domingo, 21 de setembro de 2014

O Espírito Santo dá entendimento espiritual

O Espírito Santo dá entendimento espiritual

"E vós possuís unção que vem do Santo e todos tendes conhecimento."
(1Jo 2.20)

       O Espírito Santo dá entendimento espiritual
       O conhecimento das coisas divinas, para o qual os cristãos são atraídos, é mais do que uma intimidade formal com as palavras bíblicas e as ideias cristãs. E uma conscientização espiritual da realidade e relevância das atividades do Deus triúno, as quais a Escritura testifica. Tal conscientização não é normal nas pessoas, por mais familiaridade que tenham com as ideias cristãs (como o homem sem o Espírito em 1Co 2.14, que não aceita o que os cristãos lhe dizem, ou os cegos guias de cegos, de quem Jesus falou tão causticamente em Mt 15.14, ou como o próprio Paulo antes do seu encontro com Jesus na estrada de Damasco). Somente o Espírito Santo, perscrutador das profundezas de Deus (1Co 2.10), pode efetuar essa conscientização em nossas mentes e corações obscurecidos pelo pecado. E por isso que é chamada "entendimento espiritual" (espiritual significa "dado pelo Espírito", Cl 1.9; cf. Lc 24.25; 1Jo 5.20). Aqueles que, ao lado de uma sólida instrução verbal, possuem "unção que vem do Santo... [têm] conhecimento da verdade" (1Jo 2.20).

       A obra do Espírito de conceder esse conhecimento é chamada "iluminação". Não é uma nova revelação que esteja sendo dada, mas uma obra dentro de nós que nos capacita a compreender e amar a revelação que está ali diante de nós no texto bíblico ouvido ou lido, e explanado por pastores, professores e, talvez, escritores. Tudo que vier como "nova" revelação deve ser rejeitado, pois a Bíblia chama isso de "Outro Evangelho". Se digo que há uma nova revelação e que meu grupo religioso (apenas) alcançou a mesma, estou automaticamente dizendo que a Bíblia foi insuficiente e precisou sofrer "mudanças".
Alguns querem acreditar que o Espírito Santo concede novas revelações além das Escrituras. Mentira! O que o Espírito Santo faz é iluminar espiritualmente sobre aquilo que já está revelado nos textos inspirados.

Alguns chamam de “revelação” algumas interpretações bíblicas alegóricas, tipológicas e simbólicas. Mas, de fato, é uma iluminação, um esclarecimento sobre algum assunto ou verdade contida já nos textos bíblicos. Nada pode ser alterado.
O pecado em nosso sistema mental e moral anuvia nossas mentes e vontades, de modo que não compreendemos a força da Escritura e resistimos a ela. Deus parece-nos remoto, ao extremo da irrealidade, e diante da sua verdade somos embotados e apáticos. O Espírito, contudo, abre e desanuvia nossas mentes, sintonizando nossos corações para que compreendamos (Ef 1.17,18; 3.18,19; 2Co 3.14-16; 4.6). Como pela inspiração Ele nos proveu a verdade bíblica, assim agora pela iluminação Ele no-la interpreta. A iluminação é, pois, a apuração da verdade revelada de Deus aos nossos corações, a fim de que apreendamos como realidade para nós o que o texto sagrado anuncia.
       A iluminação, que é um ministério permanente do Espírito Santo aos cristãos, inicia antes da conversão com uma crescente compreensão da verdade acerca de Jesus Cristo e uma crescente sensação de estar sendo avaliado e exposto por ela. Jesus disse que o Espírito "convenceria o mundo" do pecado de não crer nele, do fato de Ele estar à direita de Deus Pai (como seu bom acolhimento na volta ao céu o provou), e da realidade do julgamento tanto aqui como na vida futura (Jo 16.8-11). Este convencimento triplo é ainda o meio de Deus fazer que o pecado seja repulsivo e Cristo adorável aos olhos das pessoas que antes amavam o pecado e não tinham nenhum interesse pelo divino Salvador.
       A forma de ser plenamente beneficiado pelo ministério da iluminação do Espírito é o estudo sério da Bíblia, a oração séria e a séria correspondência obediente a todas e quaisquer verdades que já tenham sido expostas. Isto corresponde à máxima de Lutero sobre as três coisas que fazem os verdadeiros cristãos em menuseio da Bíblia: oratio (oração), meditatio (pensar na presença de Deus sobre o texto), e tentatio (provação, a luta pela fidelidade bíblica diante da pressão para desatender o que a Escritura diz).


Nenhum comentário: