência da nossa eleição.
A eleição feita no céu
precisa ser confirmada na terra. A eleição decretada na eternidade precisa ser
evidenciada no nosso engajamento em relação á Mensagem da cruz.. O mesmo Deus
que decreta o fim, ou seja, a nossa salvação; determina, também, os meios, ou
seja, Deus nos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do
Espírito e fé na verdade. A prova que uma pessoa é eleita é se ela vive em
santidade e se sua fé está firmada na verdade. Deus não nos chamou para a
impureza, e sim, em santificação. Deus nos salvou não no pecado, mas do pecado.
Deus nos criou em Cristo Jesus não para o comodismo, mas para as boas obras.
Importa-nos confirmar nossa eleição.
Paulo, escrevendo aos
crentes de Tessalônica, disse que a
eleição deles era reconhecida por três evidências (1Ts 1.3,4):
Em primeiro lugar, a operosidade
da fé. “Dando, sempre, graças a Deus por todos vós, mencionando-vos em
nossas orações, recordando-nos, diante do nosso Deus e Pai, da operosidade da
vossa fé…”
(1Ts 1.3). Uma fé operosa fala mais alto do que qualquer discurso teológico. Fé
operosa não é apenas um assentimento intelectual a uma verdade bíblia. Fé
operosa não é apenas uma confiança passageira num momento de necessidade. Fé
operosa traduz em ação o que se crê. Fé operosa transforma em prática o que se
acredita. Fé sem ação é fé morta. Fé sem obras é fé espúria. Quem crê, vive o
que crê.
Em segundo lugar, a
abnegação do amor. “… da abnegação do vosso
amor…”
(1Ts 1.3). O amor é a prova irrefutável de uma vida transformada. Quem
ama vive na luz. Quem ama é nascido de Deus. Quem ama prova sua eleição. O amor
é um argumento irresistível. Evidenciamos aos olhos do mundo que somos eleitos
de Deus e discípulos de Cristo quando amamos uns aos outros como Cristo nos
amou. O amor é a apologética final. As palavras dos nossos lábios precisam ser referendadas
pelas obras de nossas mãos. Nossos atos são o avalista das nossas palavras. Não
somos aquilo que falamos, mas aquilo que fazemos. O amor não consiste apenas de
palavras, mas, sobretudo, de atitudes. Quem ama, age. O amor deve ser abnegado
e sacrificial. Assim como Deus nos amou e deu-nos seu Filho; devemos, também,
amar e dar a nossa vida pelos nossos irmãos.
Em terceiro lugar, a
firmeza da esperança. “… e da firmeza da vossa
esperança em nosso Senhor Jesus Cristo, reconhecendo, irmãos, amados de Deus, a
vossa eleição” (1Ts 1.3,4). A eleição é comprovada pela fé operosa, pelo amor
abnegado e pela firme esperança. Os eleitos de Deus são aqueles que são
chamados eficazmente, justificados
legalmente pelo sangue de Cristo e glorificados seguramente na Pessoa de Jesus
Cristo. Os eleitos são aqueles que perseveram até o fim, fazendo firme a
vocação em processo de santificação, busca, realização e obediência, mantendo
os olhos fitos no autor e consumador da fé, cruzando todos os mares revoltos da
vida, alimentados por uma firme esperança. Essa esperança é viva e
gloriosa. É a esperança da volta
poderosa de Jesus, da ressurreição dos mortos, da reunião dos remidos nos
ares e da bem-aventurança eterna. Você é um eleito de Deus? Você está
confirmando sua eleição? Tem evidências de sua eterna salvação?
Texto escrito
por Gabriel Felipe M. Rocha com base na mensagem devocional de Pr. Hernandes Dias Lopes/ Primeira Igreja
Presbiteriana de Vitória e com base nos resultados dos estudos bíblicos do “grupo
de estudos Palavra a Sério”.
Bíblia King James/ Bíblia de Genebra/ Bíblia “Palavras Chave/grego e
hebraico”
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