sábado, 4 de outubro de 2014

O outro consolador, Espírito Santo

O outro consolador, Espírito Santo
Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador(Jo 14.16)

Para que o Espírito fosse enviado, Jesus precisaria consumar a sua obra primeiro. Sua obra consumada foi a obra da cruz, noderramamento do sangue e na garantia de nosso livre acesso. Jesus esteve com os discípulos por cerca de 3 anos. Ele precisava partir para o santuário celestial onde continuaria sua obra de intercessão pelo seu povo até o último dia, mas os discípulos não ficariam sozinhos nesse ínterim, pois Jesus disse: “Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador” (Jo 14.16). Jesus foi o grande consolador de seus discípulos. A palavra grega para consolador é parakletos, e significa literalmente “aquele que está ao lado de”. Mas, agora, ele precisava partir, e não poderia mais permanecer ao lado de seus discípulos. Entretanto, não deixaria seus discípulos sozinhos, pois mandaria um companheiro para seus amigos: o Espírito Santo. A partir daquele momento Jesus seria o consolador (parakletos) no céu (1Jo 2.1), intercedendo por seus discípulos de lá, enquanto que o Espírito seria o consolador (parakletos) na terra, também intercedendo e cuidando dos discípulos aqui (Rm 8.26). Não poderia haver bênção maior para o povo de Deus do que ter, não um, mas dois “consoladores”.
Por várias vezes Jesus advertiu seus discípulos de que precisava partir. Um dos motivos principais é que somente após sua partida poderia enviar o outro Consolador (Ver Jo 7.38-39). Enquanto Jesus não fosse glorificado, o Espírito Santo não poderia ser enviado, por isso Jesus disse aos discípulos: “Mas eu vos digo a verdade: convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei” (Jo 16.7). Era necessário que Cristo subisse aos céus e se assentasse à direita do trono de Deus, e assim glorificado, enviasse o Espírito Santo aos discípulos.
Era muitíssimo necessário que o Espírito viesse. Além de substituir Jesus, ele teria funções extras. Seria sua função lembrar aos discípulos as coisas que Jesus havia dito (Jo 14.26). Também fazia parte de sua obra convencer o mundo do pecado da justiça e do juízo (Jo 18.8). Em tudo isto, o Espírito não agiria de forma independente, pois sua função era glorificar o próprio Jesus, exaltando sua pessoa, seu poder e sua obra (Jo 16.14). Esse é um ponto de máxima importância, pois é comum, nos dias atuais, as pessoas enfatizarem mais a pessoa e a obra do Espírito Santo do que a do Pai e a do Filho. É verdade que o Espírito Santo não foi considerado como devia ao longo da história da igreja, porém, é um erro querer enfatizar a obra do Espírito acima da obra de Jesus. Como enfatizam erroneamente? Quando alguns grupos dão ênfase à curas, dons em excesso e manifestações espirituais em primeiro plano e a Palavra sempre em segundo. O mistério da TRINDADE é que: o  PAI, o FILHO  e o ESPÍRITO SANTO caminham juntos na realização da Obra de Redenção, cuja ênfase é o trabalho de remissão e redenção do Espírito Santo para a dia final. O Espírito santo, na Igreja, revela a Jesus e anuncia seu reino, sua volta e seu triunfo. A função do Espírito seria a de testemunhar de Jesus. Jesus disse: “Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar” (Jo 16.14). Lloyd-Jones tem algumas palavras interessantes nesse sentido: “Ao meu ver, esta é uma das coisas mais espantosas e extraordinárias acerca da doutrina bíblica sobre o Espírito Santo. Ele parece esquivar-se e ocultar-se. Ele está sempre, por assim dizer, focalizando o Filho”14. De fato, a obra do Espírito Santo não é glorificar a si mesmo e, tampouco, uma igreja específica. Ele é como um holofote, sua função é iluminar, mas não a si mesmo, e sim a pessoa de Jesus. Ele quer glorificar o Senhor Jesus, nos dando conhecimento dele e de seu amor por nós. Por essa razão, Lloyd-Jones está certo em afirmar que podemos saber o quanto temos do Espírito de acordo com o quanto consideramos o Senhor Jesus15. Como as pessoas não têm olhado para essa obra do Espírito, e têm focalizado excessivamente nele como um “fim em si mesmo”, podemos dizer que ele continua esquecido, muito embora as livrarias estejam cheias de livros a respeito do poder e da influência vencedora do Espírito.
Jesus disse que o Espírito Santo seria enviado para estar sempre com os discípulos, ou seja, eles não poderiam viver sem este Espírito. Isso nos fala da importância do Espírito Santo para a vida do crente. Não dá para conceber um crente sem o Espírito Santo, pois ele é absolutamente vital para que o crente conheça Jesus e receba a salvação. Por isso o Espírito Santo é simbolizado pelo sangue de Cristo que dá vida ao Corpo. Aliás, não há crente genuíno que não congrega no Corpo de Cristo. Um crente sem o Espírito Santo em hipótese alguma pode ser crente verdadeiro, pois a presença do Espírito Santo na vida dos discípulos é a garantia de que, de fato, conhecem a Jesus e pertencem a ele (Ver Rm 8.9, Ef 1.13-14).

Artigo Igreja Presbiteriana de Alfenas- MG

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