segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Os cristãos devem manifestar a vida do Reino

Os cristãos devem manifestar a vida do Reino

      "Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de nós." 
(Lucas 17.20,21) 
       
       O tema do reino de Deus passa por ambos os Testamentos, focalizando o propósito de Deus para a história do mundo. Nos tempos do Velho Testamento, Deus declarou que exerceria seu reinado (sua soberania, Dn 4.34,35), estabelecendo seu reino (seu governo ou reinado sobre a vida e circunstâncias das pessoas) por meio de seu rei escolhido (o Messias davídico, Is 9.6,7), em uma idade de ouro de bênçãos. Esse reino veio com Jesus, o Messias, como uma realidade universal, existindo onde quer que o senhorio de Jesus seja reconhecido com arrependimento, fé e nova obediência. Jesus, o soberano designado, ungido pelo Espírito e cheio do Espírito (Lc 3.21,22; 4.1,14,18-21,32-36,41), morreu, ressuscitou, ascendeu e está agora entronizado no céu como governador sobre todas as coisas (Mt 28.18; Cl 1.13), Rei dos reis e Senhor dos senhores (Ap 17.14; 19.16). A idade de ouro de bênçãos é uma era de benefício espiritual atual (salvação do pecado e comunhão com Deus), que conduz a um estado futuro de pura alegria num universo reconstruído. O reino é presente em seus primórdios, embora seja futuro em sua plenitude; em um sentido, ele já está aqui, mas, no sentido mais rico, ele está ainda por vir (Lc 11.20; 16.16; 17.21; 22.16,18,29,30).
       O reino veio não somente como misericórdia, mas também como julgamento, exatamente como João Batista, seu precursor, disse que seria (Mt 3.1-12). Aqueles que obedientemente receberam a Palavra de Jesus e puseram seu destino em suas mãos, encontraram misericórdia, ao passo que a liderança judaica, que não o fez, foi julgada. Estritamente falando, os líderes judaicos eram autojuízes, pois decidiram viver em trevas, afastando-se do Salvador (Jo 3.17-20).
       A tarefa da igreja é fazer visível o reino invisível por meio da vida e testemunho de cristãos fiéis. O evangelho de Cristo ainda é o evangelho do reino (Mt 4.23; 24.14; At 20.25; 28.23,31), as boas novas de justiça, paz e alegria no Espírito Santo por meio do acesso a um relacionamento de discípulo com o Senhor vivo (Rm 14.17). A igreja deve fazer com que sua mensagem seja crível por meio de sua manifestação da realidade da vida no reino.
       A vinda do reino significou um novo estágio no programa redentor-histórico de Deus. O Messias chegou, redimiu e retirou-se para seu reino com a promessa de que viria novamente. Tudo o que era típico, temporário e imperfeito nas disposições dadas por Deus para a comunhão de Israel com Ele, tornou-se uma coisa do passado. O Israel de Deus, semente de Abraão, foi redefinido como o grupo dos crentes em Jesus (Gl 3.16,26-29). O Espírito foi derramado e um novo modo de vida, a saber, a vida em Cristo e com Cristo, tornou-se uma realidade neste mundo. Assim, o novo internacionalismo da comunhão da igreja e a evangelização global foi instaurada (Ef 2.11-18; 3.6,14,15; Ap 5.9,10; 7.9; Mt 28.19,20; Cl 1.28,29). Embora essas mudanças tivessem sido grandes, nenhuma delas significou que um novo conjunto de padrões morais tenha emergido, como é algumas vezes admitido. A lei moral para os cristãos, a lei do atual reino de Deus, é a lei que está nos Dez Mandamentos e nos profetas, agora aplicada à nova situação. Jesus não aboliu a lei, mas tão somente completou seu sentido (Mt 5.17-48).   


Igreja Presbiteriana do Brasil

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