O MEU REDENTOR VIVE!
(Jesus Onipotente, Onipresente e
Onisciente)
Por Gabriel Felipe M. Rocha
Quem me
dera agora que as minhas palavras se escrevessem! Quem me dera que se gravassem
num livro!
E que,
com pena de ferro e com chumbo, para sempre fossem esculpidas na rocha!
Porque eu
sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. (Jó 19:23,24,25)
Sabe-se que Deus tem, essencialmente,
atributos morais. Dentre esses estão: Misericórdia, Bondade, Longanimidade,
amor, juízo, fidelidade ,etc. Todos esses atributos (morais) de Deus se
revelam (basicamente) em três atributos
pessoais: ONIPOTÊNCIA, ONISCIÊNCIA e ONIPRESENÇA.
O prefixo “oni” vem do latim omnia que quer dizer “todo”. Portanto,
se Deus é, por exemplo, onipotente, Ele tem TODO o poder.
Tais atributos (morais e pessoal) contidos
na Pessoa do PAI encontram-se também na Pessoa do FILHO, a saber, JESUS CRISTO.
Ele é o “Rei da Glória”, “Senhor dos Exércitos”, “Pai da Eternidade”, “Príncipe
da paz”, “Conselheiro”, “Emanuel” e “Deus forte”.
Jesus, portanto, se revela várias vezes no
Antigo Testamento no âmbito da profecia. Ele é a rocha ferida, o cordeiro que
tira o pecado, o pão que alimenta, a água que mata a sede, o ribeiro que
refrigera, etc.
No texto que nós lemos em Jó (19:23-25)
vemos um exemplo dessa manifestação profética de Jesus.
Jó estava num momento em que, nós sabemos
bem, sua aflição chegava ao auge. Já perdera tudo o que tinha (bens, fazenda e
família) e, como se não bastasse, seus amigos estavam presentes ali com
palavras acusativas, duras e insuficientes para a cura de sua alma. Os que
estavam ao redor de Jó não conheciam o seu íntimo, não sabiam o que se passava
em seu coração aflito e angustiado, não estavam presentes no momento em que
tudo aconteceu, estavam ali, mas nada podiam fazer, não tinham poder algum para
mudar aquela situação.
Mas Jó conhecia o seu Deus. Sabia em quem
estava depositando a sua fé.
No verso 23 ele clama: “Quem me dera agora”. Este era um
grito de sua alma. Era um anseio do seu espírito.
Jó tinha um desejo profundo de que alguém fizesse
algo, mas sua esperança estava mesmo no Senhor, aquele que era o Conhecedor, Deus
Presente e Poderoso. Sua alma esperava em Deus assim como o salmista também
esperaria estando no momento crítico de sua angústia: “Por que estás abatida, ó minha alma [...] espera em Deus, pois
ainda o louvarei” (Salmo 42:11).
“Que minhas palavras se escrevessem” - Jó queria que toda a sua dor tornasse
conhecida. Jó queria sair da agonia subjetiva para uma relação intersubjetiva
com o seu Criador. Quem escreve algo anseia que tais palavras sejam lidas por
alguém, senão não haveria sentido em escrevê-las. Jó, portanto, queria que alguém tomasse nota
de todo o seu sofrimento, sondasse a sua vida como Davi mais tarde pediria ao
Senhor. Quem tomaria conhecimento de nossa fraqueza tão bem quanto Jesus? Ele é
Onisciente.
Essas palavras de Jó eram proféticas e se
cumpriram em Jesus. Jesus estava com Deus, era Deus (João 1:1), mas o “Verbo”
se fez carne e habitou entre nós (João 1:14). Jesus se fez homem e conheceu
(viveu em sua carne) toda a nossa fraqueza e corrupção. Ele foi “Emanuel”, o
Deus conosco. Habitou com o homem, esteve presente no seio da terra. Fez-se
maldição por nós e, em si, toda a nossa angústia e dor foi escrita com penas de
ferro. Foi escrita com os pregos da cruz, pois foi o nosso pecado que levou
Jesus à cruz. Ele sofreu o peso (chumbo) da nossa culpa. Foi a rocha ferida onde nossas fraquezas foram
gravadas para sempre.Tudo isso para nos tornar justos. Diz a Bíblia que Jó era
um homem reto, mas não menciona que ele era um homem justo. A justificação veio
pela fé em seu Redentor (v.25). Jesus estava ali, era um Deus presente. Hoje as
nossas palavras são escritas no livro da vida, pois Jesus pagou o preço.
Morreu, mas ressurgiu. Ele é Poderoso, Onipotente. Venceu a morte. Nosso Redentor
vive!
“Porque eu sei que meu redentor vive”- Nesse momento Jó mostra o quanto estava firme em Deus e em suas
promessas. Conhecia com todo o seu
íntimo o Deus que servia.
Essas palavras foram também proféticas,
pois apontavam diretamente para Jesus, o Redentor Onipotente. Esse Redentor não
viveu ou viveria um dia, mas “vive”. O verbo foi empregado no tempo presente,
pois Jesus estava presente ali naquele momento na vida de Jó (mesmo esse ainda
não o conhecendo como nós hoje o conhecemos). Jesus se revelara ali como aquele
que tem TODO o poder para salvar e livrar o homem da angústia, e da morte.
Jesus está presente e quer se revelar ao
homem. Quer ser a esperança da nossa alma. Quer lutar a nossa batalha, pois é
Deus forte. Quer nos aconselhar e nos dirigir, pois é Conselheiro e Pai da
Eternidade, sabe o que é melhor para os seus. Quer estar sempre ao nosso lado,
pois é Emanuel, amigo e quer garantir a nossa paz.
Jesus conhecia o passado de Jó. Viu toda a
sua riqueza e viu toda a sua tristeza. A dor de Jó era grande, mas estava firme
na fé de que: “o meu Redentor vive”. Isso aliviava o sofrimento de Jó. A
certeza de estar com Cristo é confortante em cada momento de nossa vida, até
mesmo quando um familiar que amamos parte para a Glória do Senhor, pois estar
na presença desse Jesus é algo que supera toda a dor e desesperança. Aliás, Ele
é a Esperança.
O Redentor vive!
Analisando o termo “vive” no original,
percebe-se que o termo usado “hay” é um termo que deriva, na gramática
hebraica, o termo “hayah” (derivado
de hay), que se traduz em “avivar”, “conservar”,
“restaurar”, “ressuscitar”, “renascer”, “livrar” (salvar), “vivificar”, “proteger”,
entre outros.
O Redentor vive! O Redentor aviva – nos enche
de seu Espírito Santo e nos dá a conhecer de suas maravilhas espirituais. O
Redentor livra e conserva- Jesus é presente em todo instante. Livra-nos (salva)
e nos conserva em sua presença, pois está ao nosso lado e é poderoso em obras.
E tantas outras coisas pode fazer Jesus, o Redentor de nossa alma.
Ele nos conhece bem. Ele, como homem, viveu
e sofreu no próprio corpo as aflições da humanidade perdida, no entanto, só Ele
pôde ir à cruz. Aleluia!
“E por fim se levantará sobre a terra”- Jesus é o início de todas as coisas e também o fim. Ele é o Alfa
e o Ômega. O verbo criador de Genesis e o Rei cheio de Glória e Majestade de
Apocalipse.
É o desfecho de toda a história. O desfecho
daquele que espera em Deus é: gozar de uma redenção eterna.
Louvado seja Deus!
Gabriel Felipe M. Rocha
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