O outro consolador, Espírito Santo
“Eu rogarei
ao Pai, e ele vos dará outro Consolador” (Jo 14.16)
Para que o Espírito fosse enviado, Jesus precisaria
consumar a sua obra primeiro. Sua
obra consumada foi a obra da cruz, noderramamento do sangue e na garantia de
nosso livre acesso. Jesus esteve com os discípulos por cerca de 3 anos. Ele
precisava partir para o santuário celestial onde continuaria sua obra de
intercessão pelo seu povo até o último dia, mas os discípulos não ficariam
sozinhos nesse ínterim, pois Jesus disse: “Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador”
(Jo 14.16). Jesus foi o grande consolador de seus discípulos. A palavra grega
para consolador é parakletos, e significa literalmente “aquele que está ao lado de”. Mas,
agora, ele precisava partir, e não poderia mais permanecer ao lado de seus
discípulos. Entretanto, não deixaria seus discípulos sozinhos, pois mandaria um
companheiro para seus amigos: o Espírito Santo. A partir daquele momento Jesus
seria o consolador (parakletos) no céu (1Jo 2.1), intercedendo por seus
discípulos de lá, enquanto que o Espírito seria o consolador (parakletos) na
terra, também intercedendo e cuidando dos discípulos aqui (Rm 8.26). Não
poderia haver bênção maior para o povo de Deus do que ter, não um, mas dois
“consoladores”.
Por várias vezes Jesus advertiu seus discípulos de
que precisava partir. Um dos motivos principais é que somente após sua partida
poderia enviar o outro Consolador (Ver Jo 7.38-39). Enquanto Jesus não fosse
glorificado, o Espírito Santo não poderia ser enviado, por isso Jesus disse aos
discípulos: “Mas
eu vos digo a verdade: convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o
Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei”
(Jo 16.7). Era necessário que Cristo subisse aos céus e se assentasse à direita
do trono de Deus, e assim glorificado, enviasse o Espírito Santo aos
discípulos.
Era muitíssimo necessário que o Espírito viesse.
Além de substituir Jesus, ele teria funções extras. Seria sua função lembrar
aos discípulos as coisas que Jesus havia dito (Jo 14.26). Também fazia parte de
sua obra convencer o mundo do pecado da justiça e do juízo (Jo 18.8). Em tudo
isto, o Espírito não agiria de forma independente, pois sua função era
glorificar o próprio Jesus, exaltando sua pessoa, seu poder e sua obra (Jo
16.14). Esse é um ponto de máxima importância, pois é comum, nos dias atuais, as pessoas enfatizarem
mais a pessoa e a obra do Espírito Santo do que a do Pai e a do Filho. É
verdade que o Espírito Santo não foi considerado como devia ao longo da
história da igreja, porém, é um erro querer enfatizar a obra do Espírito acima
da obra de Jesus. Como enfatizam erroneamente? Quando alguns grupos dão ênfase
à curas, dons em excesso e manifestações espirituais em primeiro plano e a
Palavra sempre em segundo. O mistério da TRINDADE é que: o PAI, o FILHO
e o ESPÍRITO SANTO caminham juntos na realização da Obra de Redenção,
cuja ênfase é o trabalho de remissão e redenção do Espírito Santo para a dia
final. O Espírito santo, na Igreja, revela a Jesus e anuncia seu reino, sua
volta e seu triunfo. A função do Espírito seria a de testemunhar de Jesus.
Jesus disse: “Ele
me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar”
(Jo 16.14). Lloyd-Jones tem algumas palavras interessantes nesse sentido: “Ao
meu ver, esta é uma das coisas mais espantosas e extraordinárias acerca da
doutrina bíblica sobre o Espírito Santo. Ele parece esquivar-se e ocultar-se.
Ele está sempre, por assim dizer, focalizando o Filho”14. De fato, a obra do Espírito Santo não é glorificar a si mesmo e,
tampouco, uma igreja específica. Ele é como um holofote, sua função é
iluminar, mas não a si mesmo, e sim a pessoa de Jesus. Ele quer glorificar o
Senhor Jesus, nos dando conhecimento dele e de seu amor por nós. Por essa
razão, Lloyd-Jones está certo em afirmar que podemos saber o quanto temos do
Espírito de acordo com o quanto consideramos o Senhor Jesus15. Como as pessoas
não têm olhado para essa obra do Espírito, e têm focalizado excessivamente nele
como um “fim em si mesmo”, podemos dizer que ele continua esquecido, muito
embora as livrarias estejam cheias de livros a respeito do poder e da
influência vencedora do Espírito.
Jesus disse que o Espírito Santo seria enviado para
estar sempre com os discípulos, ou seja, eles não poderiam viver sem este
Espírito. Isso nos fala da importância do Espírito Santo para a vida do crente.
Não dá para conceber um crente sem o Espírito Santo, pois ele é absolutamente
vital para que o crente conheça Jesus e receba a salvação. Por isso o Espírito
Santo é simbolizado pelo sangue de Cristo que dá vida ao Corpo. Aliás, não há
crente genuíno que não congrega no Corpo de Cristo. Um crente sem o Espírito Santo em hipótese alguma pode ser crente
verdadeiro, pois a presença do Espírito Santo na vida dos discípulos é a
garantia de que, de fato, conhecem a Jesus e pertencem a ele (Ver Rm 8.9,
Ef 1.13-14).
Artigo Igreja
Presbiteriana de Alfenas- MG
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